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jovair arantes

goiânia precisa se modernizar

Pré-candidato a prefeito em 2008, ele descarta Nion e diz que Iris Rezende foi bom apenas para fazer asfalto


Publicado em 10 Junho 2007

Rui Sabóia e João Carvalho - Brasília

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Íris Roberto
Presidente regional do PTB em Goiás, o deputado federal Jovair Arantes não se sente desprestigiado pelo governador Alcides Rodrigues por ainda não ter sido convidado para discutir ocupação de cargos no governo. Líder do PTB na Câmara Federal, ele tem planos políticos para 2008. Evita falar mal da administração Iris Rezende, mas avisa que Goiânia precisa de um choque de gestão para se modernizar. Descarta a candidatura de Nion Albernaz e aproveita para lembrar que a crise no Congresso Nacional é comum por ser este Poder o mais frágil entre os demais, mas que esta situação faz parte da rotina no Congresso e que a reforma política pode ser uma saída para melhorar a imagem do Legislativo. Ele falou com a reportagem do Diário do Norte na sala da liderança do PTB na Câmara Federal, no último dia 29 de maio. [b]Diário do Norte[/b] – O Congresso Nacional está, mais uma vez, diante de uma nova crise. Porque isso ocorre com tanta freqüência? [b]Jovair Arantes[/b] – As crises são provenientes de qualquer estado, especialmente no democrático. Diferente do estado autoritário ou de exceção, onde as crises acontecem e são tapadas pelo tapete. Na democracia as convulsões e as chagas são expostas aos olhos da sociedade. Isso é bom e positivo. O Brasil tem uma democracia ainda nova que está buscando exatamente consolidá-la. E isso vai acontecer através da competência das instituições em enfrentar essas crises. A Câmara dos Deputados enfrentou várias delas. Por último, foi em todas as instâncias da Justiça e mais recente no Senado. Essas situações têm que ser administradas. E crise e malversação tem nome, número de CPF e número de carteira de identidade. E nós temos que identificar essas pessoas para lidar melhor com a crise. [B]DN[/B] – Qual o papel da bancada do PTB em relação ao caso Renan Calheiros? [b]Jovair[/b] – A bancada não discute Renan Calheiros. A bancada discute a situação como um todo. Há uma série de medidas que a Câmara está propondo para minimizar a questão da corrupção no País. E a corrupção não é uma questão da Câmara ou do Senado. A corrupção é uma coisa quase que geral. Temos que estudá-la desde a sonegação de impostos até chegar na menos instância. E corrupto e corruptor tem para todo lado. Na política aparece com mais veemência e o Poder Legislativo aparece mais, porque é o mais frágil e é mais fácil atacar e divulgar o que acontece sem retaliação. Quando acontece no Executivo, quem paga é o governo. Quando é no Judiciário, quem dá pena é o próprio Judiciário. Mas quando é no Legislativo, ele é fraco e fica jogado à sua própria sorte. [B]DN[/B] – A reforma política resolveria esse problema? [b]Jovair[/b] – Eu acredito que a reforma política seja um entrave. Temos uma série de problemas que podem ser levados em consideração. Um deles é a reforma política. Nosso poder político está um pouco cansado. E a sociedade já não acredita muito na forma desse modelo. Então que buscar uma alternativa, como a fidelidade partidária, por exemplo. Tínhamos dois pontos bem avançados, que é a questão da verticalização e da Cláusula de Barreira, mas o STF derrubou. E isso foi negativo para a sociedade e para o contexto da reforma política. E virão outras reformas importantes, como a coincidência de mandatos e outras providências que agora são discutidas na Casa. [B]DN[/B] – O PTB sai em carreira solo em 2008 em Goiânia? [b]Jovair[/b] – O PTB deve sair com candidatura própria e forte para buscar a eleição de um dos seus filiados. Meu nome está à disposição do partido. E a legenda colocou a necessidade do meu nome estar colocado como candidato. E eu tenho uma história de construção em Goiânia. E talvez eu realmente seja o candidato. Afirmo que talvez porque uma candidatura de prefeito tem três momentos: a discussão interna entre os partidos, depois a convenção e, por último, o debate com a sociedade, para que esta possa assimilar as suas propostas. [B]DN[/B] – Dentro do ninho tucano há o entendimento de que o partido deve indicar o candidato da base. O senhor concorda com essa tese? [b]Jovair[/b] – Dentro ninho eles têm essa tese. Mas dentro do PTB nós também temos a mesma visão. E acredito que seja assim também no PR. Todo partido que não quer lançar candidatura é porque não quer se fortalecer. Ou porque não tem quadros. E esse não é o caso do PTB. O partido tem quadros e bons quadros. Então temos possibilidade de ter candidatura forte em Goiânia e em várias outras cidades do Estado, como Anápolis, Aparecida, Porangatu, Uruaçu e outras. Fizemos, em 2004, 14 prefeitos. E agora queremos fazer pelo menos 25 ou 30 prefeitos. [b]” O LIMITE DE ESPERA DO PTB EM RELAÇÃO AO GOVERNADOR ALCIDES RODRIGUES AINDA NÃO SE ESGOTOU “ Deputado Federal, Jovair Arantes[/b] [B]DN[/B] – O PSDB insiste com o nome de Nion Albernaz. Ele é candidato em condições reais de disputar as eleições? [b]Jovair[/b] – Candidato com condições reais de disputar as eleições é [b]Jovair[/b] Arantes, pelo PTB. Nion será um forte aliado. Ele já contribuiu muito para Goiânia. Foi um administrador competente, que deu à cidade uma marca, a das flores. Isso foi importante no seu momento. Mas temos que avançar. [B]DN[/B] – Goiânia é muito mais do que florzinha? [b]Jovair[/b] – É muito mais do que todos nós. A cidade não precisa só de asfalto. Goiânia é um conjunto de necessidades que não diz respeito apenas à cidade. Ela tem todo um aglomerado urbano em volta dela, que foi gerado por Goiânia mesmo. E hoje não se pode pensar em administrar Goiânia pensando tão somente na capital. Hoje não se faz um trânsito só para Goiânia. Temos que atender mais de 2 milhões de habitantes. Temos que administrar a cidade toda pensando no aglomerado, isso acontece na saúde, no trânsito, na educação e em outros setores. Goiânia hoje é um conjunto. [b]” NION ALBERNAZ NÃO É CANDIDATO. ELE SERÁ UM BOM CONSELHEIRO. O PTB VAI BUSCAR SEU ESPAÇO NO PLEITO DE 2008 “ Deputado Federal, Jovair Arantes[/b] [B]DN[/B] – Nion então está fora da disputa? [b]Jovair[/b] – Respeito muito o professor Nion. É um guru. Será um grande conselheiro. Vou precisar da sua experiência. Mas ele já não quis sair candidato em 2004. A base dividiu e nós perdemos a eleição. E muito coisa já mudou nesse contexto. [B]DN[/B] – Qual o leque de alianças possível para atingir esse objetivo? [b]Jovair[/b] – Em política o leque de alianças não pode ser estabelecido a partir de um limitador. Para o PTB não temos dificuldade em nos alinharmos a nenhuma agremiação partidárias do Estado. Quando se trata de questão estadual, há restrições. Quando se trata de uma outra cidade, você também pode ter restrições. Mas em Goiânia não temos dificuldade com nenhuma agremiação política. [B]DN[/B] – Como pré-candidato, que análise o senhor faz da gestão do prefeito Iris Rezende à frente da Prefeitura de Goiânia? Que nota o senhor dá para o governo dele? [b]Jovair[/b] – Não quero dar nota. Quem dá nota é professor. Eu sou dentista e deputado. A minha função é fazer críticas construtivas que mostrem à sociedade onde estão os erros. Eu tenho visto que Goiânia tem tido um bom avanço com os prefeitos, desde Joaquim Roriz, passando por Darci Accorsi, Nion Albernaz, Pedro Wilson. Todos contribuíram com a cidade. Agora acho que chegou o momento de Goiânia ser modernizada. Goiânia é uma cidade nova, que enche os olhos de qualquer pessoa do Brasil que a conhece. Mas tem uma administração que está um pouco corroída. Essa administração precisa modernizar. O Iris Rezende foi um prefeito que atendeu um lado importante do seu mandato, de construir o asfalto em toda cidade. A gente espera que ele possa construir pelo menos essa promessa. [B]DN[/B] – Qual o limite de espera do PTB em relação à ocupação de espaços dentro do governo Alcides Rodrigues? [b]Jovair[/b] – O limite de espera ainda não se esgotou. Quem sabe faz a hora. E nós estamos sabendo fazer a hora. O governador Alcides tem o seu estilo, que é diferente do estilo Marconi Perillo, que é diferente do estilo do Iris Rezende. Ou seja, cada um tem a sua forma de ser. Alcides tem uma forma de administrar diferente de todos os outros. Nunca vi nenhum modelo parecido com este. Agora, isso não nos impede de estarmos ocupando as mesmas posições que ocupávamos antes no governo do Marconi. Mas não discutimos ainda os espaços que vamos ocupar no atual governo do Alcides. Já se passaram praticamente seis meses até ele chamar para conversar. Se ele chamar, nós vamos conversar. Se não chamar, paciência. [B]DN[/B] – Como aliado o senhor não sente desrespeitado? [b]Jovair[/b] – Se fosse só com o PTB, eu já teria dado a minha manifestação. Como esse tratamento é dado a todos os partidos políticos, eu acredito se tratar de um estilo e nós temos que respeita-lo. Agora, tem que chegar o momento em que ele vai chamar para conversar e dizer quais as posições estratégicas, ou não, que o PTB deve ocupar. [B]DN[/B] – Isso significa que o senhor não está descontente com essa demora? [b]Jovair[/b] – Eu estou estranhando. Descontente, não. Em política você fica contente ou descontente quando não tem um tratamento adequado. Como não estou sendo discriminado, não vejo como descontentamento. E esse problema acontece com todos os partidos. Trata-se de um estilo de administrar do governador. E os membros do PTB que estavam no governo, continuam nos seus cargos. E continuam prestando um grande serviço ao governo. E a gente espera que eles venham a ser confirmado.

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