PT apresenta nome próprio em Porangatu

O pré-candidato do PT à Prefeitura de Porangatu, José Uilton, finalmente resolveu se apresentar à sociedade através das páginas do Diário do Norte. Filho da cidade, ele disse que um governo petista no município representa o avanço, a democracia e a alternativa política capazes de alavancar o crescimento do município e região. Avisa ao PMDB que não quer ser responsabilizado por uma eventual divisão da oposição do município e que, por isso, espera apoio dos peemedebistas à sua campanha. Lembra que o presidente Lula deseja ardentemente que o PT eleja o prefeito de Porangatu e que vai buscar consolidar o seu nome para o enfrentamento político. Mais: José Uilton é funcionário do Banco do Brasil e desde 2002 está na carreira sindical dos bancários, ocupando um cargo na diretoria da CUT.

Diário do Norte – Por que o senhor quer ser prefeito de Porangatu?
José Uilton – Aspirar uma candidatura à Prefeitura de Porangatu é de grande valor para mim. Afinal, Porangatu é minha cidade natal e onde eu me criei. Eu sou filho, neto, bisneto, tataraneto de porangatuenses e meus ancestrais ajudaram a fundar essa cidade. Muito me orgulharia se eu puder governar minha cidade.

DN – O senhor esteve fora por algum tempo. Isso não o afastou dos problemas do município?
José Uilton – Por circunstância de minha profissão eu estive trabalhando fora por alguns anos, mas nunca me afastei de Porangatu. Veja, meu domicílio eleitoral é aqui, minha filiação partidária é aqui, casei-me com uma porangatuense, nunca deixei de votar e sempre estive muito antenado com os problemas de minha cidade. E é exatamente esse o motivo do retorno, por que os problemas que vivenciei em minha juventude ainda estão aí, e muitos deles até se agravaram. A experiência acumulada em meu tempo fora daqui me deu crescimento e a experiência política necessária para poder contribuir com a minha cidade.

DN – Muitos dizem que o senhor pretende apenas tornar-se mais conhecido com uma candidatura a prefeito. Falam, inclusive, que o senhor poderia ser o vice na chapa do PMDB. Procede?
José Uilton – Por ter conquistado todos os cargos eletivos, inclusive o da presidência da República, nosso partido não pode ser usado por alguém que queira apenas se promover e eu posso garantir que o PT não lança candidaturas apenas para demarcar posições. O curioso é que esse questionamento é feito por membros de partidos que foram fundados depois que o PT lançou sua última candidatura à prefeitura do município, em 1988. As pessoas que estão ligadas a essas forças não podem falar que o PT esteja começando agora, ou que devesse ter pretensões mais humildes. O Partido dos Trabalhadores pavimentou um longo caminho aqui em Porangatu, tem uma militância organizada, fiel e participativa, e não dá para ficarmos mais tempo sem ter uma candidatura própria a prefeito. Nós não cederemos à pressão política e não há risco de nenhuma proposta financeira que mudará o rumo de nossas pretensões. Não tem tostão, não tem milhão e não tem bilhão que vai tirar nosso sonho de disputar as eleições.

DN – Qual a relação do pré-candidato José Uilton com o Governo Federal?
José Uilton – Nós temos um presidente da República que, pela segunda vez, governa o País, e que, por sinal, faz o melhor governo de todos os estadistas que o Brasil já teve, e temos canais consolidados com o governo federal nunca vistos na história de Porangatu. E o presidente Lula quer muito que Porangatu tenha um prefeito do PT. E nós estamos de braços abertos para conversar com todas as forças que desejam construir um novo ciclo na política de Porangatu. Precisamos de todos os partidos que fazem oposição no município e todos eles estão convidados para compor com a gente. Porangatu precisa sair do ciclo vicioso de derrotas e entrar no ciclo virtuoso de conquistas. Com o PT na cabeça de chapa, não serão os partidos aliados que sairão vitoriosos das urnas, mas sim a população porangatuense.

DN – Mas e o PMDB, que já anunciou que terá candidatura própria à prefeitura, não quer o PT junto com ele em outubro?
José Uilton – O PT está sendo chamado pela oposição para que cheguemos unidos nas eleições, mas o PT também está chamando essas forças, e se equivoca quem duvida da ousadia do PT. Nós temos projeto, conteúdo político, uma grande articulação e não podemos ser julgados pela simples condição de não termos recursos financeiros como outras lideranças. As eleições de 2008 não serão decididas a partir da estruturação financeira, e nem tem como se gastar muito dinheiro em uma campanha política, por que pode configurar crime eleitoral. Nós vamos apresentar uma proposta diferenciada, apoiada pelas forças populares. E o setor dominante pode estar certo que o PT não governa apenas para um setor. Os empresários têm um papel muito importante e o PT quer conversar com todos eles.

DN – Então a oposição sai dividida para o embate?
José Uilton – Eu acredito que o PMDB possa vir a somar com o PT. O PT tem bem claro que, se toda a oposição apoiar a candidatura do pré-candidato do PMDB, nós teremos boas chances de vencer em Porangatu. Mas, se toda a oposição se unir em torno de nossa candidatura, nós não teremos o menor risco de perdermos as eleições, principalmente por não termos o desgaste que a pré-candidatura do PMDB possa ter. E não queremos ser acusados de termos dividido a oposição, até por que o PT sempre esteve junto na oposição. Apenas avaliamos que é melhor não arriscarmos com uma candidatura que possa comprometer o trabalho da oposição em Porangatu. O PT está recebendo bem quem está descontente com a situação e com a oposição e, com isso, estamos crescendo a cada dia e abrindo um espaço muito grande para uma nova alternativa. E eu agradeço imensamente às pessoas que me deram essa oportunidade de ser o pré-candidato do PT.