Publicado em 13 Janeiro 2008
Euclides Oliveira
DN – O que a população pode esperar de sua administração em 2008?
Luciano – Vou repor toda a perda salarial do nosso funcionalismo, que há dez anos não recebe aumento. Tínhamos funcionários, como um operador de máquinas, que ganhavam três salários mínimos (R$ 1.140) há dez anos e hoje ganha apenas um salário e meio (R$ 570). Então, eu vou repor essa perda. Ainda em Souzalândia, estou terminando a agência dos Correios; e construindo um salão comunitário. Começo, agora em 2008, em parceria com a Anglo American, a construção de um salão de festas, de uma creche; e de uma escola municipal no valor de R$ 500 mil, aproximadamente. E vou começar na Laguna também um Posto de Saúde. Tenho certeza que, de agora em diante, a população vai acreditar muito mais em mim e em algum político sério que, um dia, irá entrar nessa Prefeitura de Barro Alto.
DN – Em que valor ficou orçada a peça orçamentária de 2007? Qual a expectativa do volume de recursos a serem gastos pela Prefeitura de Barro Alto em 2008?
Luciano – Em 2007, nós trabalhamos com uma média de R$ 750 mil a R$ 800 mil por mês, depois que começou a entrar o ISSQN da empresa. De uns três meses para cá, houve aumento de R$ 150 mil a R$ 180 mil no ISS. Acredito que iremos trabalhar em 2008 com recursos acima de R$ 1 milhão/mês. Isso significa que ainda há muita coisa boa para acontecer em Barro Alto, pois o dinheiro está sendo administrado com transparência e honestidade.
DN – O senhor já criticou ferozmente a Anglo American por retirar o níquel de Barro Alto para apenas fazer o beneficiamento do minério em Niquelândia, o prefeito é um homem agora satisfeito com a presença da mineradora no município?
Luciano – Esse minério de Barro Alto foi descoberto há 50 anos. O meu pai (Alfredo Lucena, já falecido) chegou aqui na década de 70, atrás desse minério. Por felicidade minha e do próprio município, exatamente no ano da minha administração, a Anglo American hoje significa uma esperança para uma melhor qualidade de vida em Barro Alto, para as pessoas que estão vindo morar aqui. Falo, de peito aberto, que tenho a maior admiração e respeito pela Anglo American; e da mesma forma, acredito que eles têm esse sentimento em relação à minha pessoa.
DN – Apesar desses argumentos do senhor, a Anglo American não pode virar o que se conhece popularmente por "faca de dois gumes", considerando-se que a multinacional poderá trazer problemas sociais para a cidade, quando o projeto estiver concluído, se não empregar os moradores do município?
Luciano – Eu tinha esse medo. Temos exemplos de várias mineradoras que, ao chegar numa cidade, não firmavam nenhum compromisso com a sociedade. Tiravam o minério e, depois, viravam as costas. O minério, você sabe, se colhe apenas uma vez. A Anglo American tem uma política de sustentabilidade. Ela investiu e está investindo em Barro Alto. Nós (a prefeitura) reduzimos os impostos. Também tenho me interessado muito em qualificar o jovem; e noto que, por parte da empresa, a preferência (para os empregos) é pelas pessoas de Barro Alto. Agora, se você tem uma mineradora e dá uma oportunidade para a sociedade do município se qualificar, mas se esses jovens não aproveitarem essa oportunidade, a empresa não vai poder 'segurar' quem não tem qualificação. A Anglo American abriu um espaço nesse sentido e só não irá se qualificar quem não quiser. Essa empresa veio para ficar por 50 anos, no mínimo, em Barro Alto. Teremos uma cidade sustentável ao final desse período. É o que a empresa quer, para que as futuras gerações mantenham esse município, no dia em que acabar o minério.
DN – O que a prefeitura está fazendo para minimizar eventuais impactos ambientais que possam surgir em decorrência da atividade industrial da Anglo American?
Luciano – Toda mineradora causa impacto ambiental. Seria bobagem eu dizer que não existe isso. Mas a política e o projeto da empresa são conscientes das conseqüências da retirada do minério. Quando uma área não puder mais ser explorada, a Anglo American possui projetos de reflorestamento com vegetação nativa.
DN – Barro Alto será beneficiada com uma verba federal para a implantação de um núcleo de qualificação profissional, em parceria com o governo estadual. Como se deu a escolha do município, nesse sentido?
Luciano – Há dois meses, nós recebemos um ofício do governo do Estado, com uma surpresa muito grande, pedindo que mandássemos vários documentos, pois havíamos sido convidados para integrar um projeto do governo federal para 500 municípios do Brasil. Em Goiás, serão apenas 16 cidades. Em Barro Alto, será implantado um núcleo de qualificação nas áreas de Mecânica e de Elétrica. Estivemos com o governador e com o ministro da Integração Nacional (Geddel Vieira Lima) e acredito que, até março, vamos começar essa obra. Será um projeto grande, em que eu acredito num investimento acima de R$ 1 milhão em Barro Alto, para qualificar os nossos jovens.
DN – No último dia 1º de janeiro, o governador Alcides Rodrigues completou um ano no cargo. O que senhor espera dele?
Luciano – Sou parceiro dele, mas ainda estou cobrando do governador uma visita ao nosso município. Temos um investimento de 1 milhão e 200 milhões de dólares, de uma única empresa. Outras também vão investir aqui, mas até agora o governador não veio aqui. Acredito no trabalho do Alcides, mas ele está devendo uma visita em Barro Alto. Nossa população praticamente vai dobrar, em até três anos. Precisamos de investimentos em infra-estrutura, para a melhoria do nosso sistema de abastecimento de água, da Segurança Pública. Isso é tudo obrigação do Governo do Estado e eu espero que ele (Alcides) cumpra as obrigações dele.
DN – O governador apresentou, recentemente, um plano de reforma administrativa, no sentido de eliminar o déficit de R$ 100 milhões mensais nas contas públicas do Estado. Como o senhor vê essa crise?
Luciano – Eu não posso falar mal do Alcides. Todo mundo sabe a situação em que o Alcides Rodrigues pegou o governo. Goiás é um Estado endividado, da mesma forma em que eu peguei a prefeitura. Se você não tem dinheiro, não se faz nada. Acho que ele está no caminho certo. Foi um ano de 'mão fechada', em que ele reduziu os gastos.
DN – O senhor espera apoio do governo estadual nas eleições municipais de 2008?
Luciano – Lógico. Sim, espero o apoio do governo do Estado. Se o governador quiser continuar forte, com uma base aliada forte, ele (Alcides) terá que ajudar os prefeitos, para que os prefeitos possam ajudar os vereadores, no sentido de 'fazer' (ganhar) o máximo de prefeituras que for possível.
DN – Inclusive o senhor?
Luciano – Eu acho que estou no caminho certo. Tenho uma aprovação alta (do mandato), através de pesquisas. Estou trabalhando. Você me conhece. Sou um cara humilde. O poder não subiu à minha cabeça em momento algum, até porque poder de prefeito de interior é "poderzinho" pequeno. Se você deixa esse "poderzinho" pequeno subir na sua cabeça, é porque você é um fraco.
DN – Essa é uma confirmação de que o senhor é candidato a reeleição...
Luciano – Se fosse hoje, eu seria candidato natural. Agora, falta um ano e muita coisa ainda pode acontecer. Eu só tenho feito as coisas boas, não pratico perseguição contra ninguém, para atrapalhar ou prejudicar alguém. Quando você tem um pensamento bom, quando você é um cara honesto e justo, Ele (Deus) está do seu lado.
DN – Que recado o senhor manda aos seus adversários políticos em Barro Alto?
Luciano – Barro Alto perdeu muito, nos últimos anos, com a política de perseguição, uma política "politiqueira". Vivemos hoje um divisor de águas. Estamos deixando de ser uma cidade pacata e sem infra-estrutura para estar entre as melhores cidades do Estado de Goiás. Através da riqueza do nosso município, teremos condições de dar um padrão de vida ao nosso povo. Se os futuros políticos continuaram pensando da forma que os outros pensavam no passado, Barro Alto vai caminhar para trás.
DN – Como está a representatividade de Barro Alto na Assembléia Legislativa, em Goiânia; e na Câmara Federal?
Luciano – Eu tenho o deputado estadual Helio de Sousa (DEM, de Goianésia), que é da base do governo. Ele tem me ajudado, mas não da maneira que Barro Alto precisaria. Agora, acredito que o empenho dele deve ter ocorrido dentro das limitações do governo Alcides, que pegou um Estado 'arrebentado'. Infelizmente, o então deputado Vilmar Rocha (DEM), que trouxe algumas obras para Barro Alto, não foi reeleito. Tenho comigo também o deputado federal Luiz Bittencourt (PMDB), que é amigo da minha família, que mais me ajudou até hoje. Ele deve ter colocado mais de R$ 1 milhão em emendas para recursos federais para Barro Alto. E também o senador Demóstenes, que conseguiu R$ 1 milhão para o lago, numa cidade que tem 5 mil eleitores.
DN – Como está o processo de inclusão de Barro Alto ao Entorno do Distrito Federal?
Luciano – Daqui a Taguatinga (DF) são apenas 185 quilômetros. Conseguimos isso através do meu irmão e das amizades que ele tem em Brasília. Ainda não pude fazer parte da Associação dos Municípios do Entorno de Brasília, pois o meu tempo está sendo curto, em função do projeto da Anglo American. Neste ano, vou procurar a associação do Entorno para verificar quais são os recursos que poderemos trazer para Barro Alto, além do que já recebemos do Estado de Goiás. A nossa inclusão no Entorno é porque esses municípios têm mais facilidades para a obtenção de financiamentos; e pela existência de uma carga tributária mais baixa, para a implantação de novas empresas.
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