Até logo e muito obrigada, Minaçu!
Publicado em 03 Novembro 2008
Quando cheguei a Minaçu, no dia 13 de janeiro deste ano, sequer poderia imaginar o que o destino me reservaria naquilo que chamei de "uma aventura no Nortão do Estado". Eu me mudei para esta cidade "d
Quando cheguei a Minaçu, no dia 13 de janeiro deste ano, sequer poderia imaginar o que o destino me reservaria naquilo que chamei de "uma aventura no Nortão do Estado". Eu me mudei para esta cidade "de mala e cuia", como se diz por aí. Sem nem saber direito como chegar na cidade, eu aceitei o desafio de ser repórter, fotógrafa e motorista. Cobrindo, além de Minaçu, outras cidades da região.
O calor quase insuportável foi a primeira impressão da cidade. Depois vieram a Praia do Sol, as cachoeiras e, de uma forma meio mágica, as pessoas. O primeiro contato foi a minha colega de trabalho, Tatiana, que logo me adotou como membro da família e em alguns momentos me deu até chance para dar sugestões sobre a criação da filha, Alice. Esta, depois de algumas noites dividindo a cama comigo e com a mãe, nos hotéis de Palmeirópolis, Formoso e Trombas, acabou se tornando minha afilhada. E com este texto eu deixo documentado que estou cobrando a posse formal deste posto.
No trabalho, sempre novos desafios, mas sem dúvida o maior deles foi a cobertura do processo eleitoral. Cada dia no DN foi um aprendizado, no trato com as fontes, na busca por matérias, na tentativa de fazer uma foto melhor, enfim, tentando sempre acertar. A gente sempre acha que poderia ter feito melhor, mas já passou, e se eu tiver que corrigir alguma coisa na minha passagem pelo DN, isso será feito no futuro.
Gostaria de poder colocar aqui tudo o que aprendi durante esses nove meses em que fiquei aqui. Engraçado, permaneci em Minaçu exatos nove meses, o tempo exato de uma gestação. Talvez porque esta cidade tenha feito nascer uma outra Fernanda, e tenha feito nascer laços que a distância e o tempo não vão romper com facilidade.
Agradeço à Tatiana, por ter sempre se mostrado amiga e companheira em todos os momentos, até mesmo nas dificuldades (memoráveis) que enfrentamos no Sul do Tocantins, sem hotel, sem fontes, sem anúncio, ou em um atolamento em algum lugar entre Colinas do Sul e Minaçu. E até lá, na Vila Borba, o destino colocou pessoas especiais para me acolher. Dona Sônia e Bianca, pessoas atenciosas que nos acolheram em sua pensão, enquanto o peito da Tatiana esguichava o leite que é da Alicinha, que tinha ficado em Minaçu.
Não posso esquecer das meninas do CopSaúde, Antônia, Raquel e Irani, sempre muito cuidadosas com as injeções de antialérgicos, analgésicos e antiinflamatórios. Consegui inclusive fazer uma foto delas, ao lado de um tornozelo imobilizado, a última visita ao Cop Saúde, eu espero! Tudo o que não adoeci nos últimos seis anos fora da casa dos meus pais, eu adoeci em Minaçu. Os médicos, Eduardo, Álvaro, Marcelo, Cibele e, especialmente, minha dermatologista, Priscylla também ficarão como lembranças boas. As meninas do salão Nilvânia Erigi, que também sempre me atenderam com uma competência incrível, também não poderiam ficar de fora. Ellen Márcia, uma grande amiga também, apesar do pouco tempo que temos para nos encontrar, mas com certeza manteremos contato.
Vim para Minaçu disposta a viver em Minaçu, de corpo, alma e coração. Tornei-me inclusive eleitora do município. E foi ao longo do processo eleitoral que uma outra pessoa entrou na minha vida, e este vou levar comigo não só no coração, mas ao meu lado. Meu namorado, Sidnei Andrioli, tem me ensinado que amar é cuidar um do outro sempre, sendo sincero, confiando para ser confiável. Agradeço aos parentes distantes que reencontrei aqui e que me acolheram com carinho.
Vou embora levando muitas saudades e muitas boas lembranças de todos. Um agradecimento especial para Rui Sabóia e João Carvalho, que me ensinaram muito nas poucas conversas que tivemos, à família da Tatiana, suas tias, tios e primas. Agora é hora de "cair no trecho de novo", como se diz por aqui. Estou saindo, muito antes do que planejava, mas em busca de novos horizontes profissionais e pessoais. Minaçu não vai ser apenas uma lembrança boa. Vai ser um roteiro fixo ao menos duas vezes por ano. Afinal, os laços que construí aqui vão me trazer de volta a este lugar várias outras vezes.
Fernanda Martins é jornalista