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Lourenço Pereira Filho

Administrar é fazer parcerias


Publicado em 10 Janeiro 2011

Euclides Oliveira

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O prefeito de Uruaçu, Lourenço Pereira Filho (PP), conversou com a reportagem do Diário do Norte e disse que ainda é muito cedo para o início das discussões sobre a eleição municipal do próximo ano, em que ele próprio deverá tentar a reeleição para mais quatro anos de mandato. Inclusive, cogitou uma possível aproximação com o PMDB, partido da ex-prefeita Marisa dos Santos Araújo, cotada para rivalizar a disputa do próximo ano com ele. Sobre a eleição de 2010, o prefeito de Uruaçu disse que as convicções pessoais dos ex-candidatos a deputado estadual Valmir Pedro (PMN) e Chiquinho Carvalho (PDT) atrapalharam o município de conseguir eleger um representante na Assembleia Legislativa. Embora preocupado com o atraso nas obras da Ferrovia Norte-Sul, Lourencinho enxerga amplas possibilidades para o desenvolvimento da cidade, quando o governo federal concluir os serviços. O prefeito de Uruaçu também aproveitou para defender seu padrinho político, o prefeito de Itumbiara José Gomes da Rocha (PP), enquadrado recentemente nas regras da lei do Ficha-Limpa, que impedem candidaturas de gestores com problemas judiciais. "Ele é o único político, em Goiás, que tem 36 anos de mandato e um currículo invejável. Se ele é ficha-suja, porque está exercendo o mandato com 92% de aprovação popular em sua cidade, entre ótimo e bom, superando até mesmo o ex-presidente Lula?", rebateu Lourencinho.

Di­á­rio do Nor­te – O se­nhor en­xer­ga qual ce­ná­rio pa­ra as elei­ções mu­ni­ci­pa­is de 2012 em Uru­a­çu?
Lou­ren­ço Pe­rei­ra Fi­lho – Em pri­mei­ro lu­gar, ain­da ve­jo uma elei­ção mui­to dis­tan­te. Fal­ta mais de um ano e meio pa­ra co­me­çar­mos as con­ver­sa­ções. Ima­gi­no que nos­so par­ti­do (PP) e nos­so gru­po po­lí­ti­co, a ba­se que nos apoi­ou (na elei­ção de 2008) vai es­tar con­ver­san­do pa­ra es­tar­mos ca­mi­nhan­do jun­tos, uma vez que Uru­a­çu tem avan­ça­do em nos­sa ad­mi­nis­tra­ção; tam­bém por­que a mai­o­ria dos par­ti­dos foi con­tem­pla­da com car­gos; e es­tão dan­do sua con­tri­bui­ção nes­se avan­ço que o po­vo de Uru­a­çu tem con­quis­ta­do, em obras, em ge­ra­ção al­ta de em­pre­gos, au­men­to da ren­da. Nos­sa ci­da­de tam­bém pas­sou a ser res­pei­ta­da na­ci­o­nal­men­te, a par­tir da con­quis­ta de vá­ri­as obras e a vin­da de vá­rios ór­gã­os im­por­tan­tes pa­ra Uru­a­çu, co­mo a Va­ra da Jus­ti­ça Fe­de­ral (ins­ta­la­da em de­zem­bro pas­sa­do); e tam­bém o iní­cio das obras do Hos­pi­tal Re­gi­o­nal. Uru­a­çu tam­bém pas­sou a ser en­xer­ga­da co­mo pon­to tu­rís­ti­co, mos­tran­do su­as po­ten­ci­a­li­da­des pa­ra o Es­ta­do e pa­ra o Bra­sil; e o nos­so co­mér­cio tam­bém se for­ta­le­ceu. E eu acre­di­to que o nos­so gru­po po­lí­ti­co, quan­do nos apoi­ou, ti­nha a in­ten­ção re­al de ver a Uru­a­çu que es­tá ven­do ho­je, mo­der­na e ca­mi­nhan­do a pas­sos lar­gos, com am­plos in­ves­ti­men­tos na Sa­ú­de, uma pas­ta com­ple­xa; e na Edu­ca­ção. A par­te ad­mi­nis­tra­ti­va vai ser de­ci­si­va pa­ra com­por a par­te po­lí­ti­ca. Va­mos de­ba­ter o que ocor­reu nes­tes dois anos an­tes de fo­car as elei­ções.

DN – Tu­do in­di­ca que o PMDB se­rá car­ta fo­ra do ba­ra­lho e que o gran­de ad­ver­sá­rio do se­nhor, nu­ma even­tual ten­ta­ti­va de re­e­lei­ção, se­rá o PSDB?
Lou­ren­ci­nho – Acre­di­to que o PMDB tem sua for­ça, tem seu gru­po e de­mons­trou is­so nas ur­nas. Na po­lí­ti­ca, te­mos de fa­zer com­po­si­ções. Va­mos ten­tar aten­der to­dos os seg­men­tos e to­dos os par­ti­dos e o PMDB tam­bém se­rá aten­di­do em nos­sa ad­mi­nis­tra­ção. To­dos os par­ti­dos, des­de os par­ti­dos na­ni­cos, até os par­ti­dos com mai­or re­pre­sen­ta­ti­vi­da­de no Con­gres­so Na­ci­o­nal - o PT e o PMDB -  es­tão for­ta­le­ci­dos no nos­so mu­ni­cí­pio, pas­san­do por re­a­li­nha­men­tos, di­á­lo­gos, dis­cus­sões. Por is­so, não di­go que o PMDB é car­ta fo­ra do ba­ra­lho. Nos­sa in­ten­ção é fa­zer uma so­ma­tó­ria de for­ças. E o PMDB es­tá nos nos­sos pla­nos. Ago­ra, o PSDB sem­pre foi um ali­a­do na­tu­ral. Mas va­mos res­pei­tar a pos­tu­ra de to­dos os par­ti­dos.

DN – Na opi­ni­ão do se­nhor, co­mo de­ve­rá ser o pa­pel do go­ver­na­dor Mar­co­ni Pe­ril­lo nes­se pro­ces­so, con­si­de­ran­do que ele po­de­rá ter, em Uru­a­çu, can­di­da­tos dos dois par­ti­dos da sua ba­se, o PP e o PSDB? 
Lou­ren­ci­nho – O Mar­co­ni é um po­lí­ti­co ex­tre­ma­men­te in­te­li­gen­te, que sa­be pon­tu­ar as coi­sas e re­co­nhe­cer si­tu­a­ções. Acre­di­to que Uru­a­çu ga­nhou mui­to com os apoi­os que Mar­co­ni re­ce­beu aqui, tan­to no pri­mei­ro co­mo no se­gun­do tur­no de 2010. Ve­jo que po­de­mos trans­for­mar is­so em con­quis­tas pa­ra o nos­so po­vo; em qua­tro ou cin­co car­gos de im­por­tân­cia no go­ver­no es­ta­du­al a se­rem plei­te­a­dos e ocu­pa­dos por uru­a­çu­en­ses, re­pre­sen­tan­tes dos par­ti­dos que acom­pa­nha­ram Mar­co­ni.

DN – Há quem di­ga que sua ba­se de apoio ra­chou em me­nos de dois anos de seu atu­al man­da­to co­mo pre­fei­to. Co­mo o se­nhor en­xer­ga es­sa ava­li­a­ção?
Lou­ren­ci­nho – To­da elei­ção pos­sui um ce­ná­rio di­fe­ren­te, em to­dos os mu­ni­cí­pios, nos Es­ta­dos e na po­lí­ti­ca em ge­ral. Ra­ra­men­te, o ce­ná­rio ten­de a se re­pe­tir. Ou mu­dam per­so­na­gens, ou mu­dam par­ti­dos. As mes­mas pes­so­as nem sem­pre de­fen­dem a mes­ma si­tu­a­ção. No pri­mei­ro tur­no da elei­ção de 2010, o PP e o PSDB es­ti­ve­ram em cam­pos opos­tos, na dis­pu­ta aos car­gos de go­ver­na­dor, de­pu­ta­do es­ta­du­al e de­pu­ta­do fe­de­ral. Fi­ca­mos no mes­mo la­do ape­nas pa­ra se­na­do­res. No se­gun­do tur­no, abra­cei o mes­mo pro­pó­si­to, a elei­ção do en­tão se­na­dor Mar­co­ni Pe­ril­lo pa­ra seu ter­cei­ro man­da­to pa­ra o go­ver­no. Foi um ra­cha de elei­ção, mas ago­ra co­me­ça­mos de no­vo da es­ta­ca ze­ro, pa­ra aqui­lo que se­ja o me­lhor pa­ra a ci­da­de de Uru­a­çu.

DN – Seus ali­a­dos e ex-ali­a­dos es­ta­vam com mui­ta fo­me de po­der e fo­ram con­ti­dos pe­lo se­nhor no ano passado?
Lou­ren­ci­nho – Não, não ima­gi­no as coi­sas des­sa for­ma. To­dos ti­ve­ram êxi­to, mas fal­tou um pou­co de sen­sa­tez e de hu­mil­da­de por par­te dos dois can­di­da­tos a de­pu­ta­do es­ta­du­al (Fran­cis­co Car­los de Car­va­lho, o Chi­qui­nho/PDT; e Val­mir Pe­dro/PMN). En­trei no di­á­lo­go e con­se­gui afas­tar (da dis­pu­ta) oi­to dos dez pré-can­di­da­tos que exis­ti­am em Uru­a­çu, mas quan­do che­ga­mos aos dois can­di­da­tos, eles não ce­de­ram de for­ma al­gu­ma. Não ha­via ne­nhum ar­gu­men­to ca­paz de fa­zer o Chi­qui­nho e o Val­mir re­cu­a­rem, um ou ou­tro, de su­as can­di­da­tu­ras.  E ho­je o que te­mos é am­bos fa­lan­do que um atra­pa­lhou o ou­tro. Mi­nha pos­tu­ra, nes­se ca­so, foi apo­i­ar aque­le que es­ta­va ali­nha­do com o go­ver­no fe­de­ral, es­ta­du­al e mu­ni­ci­pal (Chi­qui­nho), uma vez que tí­nha­mos de ser par­ti­da­ri­a­men­te cor­re­tos.

DN – Se Chi­qui­nho e Val­mir Pe­dro atra­pa­lha­ram um ao ou­tro, os dois atra­pa­lha­ram a chan­ce de Uru­a­çu ter um re­pre­sen­tan­te na As­sem­bleia Le­gis­la­ti­va?
Lou­ren­ci­nho – Com cer­te­za. Se hou­ves­se uni­ão, um de­les te­ria si­do elei­to de­pu­ta­do es­ta­du­al. Es­sa é a gran­de di­fi­cul­da­de que nos­so mu­ni­cí­pio en­fren­ta, em to­das as elei­ções. No afu­ni­la­men­to, ou se lan­ça um can­di­da­to pa­ra atra­pa­lhar ou se lan­ça um can­di­da­to pa­ra ga­nhar. Quem atra­pa­lhou quem? Acho que os dois ti­nham as mes­mas chan­ces. O Val­mir te­ve mais de 9.500 vo­tos e o Chi­qui­nho pou­co mais de 11 mil. Com mais seis ou se­te mil vo­tos, um de­les te­ria si­do elei­to: o Chi­qui­nho com 17 mil vo­tos; e o Val­mir com me­nos elei­to­res, al­go em tor­no de 15 mil vo­tos, apro­xi­ma­da­men­te.  Por is­so, acre­di­to que os dois atra­pa­lha­ram a ci­da­de de Uru­a­çu.

DN – Em âm­bi­to ge­ral, o Nor­te não ele­geu ne­nhum de­pu­ta­do es­ta­du­al. O que acon­te­ceu, na ava­li­a­ção do se­nhor?
Lou­ren­ci­nho – Dis­pu­tas in­ter­nas nos mu­ni­cí­pios e pro­je­tos pes­so­ais, co­lo­ca­das à fren­te dos pro­je­tos mu­ni­ci­pa­is. Fal­tou di­á­lo­go en­tre as li­de­ran­ças e is­so pre­ju­di­cou os in­te­res­ses co­le­ti­vos. Foi o que ocor­reu em Ni­que­lân­dia, Po­ran­ga­tu e Uru­a­çu. No dia em que es­sas ci­da­des lan­ça­rem ape­nas um can­di­da­to, elas te­rão re­pre­sen­ta­ti­vi­da­de na As­sem­bleia.

DN – Tu­do in­di­ca que as obras da Fer­ro­via Nor­te-Sul so­fre­rão atra­sos na sua con­clu­são. Is­so pre­o­cu­pa o se­nhor?
Lou­ren­ci­nho – Bas­tan­te, por­que es­ta­mos pre­pa­ran­do Uru­a­çu pa­ra a mo­der­ni­da­de, com in­ves­ti­men­tos pe­sa­dos em in­fra­es­tru­tu­ra; na uni­ver­sa­li­za­ção da im­plan­ta­ção da re­de de es­go­to, da pa­vi­men­ta­ção as­fál­ti­ca em 100% das ru­as de nos­sa ci­da­de; na cons­tru­ção de mais ca­sas po­pu­la­res, pa­ra abri­gar as fa­mí­lias dos tra­ba­lha­do­res que es­tão se alo­jan­do em Uru­a­çu. A fa­mí­lia uru­a­çu­en­se es­tá cres­cen­do, mas o nos­so dé­fi­cit ha­bi­ta­cio­nal ain­da é gran­de.  A Fer­ro­via Nor­te-Sul se­rá um gran­de sal­to que Uru­a­çu da­rá pa­ra re­ce­ber in­dús­tri­as e em­pre­sas que vão apro­vei­tar-se da nos­sa lo­gís­ti­ca. Es­se adi­a­men­to não pre­o­cu­pa ape­nas a mim, mas to­da a po­pu­la­ção do Es­ta­do de Go­i­ás.

Lourenço defende gestão política e gerencial

DN – Vá­rios mu­ni­cí­pios do Nor­te não con­se­guem se de­sen­vol­ver no as­pec­to so­ci­o­e­co­nô­mi­co não ape­nas pe­la fal­ta de di­nhei­ro, mas tam­bém em fun­ção do des­pre­pa­ro de al­guns dos atu­ais ges­to­res. O que é pos­sí­vel fa­zer pa­ra me­lho­rar o qua­dro dos fu­tu­ros can­di­da­tos a pre­fei­to?
Lou­ren­ci­nho – Ve­jo os atu­ais pre­fei­tos, às ve­zes, mui­to sa­cri­fi­ca­dos. Eles pas­sa­ram por uma fa­se de que­da de re­cei­tas, pe­la cri­se mun­di­al, en­fim. En­fren­ta­mos, e eu me in­cluo nis­so, mui­tas di­fi­cul­da­des. Por ou­tro la­do, gran­de par­te dos pre­fei­tos se saiu bem, con­se­guin­do obras e di­na­mi­zan­do su­as ci­da­des, pro­por­ci­o­nan­do cres­ci­men­to lo­cal em vá­rios se­to­res. Mas al­guns pre­fei­tos dei­xa­ram de fa­zer po­lí­ti­ca pa­ra ape­nas ad­mi­nis­trar as ci­da­des. E ad­mi­nis­trar se faz com par­ce­rias, com o go­ver­no es­ta­du­al, com o go­ver­no fe­de­ral, com os de­pu­ta­dos, com os se­na­do­res, com a po­pu­la­ção, com as igre­jas e com as ins­ti­tu­i­ções em ge­ral. Não adi­an­ta o pre­fei­to achar que se­rá pre­fei­to pa­ra fa­zer po­lí­ti­ca. Não se faz po­lí­ti­ca com os bens pú­bli­cos. Se faz po­lí­ti­ca pa­ra ob­ter cres­ci­men­to e mo­der­ni­da­de, pa­ra me­lho­rar a vi­da do ci­da­dão. E é is­so que es­ta­mos ten­tan­do fa­zer em Uru­a­çu. Não é fá­cil ser um ges­tor mu­ni­ci­pal, é pre­ci­so ter mui­ta ou­sa­dia, de­ter­mi­na­ção, dis­po­si­ção, fé em Deus e von­ta­de de tra­ba­lhar. 
 
DN – De al­gu­ma for­ma, a As­so­cia­ção Go­i­a­na dos Mu­ni­cí­pios (AGM) não de­ve­ria "en­si­nar" os pre­fei­tos a go­ver­nar?
Lou­ren­ci­nho – A AGM pas­sa e-mails e me­mo­ran­dos, ori­en­tan­do os pre­fei­tos a in­ves­ti­rem na Sa­ú­de, na Edu­ca­ção. A ten­dên­cia, nes­se sen­ti­do, é que to­dos os pre­fei­tos pos­sam me­lho­rar e se qua­li­fi­car, atra­vés das ori­en­ta­ções da AGM e da CNM (Con­fe­de­ra­ção Na­ci­o­nal de Mu­ni­cí­pios).

DN – O se­nhor con­cor­da com a te­se de que a AGM é uma "gran­de ma­dras­ta" que de­fen­de ape­nas cer­tos pre­fei­tos e cer­tas pre­fei­tu­ras, dei­xan­do de la­do os in­te­res­ses de ou­tras ci­da­des?
Lou­ren­ci­nho – Não. Acre­di­to que a AGM lu­ta em prol do mu­ni­ci­pa­lis­mo, do in­cre­men­to das re­cei­tas mu­ni­ci­pa­is. A AGM de­fen­de os sa­cri­fí­ci­os que al­gu­mas pre­fei­tu­ras pre­ci­sam fa­zer, por cau­sa da cons­tan­te con­cen­tra­ção de re­cur­sos nas mãos do Es­ta­do e da Uni­ão. E a con­ta da Sa­ú­de, da Edu­ca­ção, da As­sis­tên­cia So­ci­al, quem aca­ba pa­gan­do são os mu­ni­cí­pios, que re­ce­bem pou­quís­si­mas con­tra­par­ti­das do Es­ta­do e da Uni­ão. Pa­ra go­ver­nar, pre­ci­sa­mos de par­ce­rias. E a AGM tem bus­ca­do ser par­cei­ra, do Es­ta­do e da Uni­ão, pa­ra bus­car os di­rei­tos dos mu­ni­cí­pios, no cam­po ad­mi­nis­tra­ti­vo.

DN – Quan­do foi a úl­ti­ma vez que o pre­fei­to de In­hu­mas, Abe­lar­do Vaz, seu co­le­ga de par­ti­do e atu­al pre­si­den­te da AGM, vi­si­tou o se­nhor em Uru­a­çu de­pois que ele foi elei­to pa­ra co­man­dar a as­so­cia­ção?
Lou­ren­ci­nho – Acho que por du­as ve­zes, acom­pa­nhan­do o en­tão go­ver­na­dor Al­ci­des Ro­dri­gues; e nu­ma re­u­ni­ão com au­to­ri­da­des fe­de­ra­is. Mas acho que não é fun­ção do pre­si­den­te da AGM vi­si­tar mu­ni­cí­pios, mas sim bus­car con­quis­tas e re­sul­ta­dos po­si­ti­vos, co­mo a li­be­ra­ção dos re­cur­sos da Celg re­ti­dos há mais de dois anos, por exem­plo. No nos­so ca­so, te­mos mais de R$ 1 mi­lhão pa­ra re­ce­ber.  

DN – O se­nhor en­ten­de que os pre­fei­tos de­vem apli­car o prin­cí­pio do Pro­je­to Fi­cha Lim­pa pa­ra con­tra­tar as­ses­so­res e se­cre­tá­rios mu­ni­ci­pa­is?
Lou­ren­ci­nho – Es­se pro­ces­so es­tá atin­gin­do to­das as ad­mi­nis­tra­ções pú­bli­cas. Não há co­mo fu­gir dis­so. A po­pu­la­ção exi­ge es­se com­pro­me­ti­men­to. Com a nor­ma­ti­za­ção des­sa lei, a par­tir das pró­xi­mas elei­ções, só vão par­ti­ci­par dos go­ver­nos mu­ni­ci­pa­is quem es­ti­ver com a fi­cha-lim­pa. No nos­so ca­so, em Uru­a­çu, a pri­o­ri­da­de pa­ra con­tra­ta­ção, em nos­sa as­ses­so­ria, é de pes­so­as com cre­di­bi­li­da­de, ho­nes­ti­da­de, aus­te­ri­da­de, que es­te­jam pron­tas pa­ra de­ba­ter e pro­mo­ver avan­ços com a po­pu­la­ção.

DN – Nes­sa li­nha de ra­ci­o­cí­nio, o prin­ci­pal pa­dri­nho po­lí­ti­co do se­nhor, o pre­fei­to de Itum­bi­a­ra Jo­sé Go­mes da Ro­cha, do PP, já foi con­de­na­do e ho­je é ti­do co­mo um po­lí­ti­co "fi­cha-su­ja". Co­mo é que o se­nhor ana­li­sa es­sa si­tu­a­ção? Não é de­li­ca­do pa­ra o se­nhor es­tar tão pró­xi­mo de um po­lí­ti­co des­se nai­pe?
Lou­ren­ci­nho – Olha, que­ro fa­zer uma de­fe­sa ve­e­men­te do pre­fei­to Jo­sé Go­mes da Ro­cha, meu ami­go, meu ali­a­do e meu pa­dri­nho. Ele é o úni­co po­lí­ti­co, em Go­i­ás, que tem 36 anos de man­da­to. É o re­cor­dis­ta de man­da­tos. Ele in­tei­rou 18 anos e lo­go ga­nhou uma ca­dei­ra de ve­re­a­dor na Câ­ma­ra Mu­ni­ci­pal de Itum­bi­a­ra. De­pois, con­se­guiu a re­e­lei­ção pa­ra ve­re­a­dor; sua elei­ção pa­ra de­pu­ta­do fe­de­ral; sua elei­ção pa­ra de­pu­ta­do es­ta­du­al; uma no­va elei­ção pa­ra de­pu­ta­do fe­de­ral; vol­tou a ser de­pu­ta­do es­ta­du­al; ga­nhou pa­ra pre­fei­to de Itum­bi­a­ra e foi re­e­lei­to pre­fei­to. En­tão, ele tem um cur­rí­cu­lo in­ve­já­vel. Se ele é fi­cha-su­ja, por­que que ele es­tá exer­cen­do o man­da­to com 92% de apro­va­ção po­pu­lar em sua ci­da­de, en­tre óti­mo e bom, su­pe­ran­do até mes­mo o en­tão pre­si­den­te Lu­la? Acho que exis­te um equí­vo­co nes­sa in­for­ma­ção ou até mes­mo al­guns ad­ver­sá­rios es­te­jam pre­gan­do es­sa te­se de que ele se­ja um fi­cha-su­ja. Se fos­se as­sim, não po­de­ria es­tar exer­cen­do o man­da­to. Se não fos­se bem quis­to pe­los itum­bi­a­ren­ses, não con­se­gui­ria tan­tas vi­tó­rias con­se­cu­ti­vas e tam­bém não te­ria da­do 80% dos vo­tos de Itum­bi­a­ra pa­ra o go­ver­na­dor Mar­co­ni Pe­ril­lo. Por is­so, si­go acre­di­tan­do que o Zé Go­mes é um gran­de lí­der do Es­ta­do de Go­i­ás.

DN – Após a der­ro­ta de Iris Re­zen­de pa­ra Mar­co­ni Pe­ril­lo, o PMDB em Go­i­ás aca­bou pa­ra o se­nhor?
Lou­ren­ci­nho – Não. Acre­di­to que o par­ti­do pas­sa­rá por re­for­mu­la­ções e que as con­ver­sas pa­ra 2012 e 2014 irão mu­dar es­se qua­dro. Co­mo o go­ver­na­dor Mar­co­ni é um po­lí­ti­co bas­tan­te as­tu­to, ele de­ve bus­car o PMDB pa­ra sua ba­se, num pra­zo de seis a oi­to mes­es.

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