Publicado em 25 Janeiro 2009
Gil bueno
Em sua primeira entrevista ao Diário do Norte depois de empossado para o seu segundo mandato à frente da prefeitura de Porangatu, o prefeito José Osvaldo (PSDB) afirma que a população pode esperar quatro anos de progresso e desenvolvimento social jamais vistos no município. Apesar da crise financeira mundial, que já fechou indústrias em Porangatu, José Osvaldo acredita que projetos como a Bionasa, usina de biodíesel que entra em operação no mês de abril, e a construção da Ferrovia Norte/Sul garantirão a geração de emprego e renda para a população. Com relação às eleições de 2010, o prefeito acredita que o Tempo Novo será reeditado neste ano, com o grupo que elegeu Marconi Perillo e Alcides Rodrigues mais unido do que nunca. Ele também falou do papel desempenhado pelo deputado estadual Júlio da Retífica, "algo jamais visto na região", e da eleição da Mesa Diretora da Câmara de Vereadores de Porangatu, que alçou à presidência o vereador Odair Amorim (PSC), que faz oposição ao seu governo, e do tratamento que Porangatu tem recebido do Governo Estadual: "todo prefeito, quando busca benefícios para seu município, para sua região, sempre quer mais".
Diário do Norte – Qual cenário o senhor vislumbra para as eleições de 2010?
José Osvaldo – Estou muito otimista, principalmente quando se analisa as eleições municipais do ano passado no Norte de Goiás. Nós estamos com um grupo grande e fortalecido de prefeitos, preocupados com o desenvolvimento do Norte, a maioria dos quais eleitos com o apoio do governo do Estado e do deputado Júlio da Retífica. Desta forma, a possibilidade de se manter o grupo unido em torno de Marconi Perillo e de Alcides Rodrigues é bastante concreta.
DN – O senhor acredita, então, que o chamado Tempo Novo estará unido em 2010?
José Osvaldo – Com toda a certeza. É o grupo que elegeu Marconi duas vezes, com Alcides como vice-governador, e é o grupo que elegeu Alcides Rodrigues governador. Muitos prefeitos no Norte do Estado têm consciência de que foram eleitos com a ajuda de Alcides ou de Marconi, ou de ambos.
DN – O senhor acredita no surgimento de uma "terceira via", com Henrique Meirelles candidato ao governo do Estado?
José Osvaldo – Vejo uma possibilidade muito grande de o Henrique Meirelles ser candidato à presidente da República. Acredito que ele esteja preparado para disputar a presidência. Em Goiás, deverá sair dois ou três nomes para o governo e eu não acredito que Henrique Meirelles seja um deles.
DN – Marconi Perillo já declarou que é candidato ao governo do Estado. No caso de o governador Alcides Rodrigues lançar um outro nome, qual seria sua posição?
José Osvaldo – O Marconi Perillo é o candidato natural de nosso partido, mas eu apoio qualquer candidato lançado pela base, seja Marconi, seja outro nome de um dos partidos que faça parte do grupo. Mas nós estamos vivendo um momento em que irão surgir várias pré-candidaturas, e a exemplo do que ocorreu nos municípios no ano passado, veremos surgir um grande número de especulações em torno de vários nomes, é assim em todas as eleições. Mas na hora da definição, os projetos irão se afunilando, os acordos irão sendo costurados, e eu tenho toda a certeza que sairemos com um único nome.
DN – Mas se essa união não for possível, que nome apoiará?
José Osvaldo – Acima de tudo, eu tenho compromisso com o meu partido e sou leal a ele.
DN – Júlio da Retífica é o seu candidato a deputado estadual?
José Osvaldo – Ele também é o nosso candidato natural, e está fazendo um grande trabalho, me ajudando muito em Porangatu e também a toda a região, disponibilizando inteiramente seu gabinete para os políticos do Norte. Na história política de Porangatu, e do Norte do Estado, jamais se viu um deputado estadual que fizesse tanto quanto ele está fazendo.
DN – E para deputado federal, quem o senhor apoia?
José Osvaldo – Nós vamos continuar com o apoio ao Jovair Arantes.
DN – O senhor defende uma candidatura oriunda do Norte do Estado para o Senado?
José Osvaldo – Olha, isso nunca foi cogitado, mas é uma idéia, pois o Norte tem, cada vez mais, de conquistar o espaço político condizente com sua importância econômica. Eu já pensei na possibilidade de o Júlio da Retífica, por exemplo, sair candidato a deputado federal, mas se ele se candidatar a uma vaga no senado, com certeza estaremos empenhados na sua eleição.
DN – E, nesse caso, ou até se o deputado Júlio da Retífica desistir da reeleição, o senhor seria candidato a deputado estadual?
José Osvaldo – Todo o político está na mão do povo, na mão do grupo, na mão do processo eleitoral, e eu estou inteiramente à disposição. Mas meu projeto político é concluir o mandato de prefeito de Porangatu, que é para isso que fui eleito, e mesmo que o Júlio saia candidato a deputado federal, nós temos outros nomes que podem ser trabalhados para uma candidatura à Assembleia Legislativa do Estado. Mas, repito, todo o político tem de estar à disposição do grupo que o respalda para disputar uma eleição, qualquer que seja ela.
DN – O que determinou a derrota de seu grupo na disputa da presidência da Câmara de Vereadores de Porangatu?
José Osvaldo – De início, eu não queria me envolver nessa disputa e deixei para que o próprio grupo de vereadores da base encontrasse uma solução. Mas, posteriormente, reavaliei minha posição, pois é um grupo novo de vereadores e fomos eleitos juntos, e iniciei uma conversação sobre a importância de um deles assumir a presidência. No entanto, alguns vereadores da base aliada não entenderam assim, pois não estavam nessa mesma sintonia de grupo, de equipe, e preferiram passar a presidência para um vereador da oposição, embora o vereador Odair Amorim seja um parlamentar da mais alta competência. Eu acredito que faltou equilíbrio e lealdade ao grupo por parte desses vereadores e quem julgará esse procedimento será o povo, não o prefeito José Osvaldo. O povo vota em um grupo e cobra lealdade, cobra união, e não havia motivo algum para isso que aconteceu. Não lhes foi, em momento algum, imposto nomes, por mim ou por qualquer outra pessoa do Executivo. Meu único envolvimento foi manifestar o desejo que fosse eleito um vereador do grupo. Mas agora temos de mostrar que somos um grupo forte.
DN – Os vereadores Tunico da Ambulância e Genilto Pinto, do PSB, alegam que houve intransigência dos dois vereadores do PSDB (Maria Dirce e Valdeir Simões), que não aceitaram ficar fora da presidência, o que inviabilizou um presidente do grupo.
José Osvaldo – Eu não vejo como essa intransigência, se houvesse ocorrido, poderia atrapalhar o processo, pois a base aliada tem mais quatro vereadores além dos dois do PSDB, e quatro sempre vencem dois. Mas quem deve se explicar são os dois vereadores e para toda a população.
DN – O que a população de Porangatu pode esperar nesse seu segundo mandato?
José Osvaldo – Pode esperar um governo mais progressista, voltado para o desenvolvimento do município e para um aumento da qualidade de vida da população, com Porangatu alcançando o destaque que merece. Agora estou administrando com mais experiência, e a experiência é fundamental, pois aprendi muito nesses primeiros quatro anos de governo. Com certeza eu sou outro José Osvaldo e serei muito mais exigente com a equipe, cobrando mais ação, rapidez e resultados. O foco principal está, como sempre esteve, na educação, não só com obras estruturantes, a exemplo das reformas das escolas que estamos realizando, mas com a democratização da gestão escolar, com as eleições diretas para diretores, vice-diretores e secretários das escolas. Além das obras, estamos adotando um novo modelo administrativo e isso irá garantir resultados positivos para Porangatu. Já estamos dando demonstração disso.
DN – O senhor poderia dar alguns exemplos?
José Osvaldo – Estão sendo concluídas as reformas das escolas municipais Maria das Graças, Luiz Alves e Francisco Borges. A Escola Maria das Graças inicia este ano o curso em período integral, e não é apenas no papel, pois está sendo dotada de quadra coberta, piscina, auditório, laboratório de informática, e oferecerá aos seus alunos três refeições, atividades esportivas, reforço escolar, música, dança, teatro, informática, enfim, toda a estrutura de uma escola de período integral. Uma escola que estava com dificuldades para preencher suas vagas e hoje os interessados em estudar lá superam em muito as vagas oferecidas. Outros exemplos: no máximo até outubro, queremos inaugurar a Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) e a interligação da rede de esgoto na cidade, que tem mais de 30% da obra concluída. Da mesma forma, o Rodoshopping deverá ser inaugurado até dezembro. A nova sede da Assistência Social, no Campo do Badu; as obras de restauração da Matriz Velha, no Centro Histórico, e muito asfalto novo nos bairros.
DN – E com relação à Avenida Federal? Durante a campanha, o senhor prometeu que a reformaria completamente.
José Osvaldo – E vamos cumprir. Nós temos recursos de R$ 370 mil, viabilizados pelo deputado Júlio da Retífica, para substituir os paralelepípedos da Rua 14 por pavimentação asfáltica. Nossa intenção é transformá-la em uma rua comercial, dando mais opções aos empresários que desejem se instalar no município, ao mesmo tempo em que desafogaremos o tráfego da Avenida Federal. No caso específico da Federal, já temos um urbanista fazendo um projeto para estreitar o canteiro central, além de trocar a iluminação e realizar uma reforma paisagística total. E temos um projeto bastante ousado de construirmos um viaduto no cruzamento com a Floriano Peixoto. Já estamos estudando essa possibilidade e, se for viável, vamos buscar os recursos. Naquele local, passam, em média, 18 mil veículos por dia.
DN – O senhor poderia dar algum exemplo desse novo modelo administrativo?
José Osvaldo – Claro, a do Hospital Municipal, por exemplo. Lá, nós tínhamos um diretor geral, um diretor clínico e um diretor administrativo. O diretor geral, o Dr. Antonio Macedo, foi mantido na função; o Dr. Shigueuky Kussumoto, que era o diretor clínico e que muito nos auxiliou durante o tempo em que permaneceu na função, pediu para se afastar e em seu lugar contratamos o Dr. Carlos Garcia, que vem motivado e tem uma experiência muito grande. A inovação está na área administrativa. Lídia Conceição Dias Souto, ex-superintendente de Cultura e que trabalhou durante muito tempo na Assistência Social, assumiu a direção administrativa, e criamos a diretoria social, com Laudelina da Silva, ex-diretora da Escola Municipal Euzébio Martins, nesse posto. Criamos, também, a diretoria de patrimônio, e, nesse caso, não só do hospital, mas de toda a área da saúde, com Saint-Clair do Prado, ex-superintendente de ações básicas de saúde, como titular. No lugar de uma pessoa, entraram três, e tudo para dar um excelente atendimento aos usuários do Hospital Municipal. E vamos cobrar. Uma pessoa que saia descontente do hospital pode fazer propaganda negativa e dar a falsa impressão de que o serviço é ruim, e ele não é. Outra mudança é a reativação da Superintendência Municipal de Trânsito (SMT), com o coronel Freitas à frente. O coronel Freitas vai colocar toda a sua experiência para organizar o trânsito de Porangatu.
DN – Mas o senhor não teme que a crise financeira mundial possa atrapalhar o seu projeto?
José Osvaldo – Não há como negar que a crise atingiu nossa região. Algumas empresas, inclusive, já paralisaram suas atividades, como o frigorífico, como diversos pelo Brasil, e o Curtume, que deve retomar as atividades nos próximos meses, mas, infelizmente, também está paralisado. Estamos passando por um grande momento econômico, com a Bionasa prestes a iniciar suas atividades e a Ferrovia Norte/Sul iniciando sua construção, que irão gerar muitos empregos. Com relação à Bionasa, já temos a data marcada para a inauguração de suas atividades, o dia 15 de abril. Além disso, o presidente do grupo, Francisco Barreto, anunciou o lançamento da pedra fundamental de uma esmagadora de grãos na mesma data, que é um investimento muito bem-vindo para o município e região.
DN – O Senhor está satisfeito com o tratamento que vem recebendo do governo estadual?
José Osvaldo – É claro que a gente sempre quer mais. Todo o prefeito, quando busca benefícios para seu município, para sua região, sempre quer algo mais, e eu, como não sou diferente nesse aspecto, gostaria de ter uma atenção maior por parte do governo Alcides Rodrigues. Até pela nossa responsabilidade, governando uma cidade grande do Norte de Goiás, com inúmeros problemas, e que precisa do governo do Estado. Então, apesar de o governador estar cumprindo todos os compromissos assumidos por ele, eu acho que podemos fazer mais.
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