Vila da Sama: uma outra cidade dentro de Minaçu
Publicado em 16 Dezembro 2007
Desde que cheguei a Minaçu, na segunda semana de agosto deste ano, contratado pelo Diário do Norte, decidi parar de enviar currículos e me dedicar em absoluto ao novo emprego e à nova cidade em minha vida. Porém, incentivado pelos amigos que ia fazendo, abri uma exceção ao encaminhar um currículo à Sama. Não sei se o documento foi a algum lugar ou a lugar algum, mas o fato é que jamais fui contactado pelo departamento de Recursos Humanos da empresa. Pensei: "deve ser grande o número de interessados em trabalhar por lá".
Ser contratado pela Sama significa em Minaçu - salvo exceções - ganhar mais e viver melhor, com benefícios. E era essa a solução que víamos (minha esposa e eu) para estender nossa permanência na cidade. Entretanto, depois de quatro meses convivendo em meio aos calorosos e afetivos minaçuenses, recebi uma proposta irrecusável de um grande jornal do Paraná (meu Estado de origem) e tive de aceitar. Senti-me como um jogador do Goiás que, após fazer um bom campeonato, veio a despertar o interesse de times mais ricos - mesmo gostando demais de sua atual equipe, no meu caso o Diário do Norte.
O meu atual chefe, Rui Sabóia, colocou no papel a maior proposta que pôde e, confesso, por pouco não aceitei "disputar mais uma temporada" pelo DN. Mas o fato é que só mesmo a Sama teria cacife para se impor perante o convite de um grande jornal do Sul - no caso o Diário de Maringá. No período em que cumpro o aviso prévio procurei continuar fazendo meu melhor profissionalmente e, no âmbito pessoal, intensificar as amizades e visitar lugares onde ainda não havia estado.
Fui, sempre acompanhado de minha esposa Eliane, à Lagoa Azul (que piscina!), participei de uma visita agendada à Sama, fui ao clube leste como convidado - e não pude dar um mergulho por estar trajado de calção de banho e não de sunga, que burocracia -, jantei e almocei na casa de amigos e conheci melhor a Vila da Sama. Mais arborizada, com bosques, ruas limpas e menos esburacadas, com bom espaço entre as casas e constante sensação de segurança, a vila é uma outra cidade, completamente seleta e diferente do restante de Minaçu. Se ficasse residindo por aqui, gostaria que fosse por lá.
No momento da partida, esta semana, minha esposa aproveita a oportunidade para dizer às colegas de trabalho do Cop Saúde que vai sentir saudades. Também vou: dos entrevistados ilustres, da simpatia do prefeito Joaquim Pires e de alguns nobres vereadores, dos colegas de trabalho, dos "irmãos" da igreja Fonte da Vida, do bom tempero do Kactus e do agradável ambiente do Samina, dos dias chuvosos e menos quentes, da receptividade do povo e de muitas coisas mais, difíceis de enumerar. Como sulista, adepto do clima frio, só não vou sentir falta do calor aterrorizante dos dias ensolarados de Minaçu.
LF Cardoso é repórter do Diário do Norte e autor do blog Café com Jornalista. http://cafecomjornalista.blogspot.com