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Audiência enfoca clima e cerrado


Publicado em 16 Setembro 2007

Euclides Oliveira - Niquelândia

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Enfocando o tema "Clima e Cerrado", a 1ª Conferência Municipal do Meio Ambiente de Niquelândia, realizada ao longo da última sexta-feira (14), no salão de eventos de um hotel da região central da cidade, evidenciou – através de quatro palestras com temas distintos – a gritante necessidade da aplicação de políticas de conscientização ambiental em Goiás, em nível estadual e municipal. O primeiro a falar foi o engenheiro agrônomo gaúcho Ernane Ricardo Seidel, que enfocou o tema "Meio Ambiente Rural". Na exposição, Ernane explicou que o Cerrado constitui-se no segundo maior bioma brasileiro, com 2,1 milhões de quilômetros quadrados de vegetação, o que representa 25% do território nacional. Desse total, apenas 2% está protegido por reservas ambientais. Outro dado alarmante é que somente 20% da área total do cerrado ainda está coberta por vegetação nativa. As pastagens já ocupam 60% do cerrado; 6% hoje são ocupados no cultivo de grãos (principalmente soja); e outros 14% pela expansão urbana (por força da abertura de rodovias, por exemplo). Em Niquelândia, que possui uma extensão territorial é de 9.843 quilômetros quadrados (a maior do Estado e a quarta do país), existem 2,9 mil quilômetros de cerrado nativo. No Norte Goiano, 102 mil hectares do cerrado hoje são áreas ocupadas por lagos, em função da instalação das usinas hidrelétricas na região. "Antigamente, éramos chamados de doidos, malucos e eco-chatos. Mas não dá mais para esperar. A situação se tornou muito grave e começamos a ser ouvidos, quando dizemos que um terço da humanidade não terá água para beber em 2020. Essa realidade em Goiás é latente. Quando faltar água para as pessoas que moram fora do cerrado, aqui já estará faltando água há muito tempo. Historicamente, nunca registramos a umidade relativa do ar na faixa dos 10% como agora. Estamos avançando no mês de setembro e sem perspectiva de chuva. É um sinal claro do aquecimento global e de que o cerrado é o ponto mais sensível disso tudo", afirmou o técnico da Secretaria Estadual de Meio Ambiente, Delson Silveira. Segundo ele, em Doverlândia, na beira do Rio Araguaia, as pessoas estão abandonando a cidade porque as nascentes secaram. Ele destacou que, naquela localidade, já se pensa em idéias para o Nordeste, como modificar o telhado das casas para que, na época de chuva, a água seja captada e jogada dentro de uma cacimba, com a colocação de uma bomba, para matar a sede das pessoas no período seco. A partir dessas e outras constatações, o Governo de Goiás está preparando a realização da segunda conferência estadual, objetivando a formalização das idéias goianas para a 3ª edição da conferência nacional, que deverá reunir 120 mil brasileiros. Na conferência, Niquelândia também elegeu delegados que vão representar a cidade nas discussões. A conferência ainda trouxe palestras sobre "Meio Ambiente Urbano" (com a bióloga Elizângela Ribeiro Alves); sobre "Participação Social e Gestão do Meio Ambiente" (com o coordenador de meio-ambiente da mineradora Anglo American, José Borges Pinheiro); e sobre "Economia e Sustentabilidade Ambiental" (com o especialista Israel Serpa). No evento, o prefeito Ronan Batista esteve representado pela secretária de Educação, Rejane Rocha. O presidente da Agência Brasileira de Meio Ambiente e Tecnologia da Informação (Ecodata), Donizete Tokarski, se fez presente na platéia; e os alunos do curso de Gestão Sanitária e Ambiental da UEG, coordenado pela professora Sueli Garcia). A conferência foi organizada pela superintendente de Meio Ambiente de Niquelândia, Fabiana de Castro.

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