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JOAQUIM PIRES

Vale pode investir em Minaçu

Prefeito informa que a mineradora estuda uma jazida de platina no município. Ele diz ainda que pretende disputar eleição de deputado e que ainda é cedo para definir apoio a algum prefeiturável


Publicado em 13 Janeiro 2008

Luiz Fernando Cardoso - Minaçu

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ÍRIS ROBERTO
Joaquim Pires acredita que a Vale faça investimentos em Minaçu
Joaquim Pires acredita que a Vale faça investimentos em Minaçu
São cada vez mais intensos os comentários de que a Vale do Rio Doce (Vale), a segunda maior mineradora do mundo, está de olho nas riquezas do subsolo minaçuense. Por enquanto, não há nada de concreto, a prefeitura não foi procurada pela empresa nem o Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) tem informações oficiais. Porém, o prefeito de Minaçu, Joaquim Pires (PSB), não só classifica as informações como verídicas, como também aposta na instalação da Vale no município. Graduado em Engenharia de Minas e ex-funcionário da Sama, por 15 anos, Joaquim tem seus contatos na área da mineração. Segundo ele, a Vale assumiu uma pesquisa que apontou grande quantidade de platina e sulfetos utilizados na siderurgia em uma serra próxima ao lago de Cana Brava. Engenheiros e técnicos da companhia já estariam realizando estudos de toda a jazida mineral, interesse que deu margem a especulações por parte do povo e curiosidade por parte das autoridades locais. Animado pela real possibilidade de gerar mais empregos e renda para o município, o prefeito revelou, em primeira mão, o interesse da Vale por Minaçu em entrevista ao Diário do Norte, em sua residência. Também confirmou seu interesse em concorrer a deputado estadual e disse que ainda é cedo para definir apoio a algum dos pré-candidatos à sucessão municipal. Garantiu que sete anos na prefeitura o cansaram mais do que 15 anos na Sama.

Diário do Norte – Quais as expectativas para seu último ano de mandato? É correto o pensamento de que 2008 será um ano de contenção de gastos?
Joaquim Pires – A expectativa para 2008 é muito boa, visto o trabalho que fizemos em Brasília buscando recursos federais. E todo o trabalho que fizemos ao longo dos anos, planejando para que no último ano a gente fechasse com chave de ouro. A prefeitura vai realizar parques infantis em todas as escolas que têm crianças (pequenas), vamos terminar a Escola Paulo Freire, a parte administrativa do Colégio Dona Izaura, ampliando salas de aula, fazendo a cantina do Colégio Tiago de Moraes, reformando mais três postos de saúde. Pretendemos fazer o recapeamento da cidade. Vamos iniciar mais duas quadras, uma no Setor Primavera e outra no Setor Marajoara. Vamos também fazer galerias lá na (avenida) Minas Gerais com as ruas 12 e 13, que é um sonho das pessoas que moram ali.

DN – Mesmo com um orçamento R$ 6 milhões mais em conta que em 2007, será possível fazer tudo isso?
Joaquim – Sim, porque para muitas dessas obras estamos conseguindo recursos federais. Já é um trabalho de mais de dois anos junto a Brasília, que estarão (verbas) sendo liberadas agora em 2008. São investimentos que vão melhorar muito nossa cidade. Temos um pleito junto à Saneago para terminar toda a rede de esgoto, chegando a 100% de esgoto coletado e tratado. Temos o pleito também para canalizar o córrego do amianto, onde não há o funcionamento adequado de muitas fossas, que podem contaminar o lago. Queremos um lago 100% conservado.

DN – Como o sr. avalia 2007 em relação aos demais anos de seu governo?
Joaquim – Todos os anos trabalhamos muito, buscando o apoio dos deputados federais, dos senadores e do governo do Estado. Através de parcerias, Minaçu melhorou muito. Terminarei 2008, se Deus quiser, com muita alegria e com a consciência tranqüila de que demos um passo importante na vida de Minaçu, que hoje é uma cidade bonita, onde há uma educação de referência, uma limpeza elogiada por todos, uma jardinagem que faz de Minaçu uma das cidades mais bonitas de Goiás. Recentemente, um assessor do Adib Elias (prefeito de Catalão) comentou comigo que a cidade que mais o surpreendeu foi Minaçu, pela beleza e organização. 

DN – Entre tantas conquistas, algumas das quais já destacadas nesta entrevista, qual o sr. considera a mais importante de seu mandato até o momento?
Joaquim – Acho que o mais importante é o contexto geral, a cidade como um todo. Hoje os minaçuenses têm amor à cidade, não diria que não tinham antes, mas quando você chegava em Goiânia ou em Brasília para buscar recursos, a gente ouvia de muitas pessoas: "por que você está correndo atrás disso para Minaçu, se a cidade vai virar uma cidade fantasma?" Tinha saído uma reportagem em “O  Popular” que a Sama poderia fechar e, com isso, a cidade acabaria.

DN – Não há nenhum risco disso acontecer então?
Joaquim – Não existe esse risco. A Sama é uma empresa modelo, até em termos ambientais. Ela ganhou o prêmio de uma das melhores empresas para se trabalhar. É uma empresa espetacular, que cuida muito bem da saúde ocupacional de seus funcionários. E hoje, quando chego em Goiânia e Brasília e digo que sou de Minaçu, vejo as pessoas falarem que querem conhecer a cidade, a Praia do Sol, os lagos, as grutas, as cachoeiras. Minaçu já se tornou conhecida, através dos programas (anúncios) que colocamos na televisão, pelos carnavais que patrocinamos, eventos de réveillon, então as pessoas hoje sentem uma atração por Minaçu.

DN – Para que mais pessoas visitem Minaçu, especialmente quem vem de Brasília, não está faltando pavimentar a rodovia que liga a cidade à capital federal?
Joaquim – Essa é outra luta nossa, é fundamental. A obra mais importante para nós é a ligação de Minaçu a Colinas, a Alto Paraíso e até Brasília com asfalto. Minaçu fica um pouco mais longe do que Caldas Novas, mas as pessoas de Brasília vão descobrir aqui a região mais preservada do Estado de Goiás. Temos grutas, cachoeiras, dois lagos, duas hidroelétricas, mineração, cerrado, mata, quer dizer, temos condições de proporcionar para o turista ficar aqui dez dias sem repetir um programa. Isso (expansão do turismo) vai gerar muitos empregos para Minaçu.

DN – O senhor trabalhou por 15 anos na Sama como engenheiro de mineração. Foi mais cansativo lidar com a exploração de amianto durante 15 anos ou comandar a prefeitura durante sete anos?
Joaquim – O trabalho na prefeitura é muito mais cansativo, diria que os sete anos aqui talvez me consumiram mais do que os 15 na Sama. Apesar das idades diferentes, com pico de trabalho maior, mas a minha disposição continua a mesma de quando tinha 18 anos. A coisa que mais peço a Deus é saúde, o resto a gente corre atrás. Com certeza a prefeitura é muito mais desgastante, mas é muito mais emocionante também. Apesar de que minha área na Sama era muito emocionante, fizemos a maior detonação do Brasil e até hoje ninguém conseguiu quebrar esse recorde ainda. Detonamos, de uma vez só, mais de um milhão de metros cúbicos de rocha, em 1989, com o consumo de 189 mil quilos de explosivo naquela época.

DN – Após o final de seu mandato, quais serão suas pretensões políticas? O senhor quer ser deputado estadual?
Joaquim – O mercado de trabalho está muito bom na área de engenharia de minas. Temos aqui a Ferrovia Norte-Sul, que vai precisar de engenheiros, e essa é uma opção. A gente pode assessorar empresas de Mineração da nossa região, que estão precisando. E pretendo ser candidato a deputado estadual, desde que na época eu esteja com saúde e com uma boa aceitação de Minaçu e cidades vizinhas. Vamos fazer uma pesquisa e, tendo aceitação da sociedade, estaremos prontos para ser candidato a deputado estadual.

DN – E se fosse permitido por lei o terceiro mandato consecutivo para prefeito, haveria o interesse?
Joaquim – Não. Acho que é importante as alternâncias de comando. Na verdade sou favorável a um mandato de cinco anos e sou contra a reeleição. Fui candidato à reeleição porque quando se está dentro de uma administração é difícil você deixar. Realmente deve-se ter outros candidatos agora, com outras visões para melhorar as áreas que às vezes não demos conta de melhorar. 

DN – Há pouco mais de um ano das próximas eleições, o sr. já definiu apoio a algum prefeiturável na sucessão municipal?
Joaquim – Temos o nosso vice-prefeito (pastor Rivaldo), uma pessoa fantástica, que está aí pleiteando. Temos o doutor Marcelo, o fazendeiro Maurides, o ex-prefeito Cícero Romão. Nós estamos preocupados, por enquanto, com a nossa gestão, porque não é fácil fazer campanha e administrar ao mesmo tempo. Fui candidato à reeleição e comecei minha campanha em maio, então ainda tenho algum tempo até maio, junho, para a gente definir quem terá nosso apoio. Com certeza vamos ajudar um candidato que possa trabalhar bem pela cidade de Minaçu, mas o momento é de preocupar com a nossa gestão.

DN – Há rumores de que a Vale estaria interessada em abrir uma unidade de mineração em Minaçu. Existe algo de verídico nisso ou, pelo menos, a prefeitura já foi procurada pela empresa?
Joaquim – Não, a Prefeitura não foi procurada e o DNPM (Departamento Nacional de Produção Mineral) também não está informado. Agora, é verdade a informação porque a gente tem contato com o meio de mineração e sabe que o mesmo grupo que fez a pesquisa em Alto Horizonte, onde se explora cobre, pesquisou também nessa serra da Sama e descobriu a platina. Só que a platina não é muito interessante para o grupo, então eles cederem essa pesquisa para a Vale do Rio Doce, que tem muito interesse nos platinóides e está estudando toda a jazida mineral. Isso é coisa para dois ou três anos, mas que tem um potencial muito grande. Pelo que a gente vê de comentários, tem tudo para dar certo uma grande mineração, melhorando mais ainda a questão de empregos e a arrecadação no município de Minaçu.

DN – Também fala-se do interesse da Votorantim no subsolo do município...
Joaquim – Não, isso está mais longe. Interesse ela até tem, mas não tem nada descoberto. Temos um potencial muito grande, temos minérios para serem descobertos na região, muito granito, mármore. Minaçu é um município totalmente abençoado.

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