joão carvalho

Luiz Teixeira conversa com o morador João Rodrigues Trindade (86), no Jardim Atlântico, ao lado do seu vice Elias José Asmar: sem baixarias
Quem conhece Luiz Teixeira sabe da sua história política em Niquelândia, onde ele conquistou a prefeitura em duas ocasiões e ainda obteve um mandato de deputado estadual. Agora ele está de volta. E foi num bairro pobre da cidade (Jardim Atlântico) que ele falou com a reportagem do Diário do Norte, durante caminhada para pedir votos. Foi fácil perceber a aceitação ao seu nome. De casa em casa, de porta em porta, ele conversou com os eleitores, tomou cafezinho e demonstrou convicção de que poderá vencer no dia 5 de outubro, sem atacar ninguém ou patrocinar uma campanha de baixarias. Delegado de polícia, Teixeira informa que sua plataforma de governo contempla a pavimentação de toda a cidade, além dos povoados, uma medida impactante, mas que ele promete realizar, considerando que restam apenas 400 mil metros de ruas sem o asfalto. Teixeira também avisa aos seus três adversários que só entrou na campanha porque tem a certeza da vitória.
Diário do Norte – A campanha em Niquelândia começa com pedidos de impugnações entre os candidatos. O que a sociedade pode esperar até o final das eleições?
Luiz Teixeira – Espero que termine tudo bem, com a Justiça decidindo de forma correta. Tive notícias de pedidos de impugnações, mas cabe ao Judiciário analisar e decidir o que for melhor. Quanto à nossa candidatura, não temos nenhuma dúvida de que algum fato possa nos impedir de disputar as eleições. Foi feito um pedido de impugnação contra a minha candidatura. Mas estou tranqüilo. Até porque quem pediu, não tem legitimidade para isso e o argumento utilizado não tem consistência, tanto que a Justiça já decidiu a respeito.
DN – O senhor falou que espera que tudo termine bem. Isso significa que o senhor espera uma decisão favorável para o senhor?
Luiz Teixeira – Espero que a decisão seja a mais correta possível. O Judiciário tem competência e, com certeza, vai julgar com toda lisura. Se eu tiver algum fato que me impeça, o Judiciário vai analisar e decidir. O mesmo vai acontecer com os nossos concorrentes. A Justiça vai decidir com toda transparência e o eleitor vai ser livre para escolher o candidato que for melhor para a cidade.
DN – Qual será o diferencial dessa campanha, com tantas proibições impostas pela legislação eleitoral.
Luiz Teixeira – Acredito que o candidato precisa ter conhecimento da realidade do município. O candidato precisa de credibilidade e serviços prestados à comunidade. E eu tenho uma larga folha de serviços prestados à comunidade de Niquelândia. E depois o trabalho no corpo a corpo, levando a cada eleitor a proposta de governo e a plataforma para administrar a cidade.
DN – O senho concorda com tanta proibição. Esse é realmente o melhor caminho para o eleitor escolher o melhor candidato?
Luiz Teixeira – Não diria que aconteça a escolha do melhor candidato. Mas, pelo menos, todos ficam em pé de igualdade no processo de disputa. Se não houvesse essas proibições, com certeza o candidato com poder aquisitivo maior, levaria mais vantagens. E numa situação assim eu estaria em desvantagem. Isso porque nossa campanha é modesta e com poucos recursos.
DN – O senhor fala em fazer uma campanha franciscana, qual a previsão de gastos do senhor para essa campanha à prefeitura de Niquelândia?
Luiz Teixeira – Ainda não definimos esse valor. O comitê financeiro de campanha está analisando. Mas acredito que não passe de R$ 300 a R$ 400 mil.
DN – E em termos de propostas, qual será a principal plataforma que o senhor pretende apresentar na campanha?
Luiz Teixeira – Temos cinco focos principais que estão sendo colocados para discussão com a sociedade. Depois estaremos colocando em cada residência uma folha com questionários e com espaço para sugestões. Isso para, depois das eleições e da conversa com a comunidade e através desse questionário, nós montarmos uma equipe de trabalho para condensar todas essas propostas e elaborar um plano definitivo.
DN – O senhor não tem um plano definitivo ainda?
Luiz Teixeira – Ainda não. Agora temos definido os cinco focos principais, que é uma UTI para a cidade. Esporte total e para todas as idades. Criança na escola em tempo integral. Apoio integral ao homem do campo, alavancagem do turismo e asfaltamento de todas as ruas habitadas de Niquelândia e de todos os povoados, além da revitalização do asfalto das avenidas já pavimentadas. Esses são os focos principais. No decorrer da campanha vamos colher informações, que serão condensadas, para elaborarmos o plano definitivo. Acho que não é de grande valia eu sentar com uma equipe técnica e apresentar um plano de administração sem ouvir a sociedade. A comunidade é quem sabe a sua reivindicação e necessidade maior.
DN – Essa proposta de pavimentar todas as ruas de Niquelândia é uma idéia impactante. A prefeitura tem recursos para fazer todo esse trabalho?
Luiz Teixeira – Não tenho nenhuma dúvida em afirmar que podemos realizar essa proposta porque no passado nós fizemos quase um milhão de metros quadrado de asfalto na cidade. E com recursos próprios e também do governo federal, através de emendas parlamentares. E em Niquelândia restam aproximadamente 400 mil metros de ruas para serem pavimentadas. Por isso, não temos dúvida de que essa proposta pode ser resgatada. Essa proposta é ousada, mas temos condições de fazer. Isso tem um impacto positivo, especialmente na melhoria da qualidade de vida das pessoas, principalmente na saúde.
DN – Dentro das propostas que o senhor apresentou, o senhor não falou da segurança. Sendo delegado de polícia, é possível o município ajudar para melhorar no aspecto da segurança?
Luiz Teixeira – Na realidade eu falei sobre cinco focos principais. E a segurança pública está dentro de um detalhamento que será feito posteriormente na proposta de governo. Nós temos conhecimento de que segurança pública é dever do Estado. Mas é responsabilidade de todos, inclusive dos municípios e de cada um dos cidadãos. Como delegado de polícia e conhecedor desse problema, especialmente aqui em Niquelândia, onde já fui delegado, sei perfeitamente das necessidades. E o apoio nosso não faltou no passado e não faltará no futuro para que os nossos policiais possam desenvolver um trabalho que a cidade merece. E temos conhecimento de causa para contribuir e cobrando para que a violência seja coibida.
DN – O senhor fez mistério até na última hora sobre a sua candidatura em Niquelândia. Isso foi uma estratégia de campanha ou o senhor ainda tinha dúvidas sobre voltar a disputar uma eleição?
Luiz Teixeira – Nunca tive nenhuma dúvida sobre a minha candidatura e também não foi estratégia de campanha. Na verdade nós tínhamos outros pré-candidatos e eu estava na minha atividade de policial, como delegado de polícia, em outra cidade e esperava uma definição dos companheiros aqui de Niquelândia. Se eles decidissem por outro nome, nós estaríamos solidários a eles e apoiando a decisão que eles tomassem. E essa conversação se desdobrou por vários meses e somente no final é que esse grupo político decidiu indicar o nosso nome para enfrentar essa campanha.
DN – Historicamente as campanhas em Niquelândia são agressivas. O senhor fará uma campanha propositiva e no alto nível ou o senhor vai responder a todo ataque sofrido?
Luiz Teixeira – Da nossa parte nunca fiz campanha agressiva. Talvez eu tenha sido um candidato que menos atacou em todas as campanhas que participei. Então, não haverá ataques da nossa parte. Faremos uma campanha de diálogo com a sociedade para elaborar um projeto de administração que seja exeqüível. Não iremos responder ataques em reuniões ou em comícios. Se por acaso formos atacados, vamos acionar a Justiça.
DN – Nas campanhas em Niquelândia – uma de deputado e duas para prefeito – o senhor sempre venceu. Que recado o senhor manda para os adversários da campanha desde ano?
Luiz Teixeira – Eu não diria que mando recado. Eu só afirmo que tenho convicção plena de que vamos ganhar as eleições. Não tenho nenhuma dúvida disso. Estamos confiantes. Isso em razão do trabalho que já realizamos. E a população conhece o nosso passado. Sabe que somos homens de fazer compromissos e depois resgatá-los.
DN – O senhor tem coligação com o PT. Com relação às políticas públicas do governo federal, qual a proposta para Niquelândia?
Luiz Teixeira – O governo federal tem vários programas que chegaram em Niquelândia de forma tímida, ou às vezes nem chegaram porque não houve ações políticas no caminho certo para buscar esses projetos. Uma delas é a parceria para asfaltamento de ruas não pavimentadas, construção de moradias populares, saneamento na cidade – desde que saí da prefeitura a obra está parada, apesar de ser uma obra extremamente importante. Para isso, vamos buscar recursos junto ao governo federal para que tudo isso e muito mais seja efetivado.