Publicado em 19 Julho 2010
João Carvalho- Jaraguá
Prefeito pela segunda vez consecutiva de uma das cidades mais importantes do Estado, Jaraguá, Lineu Olímpio (PTB) não tem dúvidas sobre o futuro do seu candidato ao governo, Vanderlan Cardoso: ele vai disputar o segundo turno. A receita é simples: tornar o ex-prefeito de Senador Canedo mais conhecido. "Quem o conhece sabe das suas qualidades. E quem ainda não o conhece, vai conhecê-lo e respeitá-lo por sua história", afirma Lineu, que não vê problemas e nem riscos de Vanderlan estar diante de uma eleição que pode, nesse momento, estar polarizada entre Iris Rezende (PMDB) e Marconi Perillo (PSDB). "Temos um grupo forte de partidos. Temos o governo do Estado. Temos um ótimo candidato. Acho que não nos encaixamos nesse perfil de terceira via", defende. Lineu ainda elogia a proposta de Vanderlan de realizar um governo municipalista e defende discussão do seu grupo político sobre apoio ao candidato ao Senado, mas ele antecipa que Paulo Roberto Cunha (PP) terá apoio do seu grupo.
Diário do Norte - Qual o caminho para Vanderlan Cardoso (PR) reverter o quadro e vencer as eleições considerando o resultado das últimas pesquisas de intenção de voto?
Lineu Olímpio - O processo eleitoral depende muito do conhecimento do eleitor com o candidato. Vanderlan é uma pessoa que veio do meio empresarial e tem uma formação empresarial muito afinada e um tato para lidar com as pessoas muito fino. A sua saída do meio empresarial para investir na carreira política, em Senador Canedo, não lhe garantia conhecimento junto ao eleitorado. A sociedade conhecia a sua empresa, mas não o conhecia. A partir do momento em que foi conhecendo o seu perfil, deu a ele uma expressiva votação e dois mandatos em Senador Canedo. As proporções são diferentes, mas é claro que o processo de conhecimento é que vai garantir a ele o crescimento nas pesquisas. E temos um detalhe importante, temos um tempo mais ou menos igualitário para os três candidatos ao governo de Goiás. Isso dá condição de uma apresentação maior para Vanderlan, que vai se tornar mais conhecido e apresentar suas propostas. Outro ponto positivo para ele é que quem conhece o Vanderlan tem uma avaliação muito positiva ao seu respeito. Quem conhece o Vanderlan por ouvir falar, ouviu falar muito bem do Vanderlan. Então, se as pessoas que não conhecem, a maioria da população de Goiás, conhecerem ele dentro dessas qualidades, com certeza isso será suficiente para melhorar a sua performance nas pesquisas e levá-lo à vitória.
DN – Historicamente em Goiás quando há polarização nas eleições uma terceira via tem dificuldades para romper essa barreira. O fato de ter apoio do governo ajuda Vanderlan?
Lineu – A avaliação da terceira via na realidade vem no contexto da conjuntura de forças. Geralmente o que é considerado terceira via é uma ação isolada de um candidato ou de um pequeno grupo tentando ter o reconhecimento da população dentro de uma proposta. Nesse caso nós podemos citar aqui os exemplos do senador Demóstenes Torres (DEM), em 2006, e mesmo Barbosa Neto (PSB), naquele mesmo ano. A situação hoje é completamente diferente. Nós temos uma estrutura de nove partidos, temos o governo, temos prefeitos apoiando essa candidatura e uma proposta voltada para o municipalismo e desenvolvimento regional do Estado. Essas ações mostram uma visão mais moderna de estado e será justamente isso que vamos passar para o eleitorado fazer a sua avaliação. São duas experiências de dois candidatos, que já ocuparam o governo e estão novamente na disputa. São forças políticas (Iris Rezende - PMDB - e Marconi Perillo - PSDB), que já foram experimentadas e temos uma proposta nova dentro de um grupo consolidado. É por isso que temos expectativa de crescimento grande nas pesquisas.
DN – O que significa na prática realizar um governo municipalista, que é uma das propostas de Vanderlan?
Lineu – Não faz muito tempo e a realidade era a seguinte: o governo federal estava muito distante dos municípios. O relacionamento era União com Estado. Não existia interlocução com os municípios. O presidente Lula mudou esse quadro. E através da SAFI (Secretaria de Assuntos Federativos) criou se o elo entre municípios e governo federal. E hoje mesmo tendo uma concentração muito grande de recursos nas mãos do governo federal, parte desses recursos tem sido distribuída para as cidades, não apenas através de emenda parlamentar, mas também através de emenda de bancada, de programas de governos nas áreas da saúde, educação, infraestrutura, que são programas cujo atendimento aos municípios acontece independente da questão partidária. Então essa ação municipalista que o governo federal fez mostrou resultados positivos. Agora é claro que a nível de governo estadual temos uma proximidade maior. E será através de programas como o PACI (Programa Asfalto nas Cidades) que podemos consolidar essa parceria. E temos outras áreas para realizar as parcerias através de convênios. É uma forma de descentralizar as ações e facilitar a execução de serviços nas diversas áreas. Essas são algumas das ações que um governo municipalista pode desenvolver em Goiás. E essa é a visão do Vanderlan, o que lhe garante apoios importantes de prefeitos.
A reação de Vanderlan Cardoso já começou. Iniciamos
com 1,7%. Hoje já temos 7% nas pesquisas
DN – Quem estará no segundo turno na opinião do senhor nestas eleições?
Lineu – O trabalho é para levar Vanderlan para o segundo turno. O crescimento dele vai acontecer junto ao eleitorado que ainda está indeciso. E temos um percentual grande de indecisos. Em relação a quem vai disputar com ele o segundo turno, nesse momento não nos interessa. Vamos trabalhar para levá-lo ao segundo turno.
DN – Quando a campanha de Vanderlan vai decolar?
Lineu – Acho que já começou a reação. A campanha dele começou com 1,7% da preferência do eleitorado. Depois chegou a 3,7%. E a última indicou 7% das intenções (esses números são do Serpes). Agora, se avaliarmos a região onde o Vanderlan foi prefeito e também em Goiânia, nós percebemos que ele teve um crescimento grande, ultrapassando a casa de 10% nas pesquisas. Então, temos a convicção de que a partir das propagandas eleitorais e também dos programas de rádio e TV, nós vamos levar uma mensagem propositiva do administrador e pai de família que está pronto para assumir o governo de Goiás.
DN – O senhor vai apoiar quem para o Senado?
Lineu – Temos pela frente uma eleição atípica em relação às candidaturas ao Senado. Temos situações de apoio a candidatos ao governo de um determinado partidos e senador de outra legenda, ao mesmo tempo em que pode apoiar nome à Câmara Federal e Assembleia Legislativa de siglas diferentes. Será uma eleição diferente em relação as outras, quando houve centralização partidária nas escolhas. Estamos discutindo com nosso grupo político, composto por vários partidos. Temos o PMDB e várias outras legendas nessa composição de força. Então, estamos avaliando. Mas temos simpatia por vários candidatos ao Senado. Simpatia por Paulo Roberto Cunha (PP), Demóstenes Torres (DEM), Pedro Wilson (PT). Estamos definidos com Paulo Roberto Cunha e vamos indicar apoio a um outro nome.
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