Publicado em 02 Agosto 2010
Euclides Oliveira
Francisco Carlos de Carvalho (PDT), o Chiquinho, vereador em primeiro mandato na Câmara Municipal de Uruaçu, é candidato a deputado estadual nas eleições deste ano, com amplo e irrestrito apoio do prefeito Lourenço Pereira Filho, o Lourencinho (PP). Em entrevista ao Diário do Norte, Chiquinho disse que seu nome foi apontado após entendimentos do prefeito com os outros quatro pré-candidatos que pleiteavam a vaga. Com a expectativa de obter 20 mil votos para garantir sua eleição, com apoio de cidades do Norte e de outras regiões do Estado, Chiquinho quer ser o fato novo das eleições em 2010, assim como outros candidatos "de primeira viagem" que se elegeram à Assembleia em 2006. Na eleição para governador, Chiquinho aposta em Vanderlan Cardoso, mas não descarta caminhar com o senador Marconi Perillo (PSDB). "O senador Marconi é uma pessoa pela qual sempre tive grande admiração. Confio na vitória do Vanderlan, mas quero chegar na Assembleia respeitando a vontade da população do Estado. O que o Estado decidir, vamos sentar e discutir o que é melhor para nós, da região", afirmou.
Diário do Norte – Como foram feitas as costuras políticas dentro do grupo de lideranças de Uruaçu que apóiam o prefeito Lourenço Pereira Filho para que o nome do senhor fosse indicado como candidato a deputado estadual?
Francisco Carlos de Carvalho – Foi um trabalho de muita conversa, de muita articulação. Nós tínhamos cinco pré-candidatos a deputado e depois de entendimentos com o Valdir Justino, do PTB; com o doutor Francisco (Barroso, vice prefeito de Uruaçu) do PR; com o Batista da Retífica, do DEM; e com o professor Horbilon (Santos), do PT do B; e com Jairo Balbino, do PT; chegamos ao consenso de que o meu nome seria o escolhido para poder entrar nesse novo e grande desafio para Uruaçu e também para Norte de Goiás fazer seu representante na Assembleia para defender os interesses da cidade; da nossa região; do Vale do Araguaia; do Vale do São Patrício; e do Estado como um todo.
DN – O senhor é vereador eleito pela primeira vez, com pouco menos de dois anos de mandato. Mesmo tendo ocupado a presidência da Câmara Municipal de Uruaçu, o senhor se julga conhecido o suficiente pelo eleitorado? Não foi uma decisão um tanto quanto precipitada?
Chiquinho – Concordo com você. Mas, da mesma forma, vários candidatos que eram desconhecidos se elegeram em 2006. Exemplo disso é a deputada Vanuza Valadares, de Porangatu, que disputou com Júlio da Retífica. Ela (Vanuza) entrou correndo por fora e ganhou a eleição. E eu venho sendo conduzido pelo grande líder do Norte de Goiás na atualidade, o prefeito de Uruaçu, Lourencinho, que é conhecido em todo o Estado por seu trabalho à frente do Executivo. Essa é a minha referência. O prefeito Lourenço também foi candidato a deputado (em 2006), com uma estrutura muito boa em sua campanha. Foi muito bem votado, mas por questões de coligação, não foi possível sua eleição. Estou tão 'colado' no Lourenço que os meus três últimos números como candidato nessa eleição são os mesmos que os usados pelo prefeito Lourencinho em 2006. Tenho fé e confiança de que a minha candidatura é forte, pois nasceu dentro de um grupo unido.
DN – Na eleição de 2006, Lourencinho alcançou 15.800 votos para deputado, sendo mais de 10 mil em Uruaçu. O senhor crê na transferência de parte desses votos do prefeito para a sua candidatura?
Chiquinho – Bom, temos que trabalhar com o pé no chão, com bastante firmeza, calma e tranquilidade. A ex-prefeita (Marisa Araújo) do PMDB tinha seu candidato (Elio Cunha, que não alcançou 3 mil votos naquele pleito); e o Lourenço, apesar de ter sido o vereador mais votado da cidade (em 2004, quando Marisa foi reeleita ao Executivo), ainda não tinha a melhor condição para a disputa, mas reuniu várias pessoas no seu grupo. Hoje, nós estamos com o apoio do Lourencinho, um prefeito que está bem perante a população. Estamos indo do PT ao DEM, conversando com empresários, com padres, pastores, com a OAB, com as entidades classistas e associações de moradores, envolvendo a comunidade de Uruaçu para que possamos realmente ver que o momento não é apenas meu, do prefeito, do vice-prefeito ou dos vereadores. É o momento de Uruaçu. E isso depende de que? De cada um acreditar nesse projeto que é fazer com o Norte tenha mais um representante para estar junto ao Governo do Estado e trazer benefícios para toda a região. É esse o nosso desafio.
DN – Qual a estimativa de votos do senhor, como candidato do PDT, para eleger-se afinal?
Chiquinho – A nossa coligação, se não for a melhor, é uma das melhores coligações proporcionais, feita com o PDT, PSC e PRP. Na eleição passada, essa coligação fez três deputados: Misael de Oliveira, com 22 mil votos; Isaura Lemos, com 15.385 votos; e a própria Vanuza, com 12.103 votos. Então, acredito que com 15 mil votos será possível um candidato se eleger. Mas estamos trabalhando para ter 20 mil votos, em todo o Estado, com a ajuda do governador Alcides Rodrigues, do Vanderlan Cardoso, com a parceria da Flávia Morais, do Sandro Mabel, articulando em vários municípios. Minha eleição será definida em Goiânia, Anápolis e em Aparecida. Se ficarmos focados somente em Uruaçu e na região, não daremos conta de conseguir os votos necessários.
DN – Em quantos municípios o senhor está trabalhando? Existem prefeitos apoiando suas pretensões?
Chiquinho – Estamos entrando em Campinorte, com dois vereadores; em Mara Rosa, com um vereador e conversando ainda com a ex-vice-prefeita Mara (Virginia Bittencourt de Morais). Em São Miguel do Araguaia, temos o apoio de três vereadores e mantendo conversas com o prefeito Ademir (Cardoso dos Santos, do PP), já que lá tinha um candidato, o Solano Pimenta, que desistiu da disputa. Em Minaçu, temos o apoio do Tavares, suplente de vereador; da presidente do PDT, a Talita (Santana Lemke), o meu primo e ex-prefeito Chico Rocha também está me ajudando. Em São Luiz do Norte e em Santa Rita do Novo Destino temos o apoio de dois vereadores em cada cidade. Estou conversando bastante, para definir a eleição em Colinas do Sul, com o prefeito Iran do Lago (PT do B). Em Padre Bernardo, temos a ex-vice-prefeita Luizinha (Luiza Gonzaga). Em Dois Irmãos, o apoio é do ex-candidato a prefeito Antonio Pereira, do PDT; de um vereador e de suplentes de vereador. Em Barro Alto, estou conversando o (José) Adão de Deus (vereador do PP). Também estou tendo conversas em Hidrolina, em Santa Terezinha, em Campos Verdes; em Trindade; em Baliza; em Fazenda Nova; e em São Luís dos Montes Belos. Em Nazário, estou conversando com o prefeito Fabinho (Fábio Gabriel de Amorim, do PR). Em Inhumas, temos o apoio do Valdir (José Ribeiro), presidente do Sindicato dos Servidores Públicos; em Porteirão, um vereador do PDT.
DN – No plano estadual, diante da polarização das candidaturas de Iris Rezende e de Marconi, quais as chances de Vanderlan?
Chiquinho – A candidatura do Vanderlan vem crescendo aos poucos. É um candidato leve, diferente, um grande empresário e ex-prefeito de Senador Canedo, cujo projeto é de pé no chão, voltando sua campanha para as regiões do Estado onde ele ainda não é conhecido. Sabemos disso. Acreditamos na força do governador Alcides Rodrigues, esse grande líder do Estado de Goiás.
DN – Será possível evitar que o senador Marconi Perillo vença a eleição ainda no primeiro turno?
Chiquinho – Marconi Perillo é uma pessoa que sempre admirei. Hoje, estou no grupo do prefeito (Lourencinho) que está nesse projeto (para a eleição de Vanderlan). Estarei confiando na vitória do Vanderlan, mas quero chegar na Assembleia respeitando a vontade da população do Estado. Vamos sentar e discutir com o governador eleito o que for melhor para a nossa região.
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