Publicado em 23 Novembro 2009
João Carvalho
Em 1986 ele disputou a sua última eleição. Em 2010 ele estará de novo nas ruas pedindo votos e fazendo o que mais gosta: política. Frederico Jayme Filho falou com a reportagem do Diário do Norte em Goianésia, onde ele empresta todo o seu conhecimento de ex-conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE) para auxiliar a gestão do prefeito Gilberto Naves. Ambos são do PMDB. E sobre o partido ele diz que mais importante do que os nomes, a legenda precisa ter um projeto de governo e olhar para frente. “Não é bom fazer campanha olhando no retrovisor”, ensina. E diz mais: nada está definido em relação às candidaturas. Ou seja, Henrique Meirelles ainda está no páreo. E Iris Rezende também pode ser candidato.
Diário do Norte – O PSDB e o PP podem completar quatro vitórias consecutivas na disputa ao governo do Estado, em 2010. Isso pode representar 16 anos de governo. O PMDB tem chances de impedir isso no próximo ano?
Frederico Jayme Filho – Acho que a questão não é tomar o poder pelo poder. A questão que está em discussão hoje é o desenvolvimento mais acelerado para Goiás, em todos os sentidos. Nós queremos que o social seja uma prioridade. Defendemos um atendimento de excelência na questão social do Estado. Temos uma preocupação grande com as nossas rodovias. Elas precisam ser, urgentemente, restauradas. Algumas delas não resistem mais aos tapa-buracos, que é uma forma obsoleta de tentar resolver o problema. Nós precisamos ter uma excelência no setor de saúde pública, que hoje é um desastre. Segurança, então, nem se fala. Estamos vivendo um clima de terror. Os bandidos estão começando a se sobrepor ao Estado de direito. Então, tudo isso deve estar na mesa das discussões. Não é simplesmente o retorno ao poder. Temos que voltar para promover uma mudança de comportamento político e administrativo. Pelo menos é o que tenho defendido. Acho que o PMDB tem que se preocupar com isso. Não temos que ficar atrelados a nomes ou a própria legenda simplesmente para obter uma vantagem eleitoral.
DN – Essa campanha tende a ser uma campanha de comparações entre os governos do PSDB e PP em relação às administrações do PMDB?
Frederico – Acho que isso não é salutar. Temos que ter é um projeto de futuro e também de presente para Goiás. Olhar no retrovisor e discutir questões do passado é desnecessário. A população de Goiás é muito politizada e sabe o que cada um dos candidatos fez. E sabe também o que cada um deixou de fazer. Então, acho que é uma perda de tempo ficar debatendo essa questão. Se nós discutirmos com a sociedade o Goiás de amanhã, dos nossos filhos, nós vamos ter muito mais condições de desenvolver um trabalho político e vencer as eleições.
DN – No PMDB está confirmada a candidatura de Iris Rezende ou ainda há espaço para a discussão?
Frederico – Não. Ainda não está definida essa questão. De forma alguma. O Iris é um grande nome. Não resta dúvida que está fazendo uma administração extraordinária em Goiânia. Agora, temos o Henrique Meirelles, que é um homem de respeitabilidade nacional e internacional. Trata-se de um filho de Goiás, um anapolino e reúne todas as condições para se colocar. É preciso que haja uma discussão bem profunda no PMDB e o próprio Iris tem demonstrado uma grande preocupação com essa questão, afirmando que as portas estão escancaradas para o Meirelles caso ele decida ser candidato a governador ou a qualquer cargo. Ele já deixou isso claro. O que o Estado de Goiás pode ter certeza é que não há divisão e não haverá divisão. Seja Iris ou Meirelles, nós vamos sair lá na frente com projetos inovadores para Goiás.
DN – A cidade de Anápolis sofreu com gestões desastradas. Hoje temos o prefeito do PT, Antônio Gomide. O senhor que é da cidade, como avalia a atual gestão?
Frederico – Está muito cedo para fazer uma avaliação. A cidade de Anápolis teve tantas dificuldades que qualquer ação pouco melhor, é bem recebida. Agora, acho que o prefeito poderá fazer um bom trabalho por Anápolis. Ele tem uma boa equipe, tem disposição e tem demonstrado isso. Tem o irmão que é deputado federal e pode canalizar a liberação de recursos para Anápolis. Se realmente tiver uma discussão grande do governo federal para ajudar a cidade de Anápolis, ele poderá fazer uma boa gestão.
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