Publicado em 16 Setembro 2007
João Carvalho - Goiânia
íris roberto

O prefeito Iris Rezende responde as críticas de Frederico Jayme
O prefeito de Goiânia,
Iris Rezende (PMDB), não se incomoda com as críticas do ex-deputado, Frederico Jayme, publicadas no Diário do Norte e diz que não pode ser culpado pela derrota de Maguito Vilela em 2006. “Quando o candidato vence, é mérito dele. Quando perde, a culpa é do
Iris. Já estou acostumado com isso”, declara o prefeito, que evita falar em candidatura à reeleição em 2008.
Iris diz tratar-se de uma ‘balela’ as declarações de Frederico de que ele estaria inibindo o crescimento de outros nomes dentro do partido. E lembra que em 2003 o PMDB estava praticamente abandonado quando ele resolveu assumir a direção da legenda. “E os críticos de hoje permaneceram em seus gabinetes refrigerados flertando com o Palácio das Esmeraldas”, frisa.
Diário do Norte – Como o senhor reagiu às críticas do ex-deputado Frederico Jayme, acusando-o de ser o dono do PMDB?
Iris Rezende – Com naturalidade, afinal essa é uma prática antiga executada por alguns políticos, eleição após eleição. Em caso de vitória, o mérito é do candidato. Em caso de derrota, a culpa é do
Iris. O PMDB sofreu nova derrota ao Governo do Estado em 2006 por uma série de motivos, mas poucos são transparentes para aceitá-los. Torna-se mais fácil escolher um único culpado por tudo.
DN – O senhor realmente inibe o crescimento de outros nomes dentro do partido?
Iris – Isso é uma balela sem tamanho. Sofri duas derrotas em 1998 e 2002. Afastei-me da política por quase um ano e não tive conhecimento de alguém que tenha tomado a iniciativa de assumir as rédeas do PMDB. Os críticos de hoje permaneceram em seus gabinetes refrigerados flertando com o Palácio das Esmeraldas. As coisas só começaram a mudar no final de 2003.
DN – O que aconteceu naquele momento com o PMDB?
Iris – Assumi o comando do diretório regional do PMDB e visitei dezenas de cidades com o objetivo de incentivar candidaturas para as eleições municipais de 2004. Jamais imaginava entrar na disputa para a Prefeitura de Goiânia. Surgiu a oportunidade e não pensei duas vezes, apesar da fragilidade do partido na capital. Aí está a diferença: não fujo da raia, encaro qualquer desafio. Não fico esperando o cavalo passar arreado na minha porta.
DN – Frederico Jayme diz que o senhor está forçando a barra para que ele deixe o PMDB?
Iris – Sou prefeito de Goiânia, estou determinado a fazer a melhor e mais bela administração de toda a minha trajetória pública, que estará completando meio século em 2008. Perseguição, politiquice é coisa de quem não tem o que fazer. O comando do PMDB em Goiás está nas mãos do prefeito de Catalão, Adib Elias. Pergunte a ele se algum dia pedi ou sugeri algo nesse sentido. Vale aquela máxima: os incomodados que se mudem.
DN – O ex-deputado lhe atribui vários adjetivos, entre os quais truculento e vingativo. O senhor fica incomodado?
Iris – O perfil de todo homem público é construído dia após dia, degrau por degrau. Estou aberto, permanentemente, às opiniões, às idéias. Sou um político que tem facilidade para decidir, para tomar posições. Já acertei em muitos casos e errei em outros. Os adversários preferem confundir franqueza com truculência. Ninguém se aproxima de 50 anos de vida pública pensando apenas no mal dos outros.
DN – É apenas impressão ou
Iris Rezende está evitando polemizar com seus críticos?
Iris – As vitórias e as derrotas nos embates políticos servem como aperfeiçoamento humano. Considero-me, hoje, mais próximo da perfeição por ter experimentado os dois lados da moeda. Portanto, tenho a obrigação de respeitar mais ainda as opiniões contrárias, mesmo não concordando com elas.
DN – Frederico Jayme admite que o senhor está bem próximo da reeleição não pelos seus méritos, “mas pela fraqueza dos adversários”. Ele exagera na análise?
Iris – Ou ele está mal informado ou não quer enxergar a revolução administrativa deflagrada em Goiânia desde 2005. São mil quilômetros de ruas pavimentadas, oito novos parques ambientais implantados, 240 praças construídas, assim como 38 Centros Municipais de Educação Infantil.
DN – Com esses resultados, o senhor já admite uma candidatura à reeleição?
Iris – Venho sendo muito questionado sobre isso, principalmente depois de ter recebido, em Brasília, o prêmio “Excelência Administrativa e Política da Região Centro-Oeste”. Mesmo assim, considero prematura a discussão sobre candidatura à reeleição em 2008.