Publicado em 14 Abril 2010
Euclides Oliveira
Pré-candidato ao Governo do Estado de Goiás pela chamada Frente Alternativa, Vanderlan Cardoso (PR) esteve em Dois Irmãos na terça-feira (6) participando do evento em que foi anunciada a retomada das obras de pavimentação da rodovia BR-414. Ele não discursou, mas foi bastante assediado pela imprensa, ao final do evento do DNIT. O ex-prefeito de Senador Canedo disse, na oportunidade, que está "muito animado" com a oportunidade de disputar a sucessão estadual, contando com o apoio do governador Alcides Rodrigues (PP). Empresário do ramo alimentício, Vanderlan disse que sua intenção é estabelecer políticas diferenciadas para a arrecadação de ICMS, para que empresas possam se instalar e gerar empregos nos municípios do Norte do Estado, uma das regiões mais carentes de Goiás. Na ocasião, ele rechaçou por completo os boatos de que entrou na disputa apenas para forçar a realização do segundo turno entre o senador Marconi Perillo (PSDB) e o ex-prefeito de Goiânia, Iris Rezende (PMDB). "Esses boatos são colocados de um lado e do outro. Agora, quem me conhece sabe que eu não lancei candidatura para negociar. Não é o meu perfil. Tenho um compromisso hoje com o PR e com os partidos que compõem a Nova Frente", garantiu Vanderlan.
Diário do Norte – Como estão, neste momento, os preparativos do senhor para a disputa ao Governo do Estado?
Vanderlan Cardoso – Estamos percorrendo o Estado, acertando detalhes da parte técnica da campanha. Estou muito animado. A receptividade, nesta fase de pré-campanha, está sendo muito boa e tranquila sem forçar a barra com os prefeitos e com as principais lideranças. Até mesmo porque eu acho que as coisas devem acontecer naturalmente, seja na pré-campanha ou mesmo na campanha. Temos um compromisso com a seriedade, de passar para a imprensa apenas fatos verdadeiros. Não temos porque esconder fatos. Não podemos entrar num projeto para (governar) o Estado de Goiás escondendo, às vezes, alguns fatos e alguns números, logo de início.
DN – Foi difícil tomar a decisão pela renúncia ao cargo de prefeito de Senador Canedo?
Vanderlan – Não, não foi difícil, porque esse trabalho vem sendo feito algum tempo. O município de Senador Canedo é uma cidade próspera, com quase quatro mil funcionários públicos comprometidos com a população. E o nosso prefeito Túlio Sérvio (que era vice de Vanderlan até a renúncia) é um homem competente e compromissado com a administração da cidade. Sempre acreditei nesse projeto da Nova Frente, que é um projeto abençoado, desde o início; e entrei (na disputa) com muita certeza e com os pés no chão, de que esse projeto (de chegar ao cargo de governador) será um projeto vitorioso. Possuo experiência na iniciativa privada (Vanderlan é proprietário de uma conhecida fábrica de salgadinhos), mas a Prefeitura de Senador Canedo foi, para mim, uma grande escola. Administrar um município é muito mais complexo. Aprendi muito mais (sobre administração) quando entrei para a política, inclusive ouvir mais as pessoas. Empresários, como eu, não possuem muito o hábito de ouvir as pessoas, de um modo geral. Aprendi a trabalhar em equipe. Hoje, se eu sair da vida pública, terei aprendido muito. E essa união, da minha experiência na iniciativa privada e como administrador público, irá me ajudar a desenvolver projetos muito bons para o Estado de Goiás.
DN – O nome do senhor ainda é pouco conhecido fora da Região Metropolitana de Goiânia. Como deverá ser o trabalho para massificar sua imagem como candidato ao governo nos municípios distantes do interior?
Vanderlan – Acho que o diferencial será justamente esse: não ser totalmente conhecido. Tanto o candidato A (o ex-governador e senador Marconi Perillo) como o candidato B (Iris Rezende, ex-governador e ex-prefeito de Goiânia) já são muito conhecidos. Teremos a oportunidade de mostrar nos projetos, nosso plano de governo; e a população terá também a oportunidade de ter mais um nome, para essa escolha.
DN – Como o senhor avalia os comentários de que sua entrada na disputa ao governo do Estado se deu apenas para forçar um provável segundo turno entre Marconi e Iris Rezende?
Vanderlan – Olha, eu não acredito muito em segundo turno. Sou um homem muito determinado e tenho muita fé em tudo o que eu faço. Como esse é um projeto abençoado, tudo pode ser resolvido ainda no primeiro turno. Agora, esses boatos são colocados de um lado e do outro. Agora, quem me conhece sabe que eu não lancei candidatura para negociar (possíveis cargos no eventual governo de seus dois concorrentes). Não é o meu perfil. Tenho um compromisso hoje com o meu partido (o PR), com os partidos que compõem a Nova Frente. Além de tudo isso, um grande número de prefeitos está me seguindo (ofertando apoio), lideranças, vereadores, ex-prefeitos. Então, a responsabilidade é muito grande para entrar num projeto como esse, para negociar, para ser isso ou aquilo. De forma alguma. Eu não quero menosprezar ninguém, sou amigo do senador Marconi Perillo, do ex-prefeito Iris Rezende. Tenho muito respeito por eles. Agora, eu acredito que quem vai sair ganhando (com a candidatura da Nova Frente) é a população, pois terá a oportunidade de avaliar o trabalho de cada um.
DN – O senhor é o candidato apoiado pelo governador Alcides Rodrigues. Todavia, ambos possuem estilos diferentes de governar. Administrativamente falando, o que o senhor mudaria na gestão do Governo de Goiás, caso seja eleito?
Vanderlan – O Estado de Goiás, resolvendo o problema da Celg, vai recuperar sua capacidade de fazer novos investimentos, para resolver os problemas e os muitos gargalos que ainda temos, que são muitos, como a questão das nossas rodovias, muitas delas sem manutenção. Com a política séria implantada pelo doutor Alcides, Goiás voltará a ter um potencial muito grande. No caso da Educação e da Saúde, por exemplo, não adianta dizer, apenas na garganta ou no gogó, que vamos investir. Isso é uma obrigação de qualquer governante. Em Senador Canedo, quando eu assumi a prefeitura, um professor ganhava apenas R$ 480,00. Era um dos maiores problemas que nós tínhamos. Muitos educadores tinham direitos a titularidades, progressões e outros benefícios da carreira. Muitos me diziam que eu iria quebrar a prefeitura, se concedesse todos os benefícios reivindicados pelo pessoal da Educação. Mas concedemos todos os benefícios, reformamos e construímos escolas com piscinas semi-olímpicas, inclusive. E sobrou dinheiro em caixa, mesmo assim (Senador Canedo, vale dizer, possui uma base de distribuição de petróleo da Petrobrás, o que coloca a cidade entre as maiores arrecadadoras de impostos de todo o Estado). O problema não é a falta de recursos, que normalmente são poucos. O problema é a falta de uma gestão correta desses recursos.
DN – Como o senhor, se eleito governador, pretende trabalhar para atrair investimentos para a geração de empregos no Norte do Estado?
Vanderlan – Vamos tentar levar às regiões mais distantes o que elas mais precisam. Agora, eu lhe digo uma coisa: não adianta uma política de incentivos fiscais, que não seja feita por regiões. Empresa nenhuma vai se instalar em Porangatu, por exemplo, se não houver uma política diferenciada (por parte do Estado) na questão (das alíquotas de recolhimento) do ICMS. Sou favorável que as políticas de incentivo fiscal às regiões mais distantes possam chegar a 99% (de redução), já que a lei não permite a isenção total.
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