Maguito Vilela
‘A máquina estatal me abafou em 2002’
Publicado em 10 Abril 2006
O senador Maguito Vilela (PMDB) conversou rapidamente com a reportagem do Diário do Norte, antes do discurso que fez na noite de sexta-feira (24), em Minaçu. Maguito diz respeitar a pré-candidatura do prefeito de Catalão, Adib Elias, mas fala abertamente que deseja Frederico Jayme como seu candidato a vice, de modo a recuperar-se da derrota que sofreu em Anápolis, na campanha de 2002. Confira a seguir a íntegra da entrevista:
[b]Diário do Norte[/b] - Tudo indica que o senhor deve mesmo ser o indicado como candidato pelo PMDB ao governo do Estado, nas prévias que serão realizadas no próximo dia 19. Uma vez que isso ocorra, o conselheiro Frederico Jayme seria o vice dos seus sonhos para a composição da chapa?
[b]Maguito Vilela[/b] - Sem dúvida, o Frederico é um grande nome. Eu fui colega dele na Assembléia Legislativa. Foi um político extraordinário. Acho que ele pode prestar relevantes serviços para Goiás, como candidato a vice. Essa é uma decisão que vai ser do partido, mas eu já antecipei que gostaria de tê-lo como vice. Ele representa o Vale do São Patrício e vários segmentos importantes.
[b]DN[/b] - Nesse sentido, a realização das prévias com o prefeito de Catalão, Adib Elias, não seria uma mera 'cortina de fumaça', dado o fato que o senhor já indicou ao partido o nome de seu possível vice?
[b]Maguito[/b] - Não. É lógico, que se o Adib vencer as prévias, ele também terá preferência por um vice. Agora, isso só vai ser decidido oficialmente depois das prévias. Estamos agora conjecturando sobre possibilidades.
[b]DN[/b] - Como o senhor pretende melhorar seu desempenho eleitoral em Anápolis, que é o terceiro maior colégio eleitoral do Estado?
[b]Maguito[/b] - Isso ocorreu porque, justamente, não tínhamos vice de lá naquela época. O povo queria, a cidade queria também. Por isso é que temos preferência hoje por um vice de Anápolis.
[b]DN[/b] - A campanha será de alto nível, de forma a elencar as necessidades e prioridades de Goiás, ou o senhor pretende responder a eventuais ataques?
[b]Maguito[/b] - A campanha tem que ser de alto nível. O povo está preocupado na solução dos seus problemas, não está querendo denúncias infundadas, agressões morais ou mesmo políticas. Isso o povo não quer e não deseja.
[b]DN[/b] - Ainda faltam sete meses para as eleições. A pesquisa Serpes/O Popular coloca o senhor na dianteira das intenções de voto. Era um resultado esperado?
[b]Maguito[/b] - É lógico que pesquisas pegam a todos de surpresa. E elas refletem também o momento. Eu fiquei muito honrado em ver meu nome liderando a pesquisa, mas eu recebi a notícia com humildade e consciente de que é preciso trabalhar, e trabalhar muito.
[b]DN[/b] - Na disputa de 2002, o senhor tinha praticamente os mesmos números e acabou perdendo as eleições ainda no primeiro turno. Esse fato faz com que o senhor adote uma conduta mais prudente neste ano?
[b]Maguito[/b] - Cada eleição é uma história. Na eleição passada, todo mundo viu o que aconteceu. O governador, candidato a reeleição, usou todos os meios e expedientes da máquina administrativa e 'abafou' nossa candidatura. Nós não tínhamos um partido para coligar conosco, nem mobilidade, pois também nos faltou recursos financeiros. Sempre fizemos política por ideal e era impossível fazer campanha naquela época, por causa do governador. Agora, hoje não. Hoje, a história é bem diferente. O povo já faz uma comparação entre os dois governos, com elementos do meu governo e do governo dele. Portanto, espero que essa eleição seja bem diferente.
[b]DN[/b] - O governador Marconi Perillo defende a realização de prévias no PSDB, à escolha do candidato à presidência da República. Em Goiás, o processo se deu de forma inversa, com a indicação do vice Alcides Rodrigues. Que avaliação o senhor faz dessa postura?
[b]Maguito[/b] - Eu acho que o governador defende uma coisa a nível nacional e faz outra a nível local. O candidato da base aliada foi imposto. O vice-governador não era o líder das pesquisas. O líder das pesquisas dentro da base governista era o Demóstenes (Torres, senador pelo PFL). Até por isso, o Demóstenes já saiu da base aliada. A Frente Ampla também está se deslocando, porque dizem fazer parte da base 'alijada', porque também não foram ouvidos para a escolha do candidato.