Publicado em 10 Junho 2007
Euclides Oliveira - Colinas do Sul
Euclides Oliveira

Emilson (esposo da prefeita), Cristina e a senadora Lúcia Vânia
A senadora Lúcia Vânia (PSDB) esteve na manhã de sábado (1º/6) em Colinas do Sul, onde participou de uma série de inaugurações de obras na cidade administrada pela prefeita Cristina Fiúza Adorno (PSDB), por ocasião do 18º aniversário do município. Na bagagem, Lúcia Vânia levou muitos aplausos dos colinenses e um pedido da prefeita para que Colinas do Sul seja agraciada com recursos federais para melhoria de seu sistema de abastecimento de água, que se encontra bastante deficiente no momento atual. Antes de almoçar com a chefe do Executivo num hotel do pequeno município, na companhia de outras autoridades das regiões de Niquelândia e de Minaçu, a senadora concedeu entrevista ao Diário do Norte. Na rápida conversa, Lúcia Vânia disse que os partidos da chamada base aliada ainda não aprofundaram as discussões sobre o nome que poderá ser consenso para tentar derrotar Iris Rezende (PMDB) na disputa pela Prefeitura de Goiânia, no próximo ano. Ela reconhece que Iris é um adversário forte, mas assinalou que o prefeito da capital não é um adversário imbatível. Lúcia Vânia, que foi eleita para o Senado em 2002, disse ainda que somente será candidata em 2008 se houver extrema necessidade do grupo. Anunciou que pretende disputar a reeleição para o Senado, em 2010; defendeu a união de um único nome; e sugeriu os nomes de Barbosa Neto, Raquel Teixeira e Ernesto Roller para o pleito na capital. Indagada sobre a crise financeira no Estado, a senadora culpou o fraco desempenho da agricultura em 2006 para tentar justificar as dificuldades enfrentadas pelo governador Alcides Rodrigues (PP). "Foi um ano muito difícil para o Estado de Goiás. Eu acredito que isso seja passageiro, pois estamos em franca recuperação da agricultura. Obviamente, todo governo que começa precisa iniciar seu trabalho fazendo economia, retendo um pouco os gastos, para que possa investir mais à frente", afirmou Lúcia Vânia.
[b]Diário do Norte[/b] – Qual deverá ser o critério dos partidos da base aliada ao Governo do Estado para a escolha do candidato do Tempo Novo para a Prefeitura de Goiânia, nas próximas eleições?
[b][b]Lúcia[/b] Vânia[/b] – Os critérios a serem estabelecidos ainda não foram discutidos pelo partido (pelo PSDB). Estamos ainda numa fase de apoiar o governo que se instalou e fortalecer as ações que estavam em andamento. Embora o assunto esteja bem adiantado nos municípios, principalmente no interior, na capital ainda a discussão não se consumou. Acredito que a escolha do candidato terá que observar o nome que apresente melhores possibilidades de representar e também unir a base, em primeiro lugar; e ter apelo eleitoral, em segundo lugar. Isso é fundamental, pois o candidato irá disputar com o prefeito Iris Rezende, que é um adversário forte, sem dúvida nenhuma.
[B]DN[/B] – A senhora, pessoalmente, acredita em seu apelo eleitoral para ir à disputa contra o atual prefeito da capital?
[b]Lúcia[/b] – Olha, eu já tentei uma vez a Prefeitura de Goiânia. Agora, nós temos que buscar um nome novo, que possa agregar essa base. Ainda não temos esse nome. Temos lideranças jovens que estão tendo a oportunidade de assumir trabalhos importantes, como o Barbosa Neto (do PSB, ex-deputado federal e atual presidente da Agência Goiana de Turismo/Agetur), a Raquel Teixeira (do PSDB, deputada federal licenciada e atual secretária estadual de Cidadania); e o Ernesto Roller (do PP, deputado estadual licenciado e atual secretário estadual de Segurança Pública). São jovens que estão iniciando um trabalho novo e que poderão se fortalecer junto ao eleitorado goiano.
[B]DN[/B] – Então, a senhora realmente não pretende colocar seu nome para as próximas eleições?
[b]Lúcia[/b] – Só se for por extrema necessidade. Se houver um apelo do partido para que a base se mantenha unida, é claro que eu não vou poder fugir. Eu disputei a eleição para o Senado com o Iris. A eleição em Goiânia, pelo menos agora, não está nos meus planos. A minha pretensão é a reeleição para o Senado (em 2010).
[B]DN[/B] – Nion Albernaz está fora do processo para a escolha do candidato em Goiânia?
[b]Lúcia[/b] – Eu acredito que o Nion não tenha interesse em disputar, nesse momento. Ele está muito afastado (da política) e a cidade cresce muito. Muitos jovens não acompanharam de perto a sua gestão. Então, eu acredito que ele, como eu, deverá deixar seu nome à disposição do partido, para uma eventualidade.
[B]DN[/B] – O deputado federal Carlos Alberto Leréia (PSDB) disse recentemente ao [B]DN[/B] que a tentativa de reeleição do prefeito Iris Rezende somente será brecada na capital se a base aliada lançar vários candidatos, invocando a tese de que isso facilitaria a divisão de votos entre os eventuais postulantes. Como a senhora observa esse comentário?
[b]Lúcia[/b] – Se a base (aliada) se dividir, ficaria mais difícil. Ele (Iris) teria a possibilidade de ganhar no primeiro turno. Iris não é um adversário fácil, mas não é imbatível.
[B]DN[/B] – Tanto o PSDB, como a senhora, fazem oposição ferrenha ao governo do presidente Lula e também em relação ao PT. Essa postura não traz prejuízos para que o governador Alcides Rodrigues (PP) consiga trazer para Goiás os recursos federais que tanto almeja e que o Estado necessita?
[b]Lúcia[/b] – Realmente, eu faço oposição, mas eu não concordo que seja ferrenha como você disse (risos). Na verdade, eu faço é o papel de acompanhar, fiscalizar e criticar aquilo que eu acho que não está correto, principalmente na área social. Eu não tenho percebido nenhuma discriminação do governo (federal) em relação ao meu trabalho, que tem sido muito elegante comigo. Tenho conseguido liberar recursos, inclusive inaugurando um posto de saúde que eu trouxe aqui para Colinas do Sul. Sou presidente da Comissão de Desenvolvimento Regional, no Senado, e também faço o possível para a aceleração de projetos, para colaborar com o governo.
[B]DN[/B] – O Estado de Goiás vive uma grave crise financeira. Na avaliação da senhora, o que estaria acontecendo?
[b]Lúcia[/b] – Na verdade, todo o governo que começa, começa com uma certa dificuldade. O governo anterior, do Marconi (Perillo, ex-governador e atual senador pelo PSDB), foi muito operante, com muitas obras feitas em todos os cantos do Estado. No ano passado, tivemos uma crise muito forte na agricultura. Isso, obviamente, afetou a arrecadação do Estado e o ânimo das pessoas nos municípios, porque afeta o comércio. Foi, portanto, um ano muito difícil para o Estado de Goiás. Eu acredito que isso seja passageiro, pois estamos em franca recuperação da agricultura. No próximo ano, deveremos estar com o Estado a todo vapor, para investir em obras importantes.
[B]DN[/B] – Esse endividamento não prejudica os planos do governador para os próximos quatro anos, então?
[b]Lúcia[/b] – Absolutamente. Essas dificuldades são circunstanciais. Eu não vejo ninguém começar 'embalado' como quem terminou (de governar). É natural que as pessoas que participaram do governo anterior tivessem um período de muitas inaugurações, de muita movimentação. Obviamente, todo governo que começa precisa iniciar seu trabalho fazendo economia, retendo um pouco os gastos, para que possa investir mais à frente. (Euclides Oliveira - Colinas do Sul)