Publicado em 12 Julho 2010
Euclides Oliveira
A candidata a deputada estadual Gracilene Batista (PTB), de Niquelândia, conversou com a reportagem do Diário do Norte em sua residência, na tarde da quinta-feira (8), apenas dois dias após o início oficial da campanha eleitoral. Esposa do prefeito Ronan Rosa Batista, Gracilene ocupou a Secretaria Municipal de Assistência Social da cidade por diversas vezes, em períodos distintos. Agora, como candidata a uma vaga na Assembleia Legislativa, Gracilene mostra muita disposição para superar a inexperiência de nunca ter disputado uma eleição, com a expectativa de conseguir aproximadamente 20 mil votos em 16 cidades do Norte e do Nordeste do Estado. Desse número, ela espera o apoio de 15 mil niquelandenses. Gracilene disse que demorou em decidir se seria ou não candidata após sugestão de Ronan, com a aprovação do deputado federal Jovair Arantes (PTB), padrinho político do prefeito da cidade. "Eu não tinha pensamento político. Eu pensava mesmo na gestão dos trabalhos na Assistência Social que ainda não estavam no estágio que eu queria alcançar; e se era viável interromper esse trabalho, até porque sempre ajudei o Ronan na administração como um todo", comentou Gracilene.
Diário do Norte – A senhora trabalhou como secretária de Assistência Social de Niquelândia. Mas a senhora é considerada como uma pessoa tímida, dona de um discurso mais evangélico do que político, além de inexperiente, já que nunca disputou uma eleição. Como a senhora analisa essas considerações sobre o seu perfil?
Gracilene Batista - Bem, é a primeira vez que me candidato. Essas colocações, das pessoas, nós precisamos respeitar. Sei que serei mesmo avaliada pelos meus eleitores e fico feliz em saber que as pessoas já estão me avaliando. Isso mostra que o nosso eleitorado está mais consciente e que procura saber mais sobre o perfil de cada candidato. Eu vejo a minha inexperiência na área política como um fator positivo até. Na parte administrativa, no tocante à minha gestão (como secretária de Assistência Social), modéstia à parte, considero que fiz uma boa gestão. Isso significa que cresci, que evolui e alcancei as metas do gestor do nosso município (o marido e prefeito Ronan Batista), mas também atendi aos anseios da nossa população.
DN – Como a senhora acertou a candidatura com o prefeito Ronan Batista?
Gracilene – Na verdade, desde o ano passado, o Ronan vinha me abordando (sobre a possível candidatura), mas eu não tinha pensamento político. Eu pensava mesmo na gestão da secretaria e até mesmo do município, até porque, durante todo o tempo, sempre ajudei o Ronan naquilo que pude, na administração como um todo. E quando o Ronan me propôs a candidatura a deputada estadual, eu estudei muito, pensei muito. Tenho um filho (João Pedro) de sete anos e os trabalhos na Assistência Social ainda não estavam no estágio que eu queria alcançar; e também pensei se era viável interromper esse trabalho. Mas, depois aceitei e hoje estou bastante animada.
DN – Há quem diga que a indicação do nome da senhora como candidata foi, na verdade, uma imposição do deputado federal Jovair Arantes ao prefeito Ronan. Foi assim mesmo?
Gracilene – Não houve nenhum tipo de imposição. Na verdade, o prefeito Ronan tem muita liberdade com o deputado federal Jovair Arantes. Nós já apoiávamos o Jovair e já tínhamos um vínculo de amizade. Tanto o Jovair quanto o (senador) Marconi Perillo nos aconselharam que seria importante e viável a indicação do meu nome. Quando se pensou numa segunda pessoa (para ser candidato) que não fosse o Ronan, houve a minha indicação.
DN – Houve comentários de que o deputado Jovair pressionou a senhora para a retirada de sua candidatura, em favor das pretensões políticas de Henrique Arantes, filho do deputado e vereador em Goiânia, que agora é seu concorrente nesta eleição. Isso ocorreu?
Gracilene – Isso nunca ocorreu, sob hipótese alguma. Diversas pessoas já me abordaram na rua, perguntando isso. Creio que essa informação partiu daqui de Niquelândia mesmo. Até mesmo em outros municípios, mais próximos, as pessoas me fizeram essa interrogação. O deputado Jovair, desde o primeiro momento, aconselhou que eu fosse candidata. Isso não passou de pura especulação.
DN – Disputar a eleição pelo PTB, que exige quantidade significativa de votos para conseguir a vitória, não poderá ser uma dificuldade adicional na sua campanha? Qual a votação que a senhora espera alcançar?
Gracilene – Nós estamos trabalhando para alcançar um número acima de 20 mil votos. A nossa expectativa é boa. Estamos com apoios em vários municípios. Saí (candidata) pelo PTB pensando que, no momento em que chegarmos lá vamos poder dar um respaldo e um retorno para os municípios que nos apoiarem e para o Estado como um todo, também.
DN – A senhora já tem apoios e palanques confirmados em outros municípios da Região Norte?
Gracilene – Vou citar apenas alguns dos municípios, porque a lista é bem extensa. Em Colinas do Sul, temos o apoio de cinco vereadores (da base de apoio da ex-prefeita Cristina Fiúza Adorno). Em Alto Paraíso, temos o apoio de um vereador que, inclusive, é o presidente da Câmara Municipal. Em Minaçu, temos o apoio do ex-prefeito Joaquim Pires, que exerce uma liderança fora do comum na cidade. Em Mimoso de Goiás, nós temos o apoio da prefeita (Miriã de Souza Vidal, do PRB) e de mais sete vereadores. Em Cocalzinho de Goiás, temos o apoio do ex-prefeito Salomão (Costa Araújo). Esses são alguns dos nossos apoios. Mas, ao todo, vou trabalhar a minha candidatura em 16 municípios do Norte, Nordeste e região da Chapada dos Veadeiros.
DN – Em Niquelândia o vice-prefeito José Antonio da Caixa, que foi candidato a deputado estadual em 2006; e o próprio prefeito Ronan Batista; conseguiram cerca de 10 mil votos, cada um. Essa é a expectativa da senhora?
Gracilene – Nós vamos trabalhar para alcançar um pouco mais. Estamos trabalhando para alcançar mais de 15 mil votos em Niquelândia. Nos demais municípios que eu citei, farei um trabalho com visitas alternadas. Mas nasci em Niquelândia, onde as pessoas me conhecem e podem me avaliar. Nas outras cidades, vamos levar material para que os eleitores possam me conhecer.
DN – A sua campanha será alicerçada em que tipo de propostas? Em caso de eventual eleição da senhora, como será o trabalho na Assembleia?
Gracilene – Nós vamos apresentar esse plano de trabalho. Mas acho que eu nem preciso dizer: a questão social está no sangue, não tem jeito. Outra coisa será a defesa do fortalecimento dos municípios do Norte e do Nordeste de Goiás.
DN – Como será seu trabalho em prol dos municípios menos desenvolvidos?
Gracilene – Cada município tem seu potencial. Mas existem municípios, como Alto Paraíso, que não possuem uma mineradora, mas tem uma riqueza natural, por seu turismo ecológico. Nessas visitas, na pré-campanha e agora na campanha, eu observo tudo, o tempo todo. Isso vai facilitar o meu trabalho depois. É claro que, no ano que vem terei a oportunidade de voltar a cada um dos municípios, com minha equipe técnica, para uma melhor avaliação. Eu não pretendo de jeito nenhum ficar em Goiânia, mandando para outros municípios, o que é mandado para Niquelândia. Tive essa experiência na Assistência Social (de receber insumos e materiais que não atendiam a necessidade da pasta) e quero trabalhar de acordo com os anseios e necessidades de cada cidade.
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