Publicado em 29 Junho 2008
No período em que PMDB reinava absoluto no Estado (1982/1998), a cidade de Goianésia representava uma espécie de trincheira da oposição ao então líder Iris Rezende. Mas um dado interessante chama a atenção. De 1962 - quando Otávio Lage de Siqueira (já falecido) venceu as eleições -, até 2004, o PMDB só conseguiu uma vitória na disputa pela prefeitura. Foi justamente com Naves, em 1992. Em todas as outras eleições, o grupo ligado à família Siqueira sempre se deu bem. Gilberto Naves, que havia prometido para si mesmo não mais disputar as eleições, resolveu abrir mão da sua promessa e está de volta. Ele é o nome do PMDB. E promete uma campanha ética e focada no debate para articulação de projetos. Ele critica a atual gestão ao afirmar que hoje a administração tem um viés administrativo com foco empresarial, deixando de lado o ser humano. Sem um plano de governo concluído, Gilberto diz que em Goianésia há uma forte polarização e jamais haverá eleições fáceis no município.
Diário do Norte – De que maneira o senhor pretende disputar as eleições em Goianésia considerando a força do grupo político que atualmente ocupa a prefeitura?
Gilberto Naves – O partido concluiu que nesse momento o meu nome representa a unidade do partido e também a possibilidade alianças com outros segmentos partidários no município.
DN – Há quanto tempo o senhor não disputa uma eleição?
Gilberto – Há dez anos que eu não disputo uma eleição. Inclusive eu tinha feito uma definição pessoal de não mais participar de disputas eleitorais. Mas diante do apelo e companheirismo dos nossos aliados em Goianésia, não tive outra escolha a não ser aceitar esse desafio novamente.
DN – Qual será o diferencial da campanha do PMDB em relação à do PSDB em Goianésia?
Gilberto – Acho que acima de tudo tem que ser uma campanha voltada para um projeto administrativo e político. A sociedade hoje está cada vez mais exigente. As diferenças ideológicas de partido, cada vez menores. Então, isso leva o eleitor a fazer opção para quem oferecer um projeto mais viável, mais consistente e mais bem elaborado. Tem que haver o compromisso de um trabalho que represente avanços para a sociedade. Então, a nossa preocupação hoje é montar um projeto que represente verdadeiramente uma boa alternativa para Goianésia.
DN – O senhor já tem o projeto?
Gilberto – Tenho o básico. Tenho as idéias desse projeto. Tenho os princípios que vão nortear esse projeto. Agora falta conversar mais com a sociedade e com os segmentos organizados para poder detalhar esses princípios e colocar em termos concretos de como eles seriam elaborados. Esse detalhamento virá no debate da convenção até o lançamento oficial da campanha.
DN – O senhor percebe sentimento de mudança no eleitorado de Goianésia?
Gilberto – A sociedade espera aprimoramentos. Nós vivemos um momento em Goianésia em que a sociedade quer no ritmo acelerado de crescimento, de obras, de realizações, mas que também tenha uma política voltada para a valorização da cidadania e da pessoa humana. Enfocar a pessoa humana dentro do contexto sócio-cultural do município é uma das vertentes mais fortes do nosso projeto. Ou seja, colocar a pessoa humana como centro das atenções do projeto administrativo.
DN – Essa seria uma falha da atual gestão de não colocar o cidadão e o ser humano no foco principal da administração?
Gilberto – Sim. A administração atual é muito parecida com uma gestão empresarial. Ela se assemelha e se amolda a uma empresa. E dentro dessa ótica é desenvolvido todo o trabalho junto à população. É como se nós estivéssemos gerindo uma empresa privada, com objetivos de lucros econômicos. E o que nós entendemos é que o grande lucro de uma administração é a qualidade de vida do povo, é a satisfação pessoal e a integração do indivíduo dentro do contexto político administrativo.
DN – O senhor vai enfrentar uma eleição numa cidade em que o atual grupo político só perdeu eleições uma vez nos últimos 40 anos. Isso o preocupa?
Gilberto – Nós vencemos uma eleição municipal. Eu consegui ser o mais votado dentro de Goianésia como deputado estadual e tivemos também vitórias expressivas nas disputas ao governo. Agora é uma eleição muito disputada e difícil. Nós reconhecemos isso. Vai exigir muito trabalho, competência e dedicação. Na verdade é uma eleição equilibrada. Não tem eleição fácil em Goianésia, onde há uma forte polarização. Temos lá dois grupos bem distintos e consolidados. Será um pleito disputado voto a voto.
DN – Que análise o senhor faz do atual governo do Estado em relação à cidade de Goianésia?
Gilberto – O governador atual tem sido muito técnico na questão dos atendimentos aos municípios de Goiás. Não tem tido uma postura eleitoreira, não. Até aqui tem tentado, dentro das suas limitações e dificuldades que o Estado enfrenta, desenvolver uma ação técnica. E isso é bom para o Estado. Nós sabemos que os recursos do Estado não estão a serviço de politicagem.
DN – Que recado o senhor manda para o PSDB de Goianésia. O PMDB vai atropelar durante a campanha eleitoral?
Gilberto – Não. O PMDB terá uma postura muito ética e tranqüila. O debate é de idéias e de projetos. Não faremos campanha do desespero e de ofensas, de forma alguma. Somos democráticos, praticamos a democracia e temos um respeito muito profundo pelos nossos adversários e concorrentes. (João Carvalho - Jaraguá)
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