Publicado em 20 Outubro 2008
Após alguns dias descansando da desgastante campanha política deste ano, o prefeito reeleito José Osvaldo (PSDB), de Porangatu, recebeu a reportagem do Diário do Norte em seu gabinete no final da tarde quarta-feira (15) e falou de seus principais desafios para a nova gestão. Apesar de, como todos, considerar os 55 votos de diferença para o candidato Eronildo Valadares (PMDB), o prefeito diz que isso não importa mais, já que é para todos que vai governar. Sobre a derrota de seu partido nos principais centros de Goiás, o prefeito acredita que tenha faltado uma liderança local que desempenhasse o mesmo papel que ele desempenhou em Porangatu, onde aglutinou em torno de seu nome nada menos que 11 partidos. Mas minimiza o fato, argumentando que a base aliada venceu em muitos municípios, e que o PSDB faz parte do grupo. Consciente de seu papel de líder, José Osvaldo espera que o grupo político que o elegeu chegue em 2010 muito mais forte e unido e que tenha sucesso nas urnas. Sobre os próximos quatro anos, o prefeito garante que será o melhor governo que Porangatu já experimentou e que a modernidade, em fim, se instalará no município, com mais emprego, mais renda, 100% de rede de esgoto, e muito mais. Sobre a região Norte do Estado, o prefeito disse que vai colocar seu nome novamente como candidato à presidência da Amunorte e, com sua liderança e experiência, pretende reunir prefeitos de todos os municípios e lideranças estaduais, como os deputados Júlio da Retífica, Jovair Arantes e Carlos Alberto Leréia, para a formatação de um grande projeto de desenvolvimento para a região.
Diário do Norte – Como o senhor avalia essa diferença tão pequena de votos com relação ao segundo colocado nas eleições?
José Osvaldo – De certo modo ela nos surpreendeu, pois tínhamos pesquisas confiáveis, dos últimos 10 dias de campanha, muito favoráveis a nós. Eu avalio que essa diferença foi motivada de última hora; parte dos que votariam em mim tiveram algo muito motivador que os fez mudar de opinião em cima da hora. Eu entendo, também, que havia um sentimento de mudança, que é natural no ser humano, ainda mais em se tratando de política, embora eu tenha certeza que a população tenha a consciência de que eu sou um bom administrador, um bom prefeito, e que esteja realizando um trabalho de valorização do município. Mas o fato é que nós fomos vitoriosos, e a vitória tem um sabor muito especial. O povo demonstrou, nas urnas, que continua confiando em nosso grupo, mesmo com uma margem apertada de votos. Os 11 partidos que se juntaram em torno de meu nome, assim como todas as lideranças, também foram fundamentais para a nossa vitória. Quando a vitória é apertada, a gente valoriza ainda mais cada pessoa.
DN – A campanha, em alguns momentos, esteve bastante tensa em Porangatu. Como o senhor analisa a campanha deste ano?
José Osvaldo – A campanha em Porangatu deste ano foi muito diferenciada de outras campanhas. Havia claramente dois grupos muito distintos em disputa. De um lado, um grupo de pessoas que toda vida se dedicou a Porangatu, e não só em períodos eleitorais. Olhem o nível dos candidatos a vereador de minha base, analisem a minha própria pessoa, a do meu vice, e isso fica bem claro. Sempre trabalhamos em entidades, como a Associação Comercial, clubes de serviço, igrejas, times de futebol, somos pessoas que temos uma carreira de serviços prestados ao município. Do outro lado, tínhamos um grupo econômico, conhecidos pelo trabalho com o dinheiro. Aí o impasse era inevitável: um grupo mostrando propostas e o que já fez por Porangatu, e outro apresentando o que poderia fazer, com propostas muitas vezes absurdas, sem conhecimento de causa. E isso deixou a população confusa. Mas isso são coisas que passaram. Eu não quero saber se tive 55 votos a mais, isso já passou. Acabou o processo e eu convido todos a trabalharem pelo município, principalmente aqueles que têm um mandato.
DN – O senhor apontaria um momento chave de sua campanha à prefeitura?
José Osvaldo – Eu acredito muito em debates e os considero fundamentais num processo de escolha política. No debate é olho no olho, o candidato procurando mostrar quem realmente é, sem maquiagem. É sem dúvida o melhor meio para a exposição de idéias. E eu penso que o último debate realizado foi fundamental para a minha eleição, pois ali ficou muito claro quem sabia do que falava e quem se apresentava como salvador da pátria, mas que na verdade não tinha consistência.
DN – Depois do fraco desempenho dos partidos da base do governo, principalmente do PSDB, nos grandes centros goianos, como o senhor vê as eleições de 2010?
José Osvaldo – As eleições de 2010 serão muito diferenciadas e a análise das eleições municipais deste ano ainda serão feitas, e com mais cuidado. Eu penso que deveremos analisar com calma as eleições municipais de 2008. Acredito, também, que muita coisa vai acontecer até 2010, com o surgimento de novas lideranças, que despontam agora ou já vêm realizando um trabalho ao longo do tempo, e eu estarei fazendo de tudo para que o nosso grupo se fortaleça mais, pois já demonstrei minha capacidade de aglutinador e quero continuar a exercer esse papel.
DN – O senhor não acha que o PSDB perdeu espaço em Goiás?
José Osvaldo – O PSDB fez muito pelo Brasil, por Goiás e por Porangatu e tem, ainda, muito a fazer. É difícil para eu julgar a realidade de cada município, mas talvez tenha faltado lideranças em algumas cidades, que aglutinassem melhor as forças políticas. Há momentos em que você consegue fazer isso, mas em outros, não. Em Porangatu, eu posso garantir, o PSDB sai fortalecido. Será nosso quarto mandato consecutivo, sendo que nos três últimos com prefeito e vice do partido. É claro que aqui contamos com a compreensão dos outros partidos aliados e é a isso que me refiro quando digo da falta de uma liderança capaz de aglutinar as forças políticas. A realidade de cada lugar deve ser respeitada e devemos entender, também, que em muitos locais não deu PSDB, mas partidos que fazem parte da base aliada do governador Alcides Rodrigues, que estarão administrando os seus municípios da mesma forma. Não é só PSDB, nós somos um grupo. É assim que devemos pensar.
DN – O que a população de Porangatu pode esperar nos próximos quatro anos?
José Osvaldo – A sociedade porangatuense pode esperar uma das maiores gestões que Porangatu já teve. E isso por que eu estou muito mais preparado do que há quatro anos, muito mais consciente do que eu quero e almejo para o município, muito mais experiente para a busca de recursos. E já temos projetos em andamento: de imediato, este ano ainda, estamos recebendo a empreiteira que irá construir os 51 quilômetros da Ferrovia Norte/Sul que passarão no município, e, de cara, contrataremos 600 operários para a obra. Os diretores da empresa já estiveram reunidos comigo na semana passada, buscando parcerias com a prefeitura para a viabilização da obra, e terão todo o apoio que necessitarem. Nesse próximo mandato, nós vamos inaugurar a Estação de Tratamento de Esgoto, que vai colocar Porangatu no rol das cidades modernas. O rodoshoping também será inaugurado no próximo governo e, além de possibilitar maior conforto para todos, será mais um atrativo para o turismo. A revitalização da nossa Lagoa Grande, que será totalmente despoluída, também será mais um atrativo para o turismo. O novo frigorífico vai fomentar o crescimento de nosso rebanho; a conclusão dos projetos na área da educação iniciados neste governo, com a implementação da escola em período integral e a eleição dos diretores, a primeira da história neste município. Continuaremos fazendo asfalto, continuaremos construindo residências e vamos concretizar as parcerias necessárias. E podem ficar tranqüilos: vou cumprir todos os meus compromissos de campanha. Eu tenho certeza que Porangatu terá o melhor governo de todos os tempos nos próximos quatro anos.
DN – Qual a expectativa que a população da região Norte do Estado pode ter a respeito dos próximos quatro anos? Qual o papel reservado para a Amunorte (Associação dos Municípios do Norte) nessa questão?
José Osvaldo – Foram eleitos bons prefeitos na região e nós vamos continuar buscando parcerias pelo desenvolvimento do Norte de Goiás e para isso a Amunorte é fundamental. Vamos continuar com a luta pelo hospital de urgências em Uruaçu, que é uma prioridade da região, mas nós temos de cobrar do governo do Estado um projeto de desenvolvimento macro para o Norte. Vamos nos reunir com os todos os novos prefeitos da região, com os deputados Júlio, Jovair Arantes e Carlos Alberto Leréia, entre outras lideranças, para discutirmos projetos. Temos de sair do discurso e partirmos para a prática, com a concretização de projetos focados para os próximos quatro anos, que melhorem a região Norte. Com a ferrovia Norte/Sul instalada, nós temos de produzir. Já temos o biodíesel, que poderá alavancar o desenvolvimento da região, mas o atrativo a outras indústrias é fundamental, e não importa se ela vai ser instalada em Porangatu, em Mara Rosa, em Santa Tereza ou outro município. A questão do turismo também deve ser pensada coletivamente. O que temos de fazer é fomentar o desenvolvimento de todos os municípios da região e mantermos a unidade política para termos condições de 'brigar'.
DN – O senhor era presidente da Amunorte e se afastou para concorrer à reeleição em Porangatu. É candidato novamente ao cargo?
José Osvaldo – Vou deixar o meu nome à disposição. Tenho muitas idéias e quero colocar meu conhecimento e minha liderança também a serviço da região. E já dei demonstração que penso coletivamente, liberando a construção do hospital de urgências do Norte em Uruaçu, e não sendo bairrista a ponto de querer o hospital em Porangatu. Se os prefeitos avaliarem que o meu seja um bom nome, estarei pronto para assumir esse papel. Mas como presidente ou membro da Associação, quero sugerir a instalação de um escritório de apoio da Amunorte em Brasília, que é onde estão os recursos.
Luiz Teixeira Chaves prevê o caos
As explicações para a derrota em Porangatu
‘O PT terá candidato próprio na sucessão de 2014’
Já falei com o Marconi para mudar o hospital
‘O PSD é um instrumento acéfalo e pragmático, uma sublegenda’
Vitória depois de uma campanha franciscana
Vitória depois de uma campanha franciscana
Balanço positivo das eleições municipais 2016
Trabalho para sair da crise
Trabalho para sair da crise