A derrota de Gláucia Melo (PSDB) nas eleições em Porangatu deixou cicatrizes profundas, que dificilmente vão cicatrizar. Pelo menos é o que se deduz após essa entrevista de Júlio da Retífica, esposo de Gláucia e principal liderança tucana no Norte do Estado. A primeira impressão que se tem é que Júlio ainda não admitiu a derrota. Não que ele despreze a capacidade do adversário, que venceu a eleição. Mas ele não admite a forma como tudo aconteceu, especialmente dentro da sua base. Júlio faz mea culpa, mas não deixa de apontar o dedo para José Osvaldo que, segundo ele, perdeu o interesse pela gestão à frente da prefeitura. Ele também vê parcela de responsabilidade da Câmara Municipal, que teria se omitido em relação à fiscalização da prefeitura. Júlio não se importa em cortar na própria carne e diz que errou na articulação para definir os partidos que estariam no palanque de Gláucia e que errou mais ainda na escolha do vice Antônio Anselmo, que nada teria somado na campanha de 2012. Júlio ainda revela pessimismo em relação às promessas feitas por Eronildo Valadares, o prefeito eleito.
Diário do Norte – Após 16 anos no poder em Porangatu o que deu errado e que acabou resultando numa derrota para o PMDB na cidade?
Júlio da Retífica – Foram vários fatores que determinaram esse resultado. É claro que em 16 anos, qualquer governo, por melhor que ele seja, terá desgastes. As pessoas sempre querem o novo. Querem experimentar o novo para tentar melhorar. Apesar de todas as dificuldades que a Região Norte passou, Porangatu sempre foi uma cidade muito beneficiada por obras. Temos muitas obras na cidade tanto do Governo do Estado quanto do Governo Federal. Foi um aporte muito grande de recursos e de investimentos na cidade. Mas os 16 anos realmente pesaram. Nesses dois primeiros anos da gestão do governador Marconi Perillo realmente foram difíceis. Temos que considerar que houve o ajuste necessário que o governador precisava fazer porque pegou o governo numa situação difícil. O resultado disso foi que o governo não fez nenhum grande investimento na Região Norte. O recapeamento de ruas só foi feito agora em Porangatu. Mas foi em cima da hora. A população já estava querendo mudanças. Eu imaginava que seria uma campanha difícil, mas não com uma diferença tão grande em termos de votos. A campanha foi difícil também pelo desgaste da atual administração. A gente sabe que a população queria mudança em função desse desgaste. Por outro lado, nós não vimos ninguém afirmar que a Gláucia Melo não seria uma boa candidata. Ao contrário, todos diziam que ela era uma ótima candidata. Mas que infelizmente precisava mudar.
DN – O senhor disse que a população queria o novo. O Eronildo Valadares representa o novo em Porangatu?
Júlio – Não é novo na idade. Mas na maneira diferente de atuar. Isso acaba sendo bom para nós, porque agora as pessoas terão oportunidade de julgar. Nós tivemos 16 anos de administração na cidade e reconstruímos a cidade. Mas muita gente esqueceu hoje o que foi feito lá atrás. Quem tinha dois anos de idade quando nós entramos, hoje tem 18 e hoje não lembra mais do que foi feito lá atrás. Isso acaba pesando na hora de decidir o voto. Temos uma situação agora em relação as promessas que foram feitas. A gente sabe que elas não serão resgatadas.
DN – O senhor não acredita que o prefeito eleito vá cumprir as promessas, com base em que?
Júlio – Não acredito mesmo. Tenho certeza absoluta que nem o próprio Eronildo acredita nas promessas que fez durante a campanha. Veja que não existe possibilidade de se construir cinco mil casas em Porangatu. Acho que a construção de duas mil casas seria factível. Não acredito nessa promessa primeiro porque não existe nem área para isso. Para se construir cinco mil casas é preciso ter cinco mil lotes. E isso não é fácil. Ele (Eronildo) não sabe o que vai pegar. Não sabe as dívidas que vai herdar na prefeitura.
DN – A Prefeitura de Porangatu tem muitas dívidas?
Júlio – Acredito que sim. Pelo menos o que a gente vê no comércio da cidade é que a maioria dos comerciantes tem pendências com a prefeitura. Sei que não será fácil. Não há mais equipamentos. Todos os equipamentos da prefeitura foram sucateados.
DN – De alguma forma o senhor também não é responsável por essa situação da Prefeitura de Porangatu?
Júlio – Não posso ser responsabilizado. Na minha gestão, quando o José Osvaldo era vice-prefeito, ele era uma pessoa da igreja. Estava à frente de um trabalho importante no Cerea. Era uma pessoa totalmente diferente.
DN – O senhor o elegeu duas vezes e nem assim se sente responsável?
Júlio – Sim, duas vezes ele foi eleito. Quando eu deixei a prefeitura, as contas estavam organizadas. A cidade estava arrumada, servidores com os salários em dia, não havia dívidas. Os servidores estavam motivados e com a alto-estima elevada. E hoje acontece o contrário. A gente vê os servidores desmotivados nesse último mandato do José Osvaldo. Ele se desmotivou e se perdeu. Ele organizou a sua vida pessoal e esqueceu da prefeitura.
DN – Organizar a vida pessoal significa que José Osvaldo enriqueceu no poder?
Júlio – É o que a gente tem visto. Nós sabemos como a vida dele era antes de assumir o mandato. E sabemos o que ele tem hoje. De repente ele tem como explicar o patrimônio que adquiriu nesse período de prefeitura. Mas é uma situação difícil. Eu vejo ele hoje como um homem com uma boa situação financeira.
DN – O senhor como homem público não entende que essa situação é caso de polícia e de Ministério Público?
Júlio – Não estou afirmando que ele pegou ou deixou de pegar. Mas eu acho que ele deve explicação à sociedade. Agora, se ele pegou, eu não sei. Mas todos sabem que hoje ele é uma pessoa diferente de quando assumiu a prefeitura, isso em relação à situação financeira. Ele deve ter condições de explicar esse aumento de patrimônio. Agora eu posso dizer que ele se desmotivou como administrador. Em Porangatu tivemos muitas iniciativas que poderiam ser tocadas. O deputado federal Jovair Arantes colocou emenda de R$ 12 milhões para ser investido no projeto da lagoa. O projeto foi feito e estava tudo certo, mas a prefeitura não tinha certidões. Assim, perdemos esse recurso. Tivemos mais R$ 2 milhões para asfalto que conseguimos com o governador Marconi Perillo e que, infelizmente, não foi utilizado por falta de documentação da prefeitura. Dinheiro do Incra que não foi utilizado. Tivemos recursos alocados pela senadora Lúcia Vânia que não foram utilizados.
DN – O senhor estende essa crítica ao Ministério Público de Porangatu que poderia ter evitado essa situação se fiscalizasse com mais firmeza a gestão de José Osvaldo?
Júlio – Eu acho que essa fiscalização deveria ser feita primeiro pela Câmara Municipal. Esse é o papel da câmara, de fiscalizar. Se houvesse, por exemplo, uma denúncia da Câmara Municipal, ela seria apurada. Se não houve denúncia, fica difícil o MP investigar. A câmara foi omissa. Muita coisa foi perdida e isso não poderia ter acontecido.
DN – O senhor teria condições de afirmar que o prefeito José Osvaldo traiu o senhor?
Júlio – Afirmar que ele traiu somente o futuro poderá dizer isso. Mas que ele foi relapso, disso eu não tenho dúvidas.
DN – O presente já não diz isso quando observamos o resultado das eleições em Porangatu?
Júlio – Não somente nessa eleição, mas nas minhas eleições para deputado. Houve um certo relaxamento. Não teve tanta presença e participação dele. E nessa agora foi pior. Só para se ter uma ideia, ele ainda não veio nesse gabinete desde que assumi o cargo (Em Goiânia, no Palácio Pedro Ludovico Teixeira). A verdade é uma só: o José Osvaldo teve sua oportunidade de entrar para a história de Porangatu. Pegou uma prefeitura enxuta, organizada e teve o governador do seu lado. Contou com ajuda de um deputado federal que eu coloquei para ajudá-lo, que é o Jovair Arantes. Teve apoio da senadora Lúcia Vânia. Mas não aproveitou nada. Eu posso dizer que ele como prefeito foi omisso. Ele poderia ter feito muito mais. Agora, a gente teve dificuldades para definir candidaturas. Na eleição de prefeito de 2008, já era para a Gláucia ter sido candidata. Eu fui voto vencido. Naquele ano (1998) a Gláucia estava na frente nas pesquisas, mas os companheiros entendiam que o José Osvaldo tinha o direito de ser candidato à reeleição porque estava na prefeitura. Então eu fui voto vencido. O grupo político achou que ele tinha direito e entendia que ele mudaria e seria diferente. Ele realmente mudou, mas mudou para pior.
DN – O senhor falou dos problemas em relação ao José Osvaldo que contribuíram para a derrota da Gláucia. Mas o senhor não entende que também errou na pré-campanha e na escolha do candidato a vice do PSDB?
Júlio – Erramos muito. Erramos na escolha do vice. Eu imaginava que ele tinha um poder de representatividade dentro do Sindicato Rural. E o que nós vimos foi algumas pessoas do sindicato que já estavam do nosso lado se afastarem quando definiu que ele seria vice. A gente só conhece as pessoas quando convive de perto com elas. A gente viu uma rejeição muito grande em relação ao nome dele. Ele não somou e não trouxe ninguém para ajudar na campanha. Ele não participou politicamente da campanha e nem agregando novas lideranças. E também não ajudou financeiramente na campanha. Isso pesou muito para nós. Todos nós tivemos uma parcela de erro. Uma delas foi essa, na escolha do vice. A escolha foi equivocada. Tivemos problema sério na pré-campanha porque acreditávamos que o José Osvaldo iria aglutinar vários partidos para somar conosco. Aconteceu que o prefeito esvaziou vários partidos, inclusive o PTB e levaram as lideranças para outros partidos. Na campanha nós ficamos apenas com o PSDB, PTB, PPS, PP e o PSL. O PP tinha dois candidatos. O PSL não tinha candidato. E os demais partidos que eram da base do governo, ficaram contra a nossa candidatura. Eles dividiram a nossa base. E o que aconteceu? Nós tivemos apenas 28 candidatos a vereador. E teve candidato desse grupo que teve apenas sete votos. Não tínhamos uma base forte de vereadores. Enquanto que o Eronildo tinha 70 candidatos a vereador. E a maioria deles teve uma boa votação, na casa dos 400 votos. E isso ocorreu também em relação à coligação do Valdemar da Farmácia, com partidos da base do governador que foram para esse grupo. Nós tivemos divisão dentro da nossa base. Não tivemos também motivação da atual administração na prefeitura em criar um fato novo durante a campanha. Nós éramos mais oposição ao governo do município do que o próprio Eronildo. E pagamos o preço por ter sido aliado do José Osvaldo e pagamos também o mesmo preço de ser oposição a ele.
DN – Essa não foi uma estratégia suicida?
Júlio – Na verdade nós temos que admitir que esse trabalho junto aos partidos da base deveria ter sido feito há quatro anos atrás, na eleição de 2008. Acho que as pessoas não engajaram na campanha. Não participaram ativamente do processo. Mas penso que qualquer que tenha sido a estratégia, nós perderíamos a eleição.
DN – O escândalo Cachoeira e a ausência do governador Marconi Perillo na campanha no Norte de Goiás não contribuiu para esse resultado?
Júlio – Não tenha dúvida. Houve um certo desgaste do próprio governador. A oposição acabou colocando o nome do governador como responsável por essa situação toda envolvendo o Cachoeira. E nós sabemos que isso não é verdade. O que a gente sabe é que a Delta tem contratos com a Prefeitura de Goiânia, de Aparecida de Goiânia e de Anápolis e isso não foi investigado. Ninguém da Prefeitura de Goiânia foi chamado para dar explicações sobre esses contratos. Mas temos que reconhecer que houve desgaste após os 16 anos de poder. A população esqueceu tudo e só via perspectiva para o futuro. Hoje eu vejo que houve o desgaste do caso Cachoeira para o PSDB a nível de Brasil, especialmente para Goiás. Houve desgaste em relação à greve dos professores (ocorrida no início do ano passado). Isso pesou bastante. Das outras vezes os professores eram nossos parceiros. Dessa vez eles ficaram distante. Reconheço um erro meu, após muitos anos. A gente sabe que não é possível agradar todo mundo o tempo todo, apesar de sempre procurar atender todo mundo. E quem você agrada, esquece. Mas quem você desagrada, não esquece jamais. Eu acho que deveria ter me preocupado em organizar os partidos antes de iniciar o processo eleitoral. Reconheço hoje que houve uma tentativa dentro da nossa base de colocar outros candidatos. O José Osvaldo tentou outros candidatos que não fosse a Gláucia. Ele fez isso o tempo todo. Isso acaba rachando o grupo. E eu acho que errei quando não percebi essa movimentação. Quando se encerrou a campanha de 2010 eu tinha que ter reorganizado o grupo político novamente e formado novas lideranças, além de criar um novo bloco de partidos novamente. Também imaginei que o José Osvaldo poderia melhorar com a entrada do governador Marconi. Isso não ocorreu. Enfim, houve erros da nossa parte.
DN – Assumindo na Assembleia Legislativa em 2013, o senhor vai fincar trincheira para preparar disparos contra a gestão de Eronildo Valadares ou o senhor será aliado de Porangatu?
Júlio – Eu serei oposição ao governo do Eronildo. Mas não oposição à cidade de Porangatu. Serei oposição para cobrar o que ele prometeu executar. E se porventura ele não cumprir, eu vou cobrar dele. Mas não serei oposição ao desenvolvimento da cidade. Inclusive, hoje mesmo (terça-feira - 5), o governador Marconi Perillo anuncia o lançamento de obras para Porangatu. Vai investir na pista do aeroporto. Vai concluir a pavimentação da rodovia que liga Porangatu a Montividiu do Norte. Faremos todos os esforços para levar os benefícios para nossa cidade. Agora, quanto à questão de oposição ao governo do Eronildo, não tenha dúvidas. Eu sou do PSDB e ele é do PMDB. Ele tem as lideranças dele e nós temos as nossas. Vamos ver quem faz mais. Minha briga será nesse sentido. Eu tenho o governador como parceiro. Tenho o deputado Jovair como parceiro. E posso dizer que as obras serão executadas lá se ele quiser. Se ele não quiser, nós iremos mostrar para a sociedade que nós levamos. Inclusive, estive com o secretário da Saúde, Antônio Faleiros, e falei sobre a questão da UTI para Porangatu. Conversei com o José Osvaldo ontem. Pedi para ele licitar a obra para a gente possa construir a UTI na cidade. E vamos levar essa obra para a cidade.
DN – O secretário Faleiros garantiu que essa obra será executada em Porangatu?
Júlio – Ele garantiu. Só não será construída se o prefeito não quiser.
DN – Ele garantiu essa obra da mesma forma que ele garantiu o Hospital Regional em Uruaçu?
Júlio – Não. A situação é diferente. O equipamento para a UTI já foi adquirido. Então será executada a obra. Agora, depende de parte física da obra. Se o José Osvaldo iniciar a obra agora teremos condições. E se o próximo prefeito fizer a parte física, nós iremos levar esse benefício. O governador Marconi Perillo já manifestou que está aberto para receber o Eronildo no governo, que é o prefeito da cidade, independente do seu partido. Não há nenhuma restrição.
DN – O senhor está falando sobre saúde. O Hospital Regional de Uruaçu não sai mais?
Júlio – Eu acredito que sai. O governo não quer mais alugar espaço particular para implantar essa unidade de saúde. A conversa agora é que o governo quer adquirir o prédio que seria alugado.
DN – Essas constantes mudanças não servem apenas para protelar a construção do Hospital Regional do Norte?
Júlio – Acho que temos que pensar sempre de forma positiva. Esse projeto teve início no governo de Alcides Rodrigues. E agora o governador quer resgatar todos os seus compromissos de campanha. E o Hospital Regional do Norte é compromisso de campanha do governador. E ele não foi construído porque o Borges (Cabo Borges, prefeito de Alto Horizonte) apresentou proposta para fazer a obra na cidade dele, oferecendo recursos para a construção.
DN – Mas o senhor na época apoiou essa proposta?
Júlio – Claro que apoiei. Ele (Borges) colocou na época que tinha dinheiro para bancar a construção do hospital. O governador também apoiou essa iniciativa. O único que se opôs a essa ideia foi o Nenzão (Welinton Nenzão, prefeito de Campinaçu). Todos os demais apoiaram a mudança. Agora temos que lutar para que seja construído agora. Uma vez na Assembleia Legislativa, irei lutar para que ele seja construído o mais rápido possível.
DN – O senhor entende que a gestão de José Osvaldo tirou o status de Porangatu de ser a cidade pólo do Norte de Goiás, hoje título dado a Uruaçu?
Júlio – Não. Claro que não. Acredito muito em Porangatu, que é uma cidade grande e de oportunidades. Ela tem condições de continuar na liderança da Região Norte. Nós vamos manter o trabalho para consolidar ainda mais Porangatu como cidade pólo em todas as áreas. Acredito muito na cidade que continua sendo liderança no Norte.
DN – O senhor já pensa na sua candidatura em 2014 ou já pensa em Gláucia Melo na disputa à Assembleia Legislativa?
Júlio – Assumindo como deputado estadual em janeiro de 2013, não tenha dúvidas de que serei candidato à reeleição em 2014. A Gláucia teve a oportunidade dela agora.
DN – O senhor não perdeu muito das suas bases agora que ficou focado na candidatura da Gláucia em Porangatu?
Júlio – Na outra campanha de 2006 em que fui candidato a deputado eu tive 23 mil votos. Nessa campanha de 2010, em que tive apoio da maioria dos prefeitos, eu tive 20 mil votos. Isso já foi um prenúncio da dificuldade que esses prefeitos teriam na eleição deles agora em 2012. O resultado confirmou isso. Dentro de Porangatu eu tive nove mil votos na primeira eleição. Agora, em 2010, tive sete mil. A leitura que eu fazia já era essa de dificuldades. Em Santa Tereza eu não tive o prefeito do meu lado. E foi onde, proporcionalmente, eu tive a maior votação. Isso é muito relativo. A candidatura do Maurides (de Minaçu) a deputado acabou nos prejudicando. Teve também candidatura em Niquelândia (Gracilene Batista). Teve a candidatura da Vanuza Valadares em Porangatu. Teve a candidatura em São Miguel do Araguaia, do Ricardo Basílio. Em Uruaçu também teve o Valmir Pedro, que hoje está trabalhando junto comigo. Não considero que perdi muitas lideranças. Muitos prefeitos e lideranças vão nos apoiar. E eu pergunto, esses prefeitos que foram eleitos agora farão um trabalho em que não precisarão do apoio de um deputado? Tudo isso tem que ser avaliado. Talvez seja agora a oportunidade para trabalharmos com mais determinação. O mais importante de tudo é termos a percepção do que está acontecendo. Se por acaso eu perceber que a Gláucia é melhor candidata, não terei nenhum problema em apoiar o seu nome e abrir mão para ela. Mas acredito que hoje eu continuo sendo o nome do lado do governador para representar a região.
DN – De que maneira é possível resolver os problemas do Rodoshopping de Porangatu?
Júlio – Aquilo lá agora depende do prefeito eleito. Ele é quem vai saber o que deve ser feito. Ele terá que buscar recursos. Primeiro, para buscar os recursos terá que estar com as contas da prefeitura em ordem. Ele precisará de certidões. Qualquer mudança lá terá que ser realizada pelo prefeito eleito.
DN – Temos também o prédio do presídio que precisa de intervenção já que se trata de um prédio antigo em situação muito ruim. O que fazer para melhorar?
Júlio – Essas são situações para as quais estarei à disposição para ajudar. Não podemos penalizar a população. Tudo que for de bom para a Região Norte eu estarei defendendo. Em janeiro eu vou convidar os prefeitos para um tour em todas as secretarias do governo, quando mostraremos o que é possível para obtermos os benefícios. Serei parceiro deles nessa luta. E o governo está anunciando várias obras para atender a região na área de infraestrutura. São demandas que nós apresentamos e que serão realidade a partir do próximo ano.