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Nédio Leite

Pronto para mais um embate eleitoral

Ex-prefeito de Jaraguá trabalha para repetir o feito de 2006 quando conquistou mais de 28 mil votos para deputado


Publicado em 15 Março 2010

João Carvalho - Jaraguá

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João Carvalho
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Nas eleições de 2006, ele obteve mais de 28 mil votos na briga por um mandato de deputado estadual. Mas teve o seu mandato cassado pela Justiça Eleitoral. Em 2008 disputou novamente. Dessa vez pleiteou a Prefeitura de Jaraguá, sua cidade, onde se elegeu em 1992. Perdeu a disputa para Lineu Olímpio, cujo gestão ele prefere não avaliar. “A população é quem deve avaliar se ele está bem ou não”, diz. Mas o ponto mais polêmico da entrevista é sobre a sua saída do governo. Era secretário extraordinário de Alcides Rodrigues e filiado ao PP. Deixou o partido para ingressar no PSDB. Motivo, segundo ele, o PP o teria abandonado. Isso mesmo. Ele diz que não abandonou o partido do governador, mas foi o PP quem o abandonou ao tentar impor “ideologia aos membros da legenda”. Isso através do secretário de Infraestrutura, Sérgio Caiado, que teria sugerido a Nédio tirar o cavalinho da chuva se tentasse apoiar Marconi Perillo. Para ele, não há nenhuma razão para apoiar outra candidatura que não seja a do tucano. “Não tenho condições morais de pedir votos para outro candidato”, declara. Nédio ainda comenta as candidaturas de adversários em Jaraguá. 

Diário do Norte – O senhor disputa novamente eleições visando uma cadeira na Assembleia Legislativa?
Nédio Leite – Eu fui bastante penalizado nas últimas eleições para deputado. Conquistei uma expressiva votação, no entanto, a Justiça me tomou o mandato. Mas eu não deixei, nesses anos todos, de fazer política, apesar de não estar exercendo nenhum cargo, mas mantive contatos com todas as minhas bases. E portanto hoje essas bases aguardam a minha volta. E a prova é que eu tenho apoio em todas as cidades onde tive respaldo político. Isso me deixa otimista para pleitear uma nova candidatura. E acredito que a minha ida para o PSDB reforçou os apoios na região. Agora no PSDB eu recebi mais apoios do partido. Portanto, estou disposto a participar da campanha, juntamente com o senador Marconi Perillo, que me motiva mais ainda a disputar as eleições. Ele sempre me deu muito apoio e eu não poderia jamais me furtar de uma candidatura para ajudá-lo na sua campanha ao governo do Estado.

DN – O senhor teve mais de 28 mil votos nas eleições de 2006. Qual segurança o eleitor terá de que dessa vez o seu mandato não será cassado?
Nédio – Essa questão de ação eleitoral é igual a motorista de trânsito. Qual não tem uma multa de trânsito? Quem está na política está sujeito a sofrer esse tipo de ação. Mas a minha foi toda resolvida. Hoje tenho todas as minhas contas aprovadas e certidões que me garantem. Não tenho nenhum impedimento hoje. Os meus amigos podem estar seguros disso. Falo amigos, porque eu sempre afirmo que obtive não foram votos, mas apoio de mais de 28 mil amigos, que acreditaram no nosso projeto e confiaram na nossa campanha. Na época da campanha, em 2006, houve um processo muito forte, por parte dos adversários, de divulgação das ações que eu enfrentava, apesar de contar na época com decisões que me garantiam na campanha, inclusive, no dia da posse, eu tinha certidões que indicavam aprovação das minhas contas. 

DN – O que motivou o senhor a deixar o PP para ingressar no PSDB?
Nédio – Eu diria que não deixei o PP. Na verdade, foi o PP quem me deixou. Eu não concordo com a ideologia que o PP está impondo para os membros do partido. Nós sabemos perfeitamente que o PP é um partido de direita. E hoje ele está mudando toda essa condição. Hoje o PP não descarta se aliar ao PT ou ao PMDB. Inclusive estão afirmando que a sigla terá candidatura própria, mas não dá segurança à sociedade. O partido não promoveu um nome próprio para disputar as eleições. Nosso partido tem excelentes quadros, mas que não foram trabalhados para essa eleição. E nós, da base aliada, tínhamos a esperança de que a base aliada pudesse reeditar a aliança das últimas eleições com apoio ao senador Marconi Perillo. E hoje acredito que seja tarde para indicarmos um candidato. E a tendência do PP é seguir outros caminhos. E eu não concordo com esse direcionamento do partido. Assim, achei melhor deixar o partido. Sou coerente com a minha posição e agora vou acompanhar o senador Marconi, que é um político que eu acompanho desde 1992. Desde essa época nós fazemos política juntos. Então, não poderia deixar de apoiá-lo nesse momento.

DN – Quem exatamente está tentando impor ideologias novas no PP?
Nédio – Essa questão nossa é da direção do partido. Nosso presidente, Sérgio Caiado, sempre teve uma ideia divergente da minha. Eu sempre dizia para ele sobre a questão de apoiar o senador Marconi. E na última conversa que nós tivemos, ele foi taxativo e disse que quem quisesse apoiar o senador Marconi no PP poderia tirar o cavalo da chuva. Eu fiz o que ele pediu. Tirei o meu cavalo da chuva enquanto era tempo. Eu não tenho condições morais de chegar num determinado município e trabalhar contra o senador Marconi.

DN – O senhor deixou o governo magoado em relação ao governador Alcides Rodrigues?
Nédio – Eu não deixei o governo magoado com o governador Alcides. Ele é um companheiro que sempre me deu respaldo. Mas estou magoado agora. Eu escrevi uma carta para ele informando que compreendia e recebia com naturalidade a minha demissão. Faz parte do processo político. Eu optei por um caminho e não poderia pensar que deixaria o PP e continuaria como secretário dele. O que eu acho estranho é ele demitir pessoas que ajudaram a colocar ele no governo. Tenho companheiros que seguraram a bandeira do governador, ajudaram na campanha e contribuíram para sua vitória. E hoje ele está tirando esse pessoal do governo para colocar adversários que lutaram para que ele não chegasse no governo. Então é isso que me deixa magoado. Agora eu fico ressentido dele tirar pai de família da estrutura do governo. Muitas dessas pessoas tinham salários de R$ 700,00.

DN – O senhor entende isso como perseguição política?
Nédio – Não posso entender de outra forma. São pessoas sérias, qualificadas e que estão trabalhando.

DN – Há ingerência por parte de adversários nessa ação do governador, ou trata-se de ações isoladas do próprio governador?
Nédio – Não acredito que seja ação do governador. Mas trata-se da ação de pessoas que estão usando o governador. E digo mais, há muitos políticos que nesse momento estão ao lado do governador, mas vão abandoná-lo assim que forem realizadas as convenções.

DN – A candidatura do senador Marconi Perillo corre riscos diante do processo de isolamento a que está sendo submetido?
Nédio – Não acredito que o senador corre esse risco. Político nenhum vai contra a opinião pública. E hoje a opinião pública está a favor do senador. E muitos partidos vão apoiar, na sua grande maioria, a candidatura do senador Marconi. O DEM, por exemplo, não tem outro caminho. A 3ª Via não dá alternativa de vitória aos partidos.

DN – Como está a pré-campanha do senhor?
Nédio – Eu nunca deixo de fazer política. Estou dedicando tempo a todos os meus contatos e tenho recebido manifestações de apoio em todas as regiões onde trabalho. Só para se ter uma ideia, recebi praticamente manifestação de apoio de todos os vereadores de Carmo do Rio Verde. Eles querem apoiar a minha candidatura desde já. Isso nos deixa otimistas e com disposição maior para trabalhar. Hoje tenho 31 cidades cujas lideranças estão manifestando apoio a minha candidatura.
DN – Considerando a crise que o País viveu no ano passado, qual análise o senhor faz da gestão do prefeito Lineu Olímpio, em Jaraguá?
Nédio – Eu gostaria de deixar para os eleitores de Jaraguá fazer essa avaliação. Sou oposição ao prefeito no município. Apesar dele estar num partido da base do governador, até hoje não manifestou quem será o seu candidato ao governo do Estado. E eu acho um erro o político não ter decisão própria e que fica aguardando os acontecimentos. Ele não é candidato, então eu prefiro que a própria comunidade julgue a sua gestão.

Deixei o governo sem mágoas do governador Alcides. Mas hoje me sinto magoado. Afinal, estão demitindo pessoas de salário baixos.

DN – Em Jaraguá as eleições são acirradas. Que recado o senhor manda para os seus adversários em relação a esta campanha?
Nédio – Toda campanha tem uma maneira de ser encarada e trabalhada. Temos vários pré-candidatos da cidade que buscam o seu legítimo direito de pleitear uma candidatura. Isso faz parte do processo político. Agora, a pessoa não tem o direito de querer levar o eleitor numa ilusão. Nós sabemos que uma candidatura de sucesso não depende exclusivamente da nossa cidade. Depende também de uma base forte fora da cidade. Não vejo expectativas de apoio para esses candidatos e nós não podemos municipalizar uma eleição estadual. Jaraguá é minha principal base eleitoral. É onde eu sempre tenho uma votação expressiva e farei o trabalho que for necessário. Agora eles não têm expressão no Estado. Municipalizam a campanha, mas não conquistam os votos necessários para vencer uma eleição.

DN – O senhor vai votar em Serra ou Dilma?
Nédio – Por uma questão de fidelidade partidária, votarei no José Serra para presidente.


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