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Carlos Alberto Leréia

Iris rezende não é imbatível

Tucano lembra eleições de 1998 e 2002 e defende que base aliada lance vários nomes na capital


Publicado em 03 Junho 2007

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íris roberto
Carlos Leréia, no seu gabinete em Brasília: Iris não é imbatível
Carlos Leréia, no seu gabinete em Brasília: Iris não é imbatível
O sempre polêmico e combativo Carlos [b]Leréia[/b] (PSDB) não perde oportunidade para alfinetar o PMDB. Segundo ele, Iris Rezende era considerado imbatível nas eleições de 1998 e em 2002, quando foi derrotado. Hoje a situação é a mesma. Ele é imbatível na disputa ao Paço municipal, em Goiânia, mas até que a base aliada apresente um candidato com força suficiente para derrotar Iris. Deputado federal, [b]Leréia[/b] defende que a base aliada lance vários candidatos ao mesmo tempo, mas que estes tenham disposição em se unir num eventual segundo turno. O tucano diz que Nion Albernaz é um nome forte, mas ainda não manifestou interesse em pleitear a vaga de candidato. Finalmente, o deputado fala à reportagem do [B]DN[/B] no seu gabinete em Brasília que a crise financeira do Estado vai passar, mas cobra explicações de Oton Nascimento. [b]Diário do Norte[/b] - Mais uma crise no Congresso Nacional. Porque isso ocorre tanto e tão pouco espaço de tempo? [b]Carlos Alberto Leréia[/b] - É lamentável que isso ocorra, mas passa uma legislatura e vem outra e a história se repete. Agora é bom a gente lembrar que onde há autorização de pagamento de emendas (de verbas do orçamento) é no Executivo. E o Executivo brasileiro sempre tem a facilidade de conseguir maioria no Congresso, através de adesões conquistas com negociatas. Isso ocorre em todos os governos. Mas no atual a situação se acelerou mais ainda. Nós tivemos todos os tipos de acordos. Agora temos que ressaltar que o PT não inventou a corrupção. Mas também não trabalhou um minuto sequer para ela cessasse ou diminuísse. Acabar é praticamente impossível porque há corrupção no mundo inteiro. Claro que é um trabalho que se trata de um trabalho que deve ser feito diuturnamente para se diminuir essa situação. E o PT não fez nada, ao contrário, incentivou essa prática. Hoje o Brasil convive com essa situação. E isso chega no Congresso Nacional, que tem uma ligação direta com o Executivo. Mas temos, por outro lado, uma investigação que é louvável, apesar de serem anunciados pessoas que têm 'rolo' e pessoas que não têm. Para os que têm 'rolo' é uma maravilha ver os seus nomes incluídos em relações de outros que são honestos. Isso nivela todo mundo. [B]DN[/B] - A reforma política resolveria essa situação? [b]Leréia[/b] - A única solução que vejo seria com a reforma política. Mas se você me perguntar se a reforma política vai garantir gente mais honesta, eu respondo que não. Claro que não. A questão é de comportamento. E comportamento é de berço. Mas pelo menos faremos com que pessoas que estão 'enroladas' não consigam candidaturas. Hoje o cidadão consegue candidatura através de liminar, mesmo estando com problemas. Em Goiás um cidadão perdeu a eleição pela diferença de um voto. Perdeu porque ele próprio ficou impedido de votar nele mesmo. Não votou, mas foi candidato. E isso não foi na época do Império. Foi agora, nas eleições municipais de 2004, em Ipameri. Tudo isso mostra que as coisas no Brasil estão desorganizadas. E nós precisamos fazer uma legislação que dificulte esse tipo de situação. Acho que o cidadão para se apresentar como candidato tem que estar com a ficha limpa. [B]DN[/B] - O senhor falou recentemente que o prefeito Iris Rezende, em Goiânia, seria imbatível. Esse discurso não desagrega a base aliada na capital? [b]Leréia[/b] - Pelo contrário. Quando disse essa frase, ainda lembrei que o Iris também era imbatível em 1998 e 2002. Todos se lembram disso. Quem apostaria contra o Iris. No entanto, ele foi batido nas duas eleições. Agora, precisamos ter estratégias para mudar o quadro sucessório. E a estratégia é muito trabalho. Temos que mexer com os sentimentos das pessoas e ter propostas. Mas hoje eu comparo o Iris com a força que ele tinha em 1998. De qualquer forma, precisamos ter estratégias. E nós tivemos estratégias em 1998 e em 2002. Ganhar eleição é difícil. E ganhar de quem é forte, mais ainda nos obriga a definir estratégias. [B]DN[/B] - Em 1996 chamada base aliada teve estratégia de se unir em torno de Nion Albernaz. Essa foi a estratégia, a união. É possível repetir essa estratégia em 2008? [b]Leréia[/b] - Depende. Na eleição de senador nós saímos unidos em 2002 e ficamos com as duas vagas. Agora, na eleição de prefeito, nós temos a possibilidade de segundo turno e podemos ter várias candidaturas. O que tem haver, por outro lado, é a disposição de nos unirmos no segundo turno. Mas essa estratégia deve ser coesa e forte para não forçar dificuldades. [B]DN[/B] - O senhor defende quem dentro da base para disputar as eleições? [b]Leréia[/b] - Eu defendo que a base tenha muitos candidatos. Lançar apenas um candidato pode ser arriscado. Isso ocorre hoje porque o eleitor não vai mais nos comícios. E o que define mesmo uma eleição são os programas de rádio e TV. O horário eleitoral é fundamental. Temos que apresentar propostas condizentes e pessoas com credibilidade para fazer a proposta. E nós temos pessoas que têm história na capital. Devemos lançar o maior número de candidatos. Assim teremos mais chances de provocar o segundo turno. [B]DN[/B] - Nion Albernaz, no PSDB, é um nome que pode ser apresentado à sociedade? [b]Leréia[/b] - É um nome forte. Só não sei se ele toparia enfrentar as eleições. Em 2000 ele seria o candidato natural, mas não aceitou o desafio. Ele tinha apoio de todos nós, numa aliança ampla. Não creio que ele aceite. Tirando o Nion, os demais são todos japoneses (iguais) nessa história. Mas não vejo nenhum nome, no primeiro turno, em evidência. Agora, temos tempo para construir um nome. E aí o horário eleitoral é muito importante. [B]DN[/B] - A crise no Estado estará no debate nas eleições de 2008? [b]Leréia[/b] - Nós vencemos as eleições em 1998. E em 1999 nós não tivemos um dia de folga do ponto de vista da questão financeira do Estado. Desde então, o Estado teve aumento de receita. Mas também aumentaram as despesas. Ela cresceu até mais do que a própria arrecadação. E também investimos muito em obras de infra-estrutura, a exemplo do Hospital Regional de Anápolis, o Hospital de Aparecida, o CRER, a UEG, estrada que liga Montividiu a Paraúna (102 quilômetros). Todas obras com recursos do próprio tesouro do Estado. Também fizemos outras obras, como a ligação asfáltica de Porangatu e Mutunópolis, conclusão do asfalto de São Miguel do Araguaia à divisa com o Tocantins. E diversas outras obras em todas as regiões do Estado. Investimentos também na área cultural, a exemplo do Centro Cultural de Goiânia. Restauração do Centro Administrativo. Na história recente do Estado, o único momento que o Estado teve dinheiro à vontade foi com a venda da Usina de Cachoeira Dourada. Marconi Perillo e Alcides Rodrigues nunca tiveram tranqüilidade financeira. Mas nem por isso deixou de realizar. A folha do pagamento do mês de janeiro de 1999 era R$ 27 milhões. Hoje ultrapassa R$ 110 milhões. Foi um crescimento fantástico. O governo cresceu, mas distribuiu renda. Agora, o Governo enfrenta dificuldades financeiras, sim. Mas não adianta ficar chorando o leite derramado. Temos que buscar as soluções. [B]DN[/B] - Quais são as soluções? [b]Leréia[/b] - O governador Alcides Rodrigues trocou o secretário da Fazenda (saiu Oton Nascimento e entrou Jorcelino Braga). Ele o fez porque não estava bom. Se estive bom, não teria sido substituído. E hoje eu não tenho dúvidas de que logo, logo essas questões estarão resolvidas. O compromisso primeiro é de se trabalhar para diminuir despesas. Por outro lado, não podemos fazer terrorismo fiscal para aumentar receitas. Em relação aos programas sociais, temos que lembrar que o senador Marconi Perillo tocou os programas durante mais de sete anos. E agora nós temos um ou outro programa social que está atrasado. Mas o governo busca nesse momento uma reorganizada nessa questão. Porque há pessoas que recebem dinheiros do governo do Estado e do governo federal. E essa medida é correta. [B]DN[/B] - Esse tipo de situação, do cidadão que recebe dois benefícios, não deve ser responsável pelo déficit mensal de R$ 100 milhões do Estado? [b]Leréia[/b] - Nós temos outra questão séria do endividamento do Estado. Isso ocorre porque a concentração de receita aumenta ano após ano nas mãos do governo federal. E o compromisso do pagamento da dívida, que foi assinado, não permite que os estados fiquem inadimplentes om a União. De qualquer maneira, trata-se de uma questão séria. Nos últimos anos, Goiás pagou R$ 6 bilhões de dívidas. Esse é dinheiro que é produzido pelo trabalhador do Estado. Por outro lado, não adianta o governo dar reajuste para o servidor para depois não dar conta de cumprir. Temos que dar aumento, mas que possa ser cumprido. Em relação à greve dos professores, o governador já demonstrou que não pode apresentar reajuste. A vontade de conceder o reajuste é grande, mas depois não tem como cumprir. Então, é melhor não criar mais problemas. E hoje com a lei de responsabilidade fiscal, o governo não pode avançar mais do que a lei permite. Antes os governos faziam tudo e depois passavam a bola. Hoje o governante precisa ter responsabilidade

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