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Wander Borges

A força de uma jovem liderança

Filho de ex-prefeito chega ao poder em Campinorte e promete uma gestão para revolucionar o conceito de administração


Publicado em 03 Novembro 2008

Gil Bueno

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Gil Bueno
Wander Borges herdou do pai, Valdo Borges, o gosto pela política e já conquista o seu primeiro mandato de prefeito no município de Campinorte
Wander Borges herdou do pai, Valdo Borges, o gosto pela política e já conquista o seu primeiro mandato de prefeito no município de Campinorte

Ele revela que não escolheu ser político, mas que foi escolhido pela política. Filho do ex-prefeito Valdivino Borges da Silva, o Valdo Borges, eleito três vezes para o Executivo campinortense, Wander Borges, do PP, convive com a política desde os seus três anos de idade, época em que seu pai foi candidato à prefeitura pela primeira vez. E é isso que lhe garante o conhecimento dos problemas do município, já que ele afirma que, apesar de ser o atual vice-prefeito do município, não lhe foi dada a oportunidade de participar do governo. Agora, com 29 anos, o mais jovem prefeito entre todos os eleitos no Norte do Estado, garante que está pronto para conduzir os destinos de Campinorte nos próximos quatro anos. Eleito com 3.474 votos, o que representou 52% dos votos válidos, contra os 3.138 votos (47%) do prefeito Francisco Correa Sobrinho, o Chicão, do PTB, Wander tem, além de seu pai, outras referências na política do Estado, como o senador Marconi Perillo (PSDB) e o deputado federal Ronaldo Caiado (DEM). Ele recebeu a reportagem do Diário do Norte em sua casa na quarta-feira (22) para esta entrevista. "Minha casa se tornou um centro político de Campinorte e eu tinha no coração esse sonho de me tornar um prefeito jovem de minha terra. A política sempre esteve no meu sangue".

Diário do Norte – Como o senhor avalia a sua vitória nessas eleições?
Wander Antunes Borges – Nosso objetivo maior era a vitória e não levamos em conta o tamanho dela. Se levarmos em consideração que nós fizemos uma campanha humilde, com poucos recursos, e que estávamos enfrentando a máquina do governo, ela aumenta em importância. E além da máquina, o prefeito tinha a seu favor o deputado federal José Tatico (PTB), e todos nós conhecemos o estilo Tatico de fazer campanha, com muitos cabos eleitorais e material gráfico bem cuidado, sem nenhum juízo de valores a esse respeito. Considero que tivemos uma boa margem de votos de frente, considerando a situação que enfrentamos.

DN – O fato de seu oponente enfrentar problemas com a Justiça Eleitoral até o dia das eleições influenciou no resultado final?
Wander – O Chicão era meu adversário e eu sempre o respeitei como tal. Fiz a campanha baseando-me nas nossas propostas para o município. Em nossos comícios e palestras, nas reuniões ou em qualquer outra atividade nunca se ouviu de minha boca qualquer insinuação sobre os problemas que ele enfrentava. E eu acredito que o povo também o tinha como candidato certo para as eleições. Eu pude sentir isso nas visitas que fazia, e nunca fiz qualquer insinuação que ele poderia não ser o candidato. E quer saber de uma coisa? Eu tenho plena convicção que esse fato não influenciou em nada no resultado das eleições, pois somente no final da campanha ficou claro que o problema poderia mesmo ter complicações, quando o TRE negou provimento ao seu recurso pelo registro da candidatura.

DN – Qual a avaliação que o senhor faz sobre o desempenho da base aliada nessas eleições? Ela sai fortalecida para 2010?
Wander – Sem dúvida foi positiva e com certeza sai fortalecida. O Tempo Novo fez muito por Goiás, primeiro com Marconi Perillo e agora com Alcides Rodrigues. E justamente na Região Norte foi onde a base aliada mais conquistou espaço e isso, com certeza, vai repercutir em 2010. Nós torcemos e trabalhamos muito para isso. A nova safra de prefeitos eleitos na região é formada por valorosos companheiros que, assim como eu, estão com muita vontade de trabalhar e fazer a diferença. O governador tem sinalizado que, já a partir de 2009, vai implementar várias parcerias com os governos municipais. Os grandes investimentos na região, e a Ferrovia Norte/Sul é apenas um dos exemplos, que apontam que agora é a vez do Norte. Os prefeitos eleitos têm tudo para fazer grandes governos, trabalhando de verdade e honrando com os compromissos, fazendo com que o Norte ganhe e a base aliada também.

DN – Mas a base aliada perdeu nos principais centros de Goiás.
Wander – Se formos nos ater à história das eleições para a Prefeitura de Goiânia e para governo do Estado, vamos verificar que nunca um prefeito de Goiânia ajudou a eleger o governador do Estado, nunca os dois estiveram do mesmo lado. Ou seja, a regra que o prefeito de Goiânia elege o governador de seu partido nunca foi aplicada. O que vai prevalecer agora é o trabalho dessa nova safra de prefeitos; é o trabalho do governador Alcides Rodrigues, que vai desempenhar o papel de liderança que é esperado dele; é o trabalho do senador Marconi Perillo, cujo histórico fala por ele: um governador que modernizou Goiás, tirando o Estado do atraso, que nunca se envolveu em escândalo, como Caixego, Cachoeira Dourada etc. E é um processo natural que um partido cresça numa eleição, com a decaída de outro. O importante é que a base aliada permanece unida, e é isso que vai nos trazer a vitória.

DN – Campinorte ficou alheia à Amunorte na atual gestão. Como o senhor vê o trabalho da Associação?
Wander – O papel da Amunorte para o desenvolvimento da região é importantíssimo. Como vice-prefeito, eu participei de algumas reuniões e é claro que agora como prefeito, sem dúvida estarei cerrando fileiras com todos os prefeitos da região. A Amunorte tem mostrado a sua força e eu estou pronto para apoiar e agregar conquistas também. Uma delas, já bem encaminhada, é a construção do hospital regional, que temos de centrar nossos esforços para que ele saia do papel, pois a concretização desse projeto é fundamental para a região.

DN – O prefeito José Osvaldo (de Porangatu) já disse que colocará seu nome para presidir a entidade a partir de 2009. Ele terá o seu apoio?
Wander – Eu acredito que para a retomada dos trabalhos em 2009 seria importante termos na presidência um prefeito que já conheça a Amunorte, que tenha experiência e que seja um grande líder. Acredito que José Osvaldo tenha essas qualidades. Eu o admiro como administrador e como pessoa e o apóio para presidir a Amunorte. Mas vamos ver qual a vontade da maioria no momento apropriado.

DN – O senhor, como vice-prefeito de Campinorte, tem muita experiência sobre os problemas do município. Qual será o seu foco principal no início do mandato?
Wander – Conhecimentos dos problemas de Campinorte eu tenho pelo meu envolvimento na política desde há muito tempo. Como vice-prefeito não me foi dada a oportunidade de participar da administração do município. Mas vemos Campinorte com muita responsabilidade e cautela e pedimos aos companheiros que continuem acreditando na gente, pois todo início de uma nova gestão, de uma nova era, de uma renovação, tem os seus desafios. Uma de nossas primeiras ações, que foi bem frisada durante a campanha, será o asfalto urbano. Nossos contatos com o Governo do Estado nos garantem que a partir de 2009 já estaremos atendendo essa questão. Moradia, da mesma forma, também é um compromisso assumido e terá prioridade em nossa gestão. Também vamos melhorar o visual da cidade. Nós temos órgãos públicos sediados em prédios que, há pelos menos oito anos, não recebem pintura, e outros, ainda, que necessitam de reformas. Também estamos atentos aos problemas que a educação vem enfrentando e vamos atacar esses problemas imediatamente. E isso passa, em primeiro lugar, pela valorização do funcionalismo público. Queremos resgatar a alegria das pessoas em trabalhar no serviço público.

DN – O senhor pretende fazer uma auditoria ao assumir?
Wander – Olha, nós estamos fazendo um contato diplomático com o atual prefeito para formalizarmos a criação de uma equipe de transição, que brevemente será formada. Essa, a princípio, será a forma de realizarmos levantamentos sobre a situação do município. Eu não vejo necessidade, pelo menos de imediato, de uma auditoria, pois o prefeito tem sinalizado positivamente quanto à transição, reconhecendo que a eleição acabou e que nós vencemos o processo. Mas não descarto uma auditoria, se ela for necessária.

DN – O que o senhor achou da composição da Câmara Municipal eleita no dia 5 de outubro?
Wander – Quatro vereadores que me apoiaram foram eleitos e a Câmara teve uma grande renovação, com seis vereadores novatos. Nós já fizemos contatos com os vereadores eleitos na outra chapa. A idéia é governarmos juntos e para o bem do município. Legislativo é um problema para quem trabalha errado e nós temos um propósito positivo e honesto. Acredito que a relação Executivo/Legislativo será harmônica.

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