Publicado em 18 Novembro 2010
O prefeito de Barro Alto, Luciano Lucena (DEM), conversou com a reportagem do Diário do Norte no final da tarde da quinta-feira (11), num posto de combustíveis da cidade, onde tomava refrigerante com amigos e aliados políticos, dentre eles o vereador e residente da Câmara Municipal, Geraldo Aílton dos Santos, o Tim (PR); e o pastor Moisés Barbosa do Nascimento, da Igreja Assembleia de Deus. Além de refrescar o calor, o refrigerante deu gás e garganta para que Luciano fizesse contundentes comentários, principalmente sobre o papel exercido pelo seu partido na vitória do senador e governador eleito Marconi Perillo (PSDB), no segundo turno das eleições, no último dia 31 de outubro. Para Luciano, a provável abertura de diálogo entre Marconi e presidente estadual do DEM, o deputado federal Ronaldo Caiado - que são adversários declarados - deverá selar maior importância ao Democratas na composição dos nomes de primeiro escalão do secretariado do futuro governo. Segundo Luciano, a legenda não pode contentar-se em ter apenas o advogado José Eliton Júnior como vice-governador. Na oportunidade, Luciano deu seu aval para que o deputado federal eleito Vilmar Rocha (DEM) seja o escolhido por Marconi para ser o secretário de Educação.
"O DEM é um partido respeitável, que precisa ser mais respeitado, porque pesou definitivamente na vitória do senador Marconi. Ele sabe disso", comentou Luciano. Na oportunidade, Luciano falou sobre a abertura das discussões, na cidade, sobre os nomes prováveis à sua sucessão na eleição municipal de 2012; e manifestou preocupação com o futuro governo da presidente eleita Dilma Rousseff, a partir de janeiro.
"Vamos esperar para ver o que o Poder fará em cima da cabeça dela.
Eu tenho medo", disse o democrata.
Diário do Norte – O governador eleito Marconi Perillo (PSDB), terá ao seu lado, como vice-governador, o advogado José Eliton Júnior, do DEM. O deputado federal Ronaldo Caiado,presidente regional da legenda, ficou afastado da campanha marconista, mas agora admite conversar com Marconi sobre os rumos do próximo governo. O senhor crê que o DEM terá outros cargos de importância no primeiro escalão de Marconi Perillo?
Luciano Lucena – Com certeza. Se não fosse a coligação do Democratas com o PSDB, o Marconi não ganharia essa eleição.
Isso (a união das duas legendas) dobrou o tempo de televisão (da campanha tucana). Se não fosse isso, o PMDB teria 15 minutos (na propaganda eleitoral gratuita) e o PSDB apenas 4 minutos. Então, foi um fator decisivo.
Outra coisa que decidiu (o pleito em favor de Marconi) é que o Democratas, em Goiás, é um partido grande e forte. O próprio Marconi sabe disso. No dia em que foi selada a coligação entre os dois partidos, foi também selada a vitória do governador eleito. O DEM é um partido respeitável, que precisa ser mais respeitado, porque pesou definitivamente na vitória do senador Marconi. Nós não vamos aceitar só o cargo de vice-governador, não. O DEM tem direito e condições de assumir grandes secretarias estaduais. O nosso partido está junto com o governador, mas a política passou e agora temos de pensar no futuro do Estado, sentar e negociar, para não acontecer erros como no passado. Acho que Marconi aprendeu muito nessa eleição, já que perdeu muitos companheiros. Eu não vou falar que a culpa disso foi só dele, mas ele teve sua parcela de culpa, sim. Às vezes você erra e não tem a oportunidade de reverter, de corrigir seus erros. Ele (Marconi) teve essa oportunidade agora, está mais maduro e sabe realmente quem foi importante e quem não foi importante para sua terceira vitória ao Governo do Estado.
DN – Inclusive, um nome do seu partido, o deputado federal eleito Vilmar Rocha está cotado para ser o próximo secretário de Educação. Trata-se de um bom nome?
Luciano – Claro que é um bom nome. O deputado Vilmar Rocha é um homem culto, professor de várias universidades há pelo menos 30 anos, que conhece tudo nessa área de Educação. No momento, para essa pasta, não existe nome melhor para Goiás. Marconi Perillo, se realmente estiver pensando no nome de Vilmar Rocha, está pensando num nome muito forte.
DN – O vereador Tim reafirmou que pretende ser candidato a prefeito. Essa antecipação prejudica a postulação?
Luciano – Há seis meses, quando o presidente Tim colocou seu nome à disposição, eu disse a vocês que a atitude dele foi sim uma precipitação, uma decisão prematura. Falei isso porque teríamos, como tivemos, uma eleição de governador pela frente. Mas como tivemos um sucesso muito grande nessa eleição, tanto no Estado como no município de Barro Alto, acredito que agora é a hora certa (de se fazer conjecturas às eleições de 2012).
O Tim é um nome forte, um nome muito bom, um dos nomes do nosso grupo. Eu não vou impor o nome de alguém, vou respeitar o nome indicado pelas pessoas que sempre me deram sustentação política, que trabalharam firme por mim. Na hora que o meu grupo decidir, esse nome também será o meu nome. Não sou um ditador. Vamos conversar e estudar. Quando encontramos o nome com o perfil ideal, você pode ter certeza de que essa nome será defendido pelo grupo, em sua totalidade.
DN – As especulações, no município e dentro da prefeitura, dão conta de que é clara e notória a preferência do senhor pela possível candidatura do atual secretário de Finanças,Francisco Josevany de Araújo. Isso procede?
Luciano – Não, não. Se eu falar hoje que eu tenho preferência por este ou aquele nome, aqui em Barro Alto, estarei sendo injusto. O Chico é outra pessoa cujo nome está saindo (nas rodas de conversa). Eu só digo uma coisa: quem quer ser candidato, tem que ter tempo de trabalhar. Não adianta você querer ser e não fazer por onde ser. Para quem trabalha, os frutos aparecem. Quem tem pretensão de ser candidato a prefeito de Barro Alto, é só trabalhar. Na hora que o nome dessa pessoa surgir, aí eu entro com todo o vapor. O perfil da campanha de 2012 poderá ser olhado no espelho: será o reflexo de tudo aquilo que ocorreu agora em 2010. Se esse grupo não abrir (não rachar politicamente) e eu não vou deixar esse grupo abrir, nós e as pessoas que me acompanham, seremos muito fortes aqui em Barro Alto. Impor um nome é algo muito pesado.
Para chegar onde cheguei, dependi do apoio de muita gente e não tenho direito de tomar as decisões sozinho. Eu só me preocupo com uma coisa, com o meu grupo perder a eleição. Fora isso, quem vir a ser o prefeito, isso para mim não faz a menor diferença. Temos pelo menos dez nomes bons.
DN – Em nível nacional, quais as perspectivas do senhor para o governo da presidente eleita Dilma Rousseff?
Luciano – A Dilma, na campanha, era uma Dilma. Hoje, o perfil e a personalidade dela já são outros. Quando ela assumir (a Presidência da República), colocar a caneta na mão, a faixa no peito, quando realmente cair a ficha do que ela é, acho que dificilmente ela continuará sendo a menininha educada, a boa filha, que ela mostrou ser para o presidente Lula. Poder é poder. O poder é forte, é perigoso. E você se acostuma com ele, ao longo do tempo. Então, como a Dilma ainda não teve nenhum cargo eletivo importante para saber o que é o Poder, vamos esperar.
Vamos esperar para ver o que o Poder fará em cima da cabeça dela. Eu tenho medo.
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