Publicado em 06 Maio 2007
Rui Saboia

Ex-senador Maquito Vilela
O ex-senador e atual presidente do PMDB em Goiás, [b]Maguito[/b] Vilela, esteve em Niquelândia na tarde de terça-feira (1º/5), participando do encerramento do 20º Torneio do Trabalhador, na grande festa popular organizada pelo Sindicato das Indústrias Extrativas de Niquelândia (Sitien).
Acompanhado do deputado federal Pedro Chaves (PMDB); e do ex-prefeito de Niquelândia, Luiz Teixeira (PMDB); [b]Maguito[/b] posou para inúmeras fotos ao lado do sindicalista Cícero Joventino de Oliveira, que preside a entidade, antes e depois de participar de uma partida de futebol no Estádio Ary Valadão, onde ocorreu o evento, na Vila Mutirão. Na saída do vestiário, depois de um rápido banho, [b]Maguito[/b] Vilela atendeu a imprensa, quando elogiou a dimensão que a festa promovida pelo Sitien está atingindo, em todo o Estado e no Brasil. Falando sobre política, o ex-senador admitiu que sua ida para o governo Lula está sendo realmente cogitada, mas disse que essa possibilidade é pensada para o bem de Goiás, descartando que ele e outros peemedebistas goianos estejam buscando empregos em Brasília, por terem ficado sem mandato por ocasião das últimas eleições.
Questionado sobre a atual situação do Estado, [b]Maguito[/b] – que perdeu a disputa para o governo para o atual governador Alcides Rodrigues, o Cidinho (PP) – disse que quatro meses é um período muito curto para avaliar o desempenho do atual ocupante do cargo. [b]Maguito[/b] também deu a entender que defende uma espécie de união com Alcides, como já foi noticiado recentemente, em função do tom moderado que usou para responder aos questionamentos feitos pelo [B]DN[/B]. Porém, ao ser indagado sobre atrasos de pagamentos e outros problemas hoje notados em Goiás, o ex-senador disse que a experiência dele como governador, entre 1995 e 1998, seria relevante para solucionar tais problemas; e atribuiu a culpa dos mesmos, ainda que de forma indireta, ao ex-governador Marconi Perillo (PSDB), que agora ocupa sua vaga no Senado, em Brasília. [b]Maguito[/b] também demonstrou veemência e revolta pelo fato da Companhia Energética de Goiás (Celg) ter registrado prejuízo em 2006, mesmo cobrando uma das maiores alíquotas de ICMS do Brasil em suas contas de fornecimento de energia. "Isso é um crime contra o patrimônio de Goiás.
É preciso que a população peça explicações para quem ficou oito anos governando o Estado", disse o ex-senador. [b]Maguito[/b], por fim, garantiu que o prefeito de Goiânia, Iris Rezende (PMDB), disputará a reeleição em 2008 e que a legenda, sob seu comando, estará bastante fortalecida para conquistar um grande número de prefeituras nas próximas eleições.
[b]Diário do Norte[/b] – A exemplo dos anos anteriores, o senhor voltou a Niquelândia fora do período eleitoral, especialmente para participar da festa do Sitien, no Dia do Trabalho, para participar das partidas de futebol. Qual é a sensação de ser tão bem recebido pelos seus fiéis eleitores e pela diretoria da entidade?
[b]Maguito[/b] Vilela – É sempre motivo de muita honra e de muito orgulho para mim estar em Niquelândia, comemorando o Dia do Trabalhador aqui, por se tratar de uma festa extremamente organizada, com uma participação muito grande da população e dos trabalhadores, com os eventos esportivos que culminam com o final do evento. O povo de Niquelândia é extremamente carinhoso, que nós amamos muito. Foi por isso que eu, o deputado Pedro Chaves e os companheiros fazemos questão de participar todos os anos desta grande festa. Niquelândia é um exemplo para Goiás e para o Brasil, por gerar muitos empregos na área da mineração, da pecuária, do turismo. É uma cidade que está se desenvolvendo e que terá um futuro ainda muito grande. Essa festa se tornou uma tradição, tem uma história e já ultrapassou os limites do município e do Estado de Goiás. É uma festa do Brasil.
[B]DN[/B] – O trabalhador brasileiro tem o que comemorar, por ocasião do feriado de 1º de Maio?
[b]Maguito[/b] – O trabalhador está sentindo que, no governo Lula, teve ganhos reais em seu salário. O salário mínimo aumentou e hoje o trabalhador compra e come mais. A classe mais humilde e mais pobre também está feliz com o governo, que é um governo dos trabalhadores. Portanto, nossa mensagem é de fé, de esperança, de otimismo. Tenho certeza de que o Brasil ainda reconhecerá que essa classe trabalhadora é que carrega esse país, dando a eles o salário que merecem.
[B]DN[/B] – O senhor está sem mandato, desde a derrota nas últimas eleições. Pretende ocupar um cargo no governo do presidente Lula, em Brasília?
[b]Maguito[/b] – Bem, cogita-se isso. O PMDB está trabalhando essa hipótese, para que nós possamos 'carrear' obras e benefícios para Goiás. Goiás está procurando espaços no governo federal, não para ter empregos, mas para ter veículos para transportar benefícios para o Estado. Quanto mais goianos estiverem no governo federal, mais recursos e mais obras o Estado de Goiás terá. Portanto, temos que fazer como fazem os Estados do Nordeste, como fazem São Paulo, Minas (Gerais) e outros Estados, que se unem para buscar espaços e atrair benefícios. Goiás precisa também fazer isso, pois tem pouca gente de Goiás no governo federal.
[B]DN[/B] – O governador Alcides Rodrigues, para quem o senhor perdeu a disputa para o governo, completou quatro meses no cargo. Que análise é possível fazer desse período inicial do terceiro mandato seguido do Tempo Novo em Goiás, considerando-se a demora na indicação de nomes para o secretariado e atrasos em pagamentos de salários, nas mais diferentes esferas, entre outros problemas?
[b]Maguito[/b] – Quatro meses é pouco, naturalmente, para analisar um governo. Agora, eu diria que o povo goiano viu com surpresa a situação do Estado. É uma situação difícil, em que tudo está atrasado, com estradas que estão acabadas, em sua maioria, enfim. Agora, lógico que não é culpa deste governo. É culpa dos oito anos do governo de todos eles. Eu acho que o ex-governador (o atual senador Marconi Perillo/PSDB) não mostrou a Goiás a real situação do Estado; e todo mundo ficou pensando que o Estado estava às mil maravilhas. Na realidade, isso não acontece. Mas vamos dar tempo ao tempo. Eu torço para que o governador (Cidinho) acerte, porque se ele governar bem, será bom para o povo. Se ele governar mal, o povo goiano vai sofrer. Então, eu prefiro que ele governe bem.
[B]DN[/B] - Se o senhor tivesse ganhado as eleições, essa preocupante situação do Estado de Goiás estaria sob controle? A casa estaria mais em ordem agora?
[b]Maguito[/b] - Eu acredito que sim. Eu já governei Goiás e, na nossa época, nós pegamos o governo com duas folhas (de pagamento) atrasadas, com muitas dificuldades, mas colocamos tudo em dia nos primeiros meses, inaugurando obras no primeiro mês.
[B]DN[/B] – Na campanha eleitoral, o senhor criticou com veemência a elevada alíquota de 29% cobrada pela Celg nas contas de energia, dizendo que a mesma onerava em demasia o orçamento dos goianos. Agora, a concessionária divulgou uma informação dando conta de que sofreu prejuízo em 2006. Como o senhor avalia essa situação?
[b]Maguito[/b] – Esse é o maior absurdo que existe em Goiás. A Celg é uma empresa que arrecada mais de R$ 200 milhões, possui um lucro fantástico na compra e venda de energia. A Celg compra um quilowatt (Kw) por R$ 30 e revende por R$ 120. É uma das empresas mais lucrativas do planeta e ninguém é capaz de explicar o porquê deste 'rombo' na Celg, de R$ 300 milhões. Isso é crime contra o patrimônio de Goiás. É preciso que a população peça explicações para quem ficou oito anos governando o Estado.
[B]DN[/B] – Para o senhor, que atualmente preside o PMDB em Goiás, qual será o futuro da legenda nas eleições municipais de 2008? O prefeito de Goiânia, Iris Rezende, deverá disputar a reeleição?
[b]Maguito[/b] - O Iris é candidato a reeleição. Nós teremos candidatos em praticamente todos os municípios goianos. O PMDB será competitivo nas eleições municipais e vai eleger um grande número de prefeitos, vices-prefeitos e vereadores. Vamos, naturalmente, também fazer alianças em muitas cidades, como o PMDB na cabeça (de chapa) ou com o PMDB na (vaga de) vice.
[B]DN[/B] – O senhor ficará somente na articulação? Ou poderá disputar a Prefeitura de Jataí?
[b]Maguito[/b] – Não. Ficarei na articulação, presidindo o partido e caminhando o Estado todo, para ajudar os companheiros. Eu não disputarei eleições no próximo ano.