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UCG mais próxima

Reitor da UCG fala das ações que vão levar a instituição para Porangatu, com apoio da deputada Vanuza Valadares


Publicado em 25 Novembro 2007

João Carvalho – Goiânia

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rui sabóia
O reitor da Universidade Católica de Goiás (UCG) fala das possibilidades para se levar a instituição ao Norte: ensino superior ao alcance de todos
O reitor da Universidade Católica de Goiás (UCG) fala das possibilidades para se levar a instituição ao Norte: ensino superior ao alcance de todos

O reitor da Universidade Católica de Goiás (UCG), Wolmir Therezio Amado, falou ao Diário do Norte sobre as primeiras ações implementadas para que a instituição de ensino superior passe a funcionar na cidade de Porangatu, atendendo pedido da deputada Vanuza Valadares. Wolmir aponta várias possibilidades, apresenta prognósticos e detalha quais cursos seriam possíveis de se oferecer, especialmente na pós-graduação. Ensino à distância e cursos chancelados pela UCG seriam duas das alternativas mais viáveis num primeiro momento, segundo ele. Wolmir também informa que fez contato com o ministro da Pesca, Altemir Gregolim, quando discutiu sobre a utilização do Lago Serra da Mesa para produção de pescados. Finalmente, ele comenta sobre o Memorial Serra da Mesa, que desde o início tem participação ativa da UCG na elaboração e consolidação do projeto que contempla a construção de um museu em Uruaçu.

Diário do Norte – Quando efetivamente a população do Norte goiano terá a presença da Universidade Católica de Goiás (UCG) na região?
Wolmir Therézio Amado – Em primeiro lugar é importante destacar a questão da implementação e a metodologia da mesma para a presença da Universidade Católica para a Região Norte, em especial em Porangatu. Da parte da universidade nós já destacamos o professor Antônio Bandeira, que estará acompanhado todo esse processo que estamos encaminhando. Também estamos aguardando que a deputada Vanuza Valadares destaque uma equipe ou uma pessoa que possa implementar as ações. Entendo que essa parte - da implementação - é muito importante, até mais do que o primeiro momento em que a deputada nos procurou com o propósito de levar a UCG para o Norte do Estado. Agora temos uma maior complexidade na implementação, que implica em procedimentos técnicos, contatos políticos, planilhas, orçamentos, aspectos curriculares, expectativas de demandas, enfim, uma série de situações que precisam ser encaminhadas. Esse é um ponto que me parece decisivo de como faremos doravante.

DN – Passada essa fase, o que a população do Norte pode esperar da universidade. Ou seja, que tipo de atividade será implementada pela UCG na região?
Wolmir – Nós temos o aspecto acadêmico e temos outras possibilidade mais gerais da universidade. Do ponto de vista acadêmico, são duas alternativas de imediato que são mais fáceis do ponto de vista da legislação e do ponto de vista da implementação pedagógica curricular. A primeira é a educação à distância. Temos na UCG a estrutura organizada para educação à distância. Temos um consórcio entre as três universidades: federal, UEG e a Católica para oferecimento, em pólos de Goiás, de cursos de graduação em Física e, futuramente, Matemática, Letras, além de outros para atender as demandas e carências que existam de docentes qualificados, especialmente para as escolas públicas. Então é primeira possibilidade é a educação à distância, com prós e contras. O principal fato a favor é que se coloca um curso com baixo custo financeiro e também que o aluno não precisa se deslocar para Goiânia. Haverá, evidentemente, momentos de formação presencial para realização de provas. A metodologia é adequada e muito mais viável. O fator contrário é que a população ainda não se acostumou com esse formato de curso. Pensa que é curso à correspondência à moda antiga. Isso ocorre porque não conhece ainda toda a metodologia das novas tecnologias desenvolvidas para a educação à distância. Também não sabe que há um corpo docente que teve que se habilitar para esse formato de graduação, que é completamente diferente da educação presencial. Não sabe que há um acompanhamento personalizado pela internet e por telefone de cada estudante e também com uma monitoria local que acompanha essas turmas. Enfim, é uma questão de implementação que ainda precisa se consolidar em todo País. Em outros países da América Latina esse jeito de estudar já está bastante adiantado.

DN – Qual seria a segunda possibilidade da Católica no Norte do Estado?
Wolmir – Quanto aos cursos de pós-graduação latu sensu. E aí nós temos duas possibilidade: a universidade deslocar o corpo docente, talvez em sistema de módulos e de maneira flexível o formato e metodologia. Pode ser oferecido, por exemplo, no período de férias ou cursos nos finais de semana. Ainda temos os cursos chancelados, que seriam organizados em Porangatu mesmo por uma equipe de professores, que contaria com um coordenador para supervisionar o projeto global no seu cumprimento e também no desempenho de sua qualidade. Esses cursos também podem ser mistos, parte a universidade e parte a própria região. Podem ser atenuados muito nos custos se tivermos a possibilidade de parceria para cessão do espaço físico, de utilizar passagens e viagens e de utilizar bibliotecas. Enfim, de ver o que há na própria cidade ou nas cidades afins e que pode ser de mútua colaboração. Também podem entrar eventualmente a diocese, as paróquias, as igrejas, a prefeitura. Enfim, o que existe de potencialidade na região, que atenuaria muito os custos.

DN – Quais seriam os cursos e os critérios para escolha considerando a realidade social e econômica da região?
Wolmir – Há centenas de especializações. Na área do Direito (agrário, penal, trabalho) ambiental, docência universitária para ensino superior. Nós temos, enfim, uma listagem grande de cursos. Aqui na sede da universidade nós temos em torno de 74 cursos de especialização, com 120 turmas. Então é uma listagem já organizada e com experiência. Alguns cursos já funcionam há uma década. Podemos ouvir da própria comunidade qual o tipo de demanda que gostaria de ter. Seria uma alternativa ouvir a comunidade sobre o que ela deseja. Tudo vai depender da expectativa da própria população. Com isso nós teríamos num curto espaço de tempo algumas dezenas de pessoas com especialização nas mais variadas áreas. Portanto, não seria uma atualização, mas uma especialização devidamente titulada. Isso é uma vantagem com um custo pequeno, num menor espaço de tempo.

DN – Quais outras possibilidades a universidade levaria para o Norte uma vez que ela se instalar por lá?
Wolmir – Além da área acadêmica, temos outras possibilidades na área social e iniciativas importantes. São vários projetos de extensão feitos com crianças e adolescentes, idosos, portadores de Síndrome de Down, entre outros São projetos que podem ser, gradativamente, agregados ao trabalho que fizermos na região nas áreas de graduação e de especialização. Podemos trabalhar com crianças com talentos especiais. Estes são alguns dos projetos especiais que a universidade desenvolve e que podem ser agregados aos demais projetos convencionais. E também há outras oportunidades, através da editora e gráfica da universidade. Pode-se buscar um contato mais direto com o pessoal que lida com literatura. Temos ainda o canal de TV, que está em Goiânia. Trata-se de um canal que está à disposição do Norte do Estado para colocar as suas notícias e divulgar os potenciais da região.

DN – Como está o processo para finalização do Memorial Serra da Mesa em Uruaçu, cujo projeto tem participação da UCG?
Wolmir – Desde o início eu participei desse processo. Inclusive fiz uma visita no início do processo da construção do memorial. Visitei a região e tomamos iniciativas conjuntas. E, desde então, destacamos uma parte do corpo docente da universidade para acompanhar esse memorial, que está numa fase bastante adiantada. A gente espera inaugurar em breve esse memorial, que será único na região toda por suas especifidades. Será original porque agrega valores à parte do turismo e do lazer, além de indutor da atividade econômica. O próprio Lago de Serra da Mesa vai desempenhar esse papel. E quero destacar ao leitor do Diário do Norte a adesão e o apoio dado pelo Ministério da Pesca para iniciar a criação de peixes no Serra da Mesa. Isso aconteceu com nosso apoio e insistência. Há pouco mais de um mês esteve aqui na reitoria o ministro da Pesca (Altemir Gregolim) para uma audiência. Isso porque nós somos a única universidade do Brasil que tem o mestrado em aqüicultura continental. Ele fez questão de fazer essa visita especial à universidade. Tivemos professores e alunos desse mestrado no contato com o ministro. Sabemos que hoje o Estado induz a sua economia muito na linha da pecuária. Mas temos outra possibilidade de produzir carne de peixe, especialmente porque temos duas capitais bem próximas uma da outra. E futuramente poderemos pensar numa linha de exportação. Outro detalhe que me chamou a atenção, na visita que fiz à cidade de Uruaçu, foi a criação de uma cooperativa de pescadores pela prefeitura local. Essa experiência eu fiz questão de repetir ao ministro da Pesca. Ele já tinha as informações, mas eu realcei que aqui em Goiás nós fizemos, primeiro, uma pesquisa sobre a demanda para o mestrado em aqüicultura continental. Também solicitamos que o Ministério da Pesca desse uma atenção especial à cidade de Uruaçu por sua singularidade. São 200 quilômetros de lago e uma água de qualidade. Teremos lá um potencial de emprego e de crescimento econômico, que talvez garantisse um outro tipo de possibilidade para o Estado, com menor impacto ambiental, maior empregabilidade e mais chance de desenvolvimento para os municípios banhados pelo lago. Tudo isso vai ampliando as possibilidades de negócios na beira do lago. Enfim, há um conjunto de possibilidade de negócios que seria muito importante para toda a região.

DN – E o museu de Uruaçu?
Wolmir – Não tenho dúvida de que o museu ao lado do Serra da Mesa não é solitário. Do ponto de vista da gestão, trata-se de um investimento importante. Ele agrega as pessoas da própria região e também de outras regiões e cidades, além de outros estados. O lago é uma possibilidade de lazer que vai agregar a questão cultural do museu. Ele chama a atenção por ser um diferencial da cultura. Ele ainda será capaz de firmar a questão da identidade nas pessoas que vivem na região. Lá elas verão traços da sua própria história. Quando nós fomos para o Lago de Serra da Mesa a gente sabia que não estava simplesmente ajudando a fazer um museu, mas buscávamos o desenvolvimento social, cultural e econômico de toda região. E isso fez com que nos integrássemos numa iniciativa bem pontual, porém somada com outras ações numa visão global. É claro que vejo o Norte com potencial e uma chance de presente e futuro se continuar nessa celeridade.

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