Publicado em 19 Agosto 2007
João Carvalho - Brasília
divulgaÇÃo

O deputado federal Pedro Chaves evita criticar a gestão de Ronan Batista, mas diz que o PMDB fará o próximo prefeito de Niquelândia em 2008
Com sua fala mansa e pausada, o deputado federal Pedro Chaves (PMDB) declara que o governo do Estado sofre de uma espécie de paralisia, uma vez que a maioria dos projetos foi suspensa, a exemplo dos programas sociais. Mas o deputado parece não ser adepto do estilo político do quanto pior, pior. Ele deseja sorte para o governador Alcides Rodrigues e espera que as promessas de campanha sejam resgatadas.
Também pede o imediato pagamento dos programas sociais. “Nas regiões Norte e Nordeste a população precisa muito desses benefícios”, informa. Pedro também observa a gestão de Ronan Batista, em Niquelândia, e diz não ter elementos para avaliar com precisão os resultados. Mas informa que em 2008 o PMDB terá candidato para disputar a prefeitura e vencer as eleições. “Temos três excelentes candidatos (José Aurélio, Luiz Teixeira e Elias José).
Um deles será, com certeza, o próximo prefeito da cidade”, avalia Pedro, em entrevista ao DN no seu gabinete, em Brasília.
[b]Diário do Norte[/b] – Quem será o candidato do PMDB na sucessão em Niquelândia?
[b]Pedro Chaves[/b] – Nós temos três pré-candidatos do nosso grupo político. São pessoas conceituadas e que têm uma atividade política muito forte na cidade. O ex-prefeito Luiz Teixeira é um deles. Trata-se de um nome muito forte. Temos o José Aurélio (advogado), que também tem pretensões de disputar as eleições. E temos o presidente o Diretório Municipal do PMDB, Elias José. Todos são bons candidatos e são pessoas respeitadas na cidade. Aquele que receber apoio do nosso grupo será o candidato.
[B]DN[/B] – Qual será o critério para escolher o candidato em Niquelândia?
[b]Pedro Chaves[/b] – O PMDB vai escolher o nome que reunir as melhores condições para vencer as eleições. Tenho certeza que os dois que forem preteridos, vão apoiar o que for indicado. Qualquer um dos três será eleito.
[b]" APESAR DE ESTAR FORA DO PODER, O EX-PREFEITO JOAQUIM TOMAZ NÃO É CARTA FORA DO BARALHO "[/b]
[B]DN[/B] – O grupo político do senhor está fora do poder. Isso será um complicador, considerando que a gestão de Ronan Batista é bem avaliada pela população?
[b]Pedro Chaves[/b] – Toda eleição tem uma história diferente. E nós percebemos que em muitas cidades, mesmo fora do poder, você pode vencer as eleições. Nosso grupo é forte e formado por lideranças expressivas, portanto com chances reais de vencer as eleições.
[B]DN[/B] – Que análise o senhor faz da gestão do prefeito Ronan Batista?
[b]Pedro Chaves[/b] – Não tenho acompanhado de perto a gestão do prefeito Ronan. Ele tem apoio do deputado federal Jovair Arantes. Sem conhecer de perto, fico sem condições de fazer uma análise mais apurada da sua administração. Mas torço para que ele tenha sucesso e faça as obras que a população espera do gestor público.
[B]DN[/B] – Depois de ser cassado, Joaquim Tomaz é carta fora do baralho em Niquelândia?
[b]Pedro Chaves[/b] – O ex-prefeito Joaquim Tomaz sempre foi um líder na cidade. Trata-se de uma pessoa que tem o seu grupo político e a gente nunca pode descartar nenhuma liderança. Hoje ele pode estar numa situação desfavorável e amanhã tudo pode mudar. Então, a gente nunca pode dar um determinado candidato como vencedor e outro como derrotado. Quando a campanha começa, muita coisa muda. A história política de Goiás está recheada de exemplos. Basta lembrar a eleição de 1998, quando o atual prefeito de Goiânia, Iris Rezende, contava como certa a sua vitória, mas perder para Marconi Perillo. Foi uma vitória que ninguém acreditava. Também tivemos a vitória de Iris em 2004. Foi uma vitória que surpreendeu a todos. Então, todo candidato merece respeito.
[B]DN[/B] – Considerando então essa liderança do ex-prefeito Joaquim Tomaz, é possível que ele esteja no palanque do PMDB no próximo ano?
[b]Pedro Chaves[/b] – Pelas divergências que ocorreram nas últimas eleições, trata-se de uma possibilidade remota. Particularmente, não acredito que isso aconteça. Mas essa é uma decisão do diretório municipal do PMDB. E o que ele decidir, nós vamos acatar. Mas pelas divergências que aconteceram, acho difícil que isso ocorra.
[b]"O NORTE PRECISA MUITO DE OBRAS DE INFRA-ESTRUTURA. A REGIÃO NÃO SE DESENVOLVE SEM OS INVESTIMENTOS"[/b]
[B]DN[/B] – Que análise o senhor faz da situação de crise em que vive o Estado de Goiás?
[b]Pedro Chaves[/b] – Vejo que o governo está paralisado. O secretário da Fazenda (Jorcelino Braga) tem afirmado que as despesas giram em torno de quase R$ 100 milhões acima das receitas. E isso causa um rombo nas finanças do Estado. Muitas obras prometidas ainda não foram sequer iniciadas, especialmente na parte de manutenção de rodovias. Também na parte de ação social e concessão de bolsas. Várias ações estão paralisadas e outras sofrendo um certo decréscimo, como por exemplo os programas sociais. Apesar de sermos adversários do governador Alcides Rodrigues, nós desejamos que ele obtenha sucesso na sua gestão. Inclusive a bancada federal tem apoiado o governo do Estado na questão da renegociação da dívida com o governo federal. Também na questão das emendas, nós temos destinado várias delas para obras importantes em Goiás. No que se refere à defesa do nosso Estado, em Brasília não existe oposição e governo. Somos todos defensores dos interesses do nosso Estado. Mas ressalto que a gestão do governador Alcides ainda não aconteceu em função do desequilíbrio financeiro e da falta de investimentos.
[B]DN[/B] – Essa crise reflete no Norte do Estado, uma das regiões mais carentes do Estado. O que o senhor espera do governo em relação aos investimentos para o Norte goiano?
[b]Pedro Chaves[/b] – A Região Norte ainda está em processo de desenvolvimento. E nós precisamos muito dos investimentos públicos, especialmente na área de infra-estrutura rodoviária e energética e construção dos prédios públicos para educação e saúde, além dos benefícios sociais, como a Bolsa Universitária e o Renda Cidadã. O Norte precisa desses investimentos para também se desenvolver. Somente com essas obras de infra-estrutura nós estaremos preparados para receber novas indústrias. Agora é importante ressaltar que é difícil trabalhar um programa de industrialização se ainda temos carências de rodovias pavimentadas, de geração e distribuição de energia elétrica, de cursos superiores para áreas específicas. Tudo isso é que garante à região o poder de competitividade.
[B]DN[/B] – Está definido, o candidato à reeleição em Goiânia é mesmo Iris Rezende?
[b]Pedro Chaves[/b] – Apesar do prefeito Iris Rezende não ter manifestado publicamente a sua decisão sobre as eleições de 2008, mas nós não temos outro nome para apresentar à população de Goiânia. Ele faz uma grande administração e é o nome mais forte do partido. Cumpriu uma das metas que ele colocou como prioritária do seu governo, que é pavimentar todas as ruas de terra da cidade. E muita gente duvidava, mas hoje ele está concluindo essa proposta. Também dá um choque de gestão no transporte coletivo da cidade, adquirindo vários ônibus novos. Também está investindo na parte viária, como no Viaduto da Praça do Ratinho. Então, vejo ele como grande candidato à reeleição. No momento oportuno ele assumirá a candidatura.
[B]DN[/B] – O senhor apóia a indicação de Maguito Vilela para disputar a Prefeitura de Aparecida de Goiânia?
[b]Pedro Chaves[/b] – Se o senador Maguito se manifestar como candidato, com certeza estarei apoiando a sua candidatura. Hoje o seu nome é bem avaliado em Aparecida e aparece numa posição confortável nas pesquisas. Ele certamente terá nosso apoio uma vez que o seu nome for confirmado à disputa.
[B]DN[/B] – Que posição o senhor assume em relação à reforma política que tramita no Congresso Nacional?
[b]Pedro Chaves[/b] – Defendo, e já coloquei isso publicamente, a coincidência das eleições, com mandato de cinco anos e sem a reeleição. Mas houve muitas divergências dentro dos partidos políticos. E me parece que única votação que deve acontecer será a fidelidade partidária, que também tem o meu apoio. Mas a reforma ficou muito aquém do que era esperado. A reforma ampla não será votada e aprovada com os temas importantes que defendemos.
[B]DN[/B] – O usuário da BR-153, no trecho entre Anápolis e a divisa com o Tocantins, pode esperar o que em termos de investimentos?
[b]Pedro Chaves[/b] – Essa rodovia tem sido alvo de muitas reclamações. Trata-se do principal eixo de ligação do Centro-Oeste com o Norte do País e também com o Sul e Sudeste do Brasil. Nós conseguimos no ano passado, através de emenda de toda bancada de Goiás, a liberação de recursos que permitiram a recuperação de um trecho da rodovia do trevo de Barro Alto (BR-080), até a divisa com o Tocantins (153). Grande parte da rodovia foi recuperada nesse trecho. Agora em 2007 nós já temos recursos assegurados no orçamento da União para fazer a recuperação do trecho de Anápolis até a cidade de Uruaçu.