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Saber conviver ecologicamente com a natureza e produzir de forma sustentável


Publicado em 21 Janeiro 2014

Maria Aparecida G. Martins/Dr. Marcos Antonio da Silva

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Maria Aparecida G. Martins - Professora de Geografia da Rede Municipal e Estadual de Porangatu e Mestranda em Ecologia e Produção Sustentável da Pontifícia Universidade Católica de Goiás.
Maria Aparecida G. Martins - Professora de Geografia da Rede Municipal e Estadual de Porangatu e Mestranda em Ecologia e Produção Sustentável da Pontifícia Universidade Católica de Goiás.

A Mesa Redonda realizada no dia 30 de outubro de 2013, às 19 horas, na Semana da Ciência e Tecnologia na Pontifícia Universidade Católica de Goiás - PUC teve o Prof. Dr. Marcos Antonio da Silva como mediador e os participantes foram os alunos do Mestrado em Ecologia e Produção Sustentável - MEPS da mesma instituição. Estes expuseram seus projetos. Os componentes foram: Hugo Marques Cabral, Malva Auxiliadora Lobo Nery, Lucas Cassiano G. Prudente Silva, Daniela Gislaine de Oliveira, Roberta Martins Rosa, Tânia Suely da Silva Ferreira e Maria Aparecida Gomes Martins. 

O objetivo do evento foi incentivar os alunos do curso de mestrado a expor seus projetos e mostrar que vários tipos de pesquisas estão sendo desenvolvidas em diferentes áreas de atuação e todas se unem no mesmo foco, a educação ambiental e a sustentabilidade.
O Prof. Dr. Marcos Antonio da Silva abriu o evento abordando que apenas nos últimos 40 anos algumas políticas, sociedades, associações entre outros relacionados à natureza apareceram de forma oficial e que poucas mudanças aconteceram nesses últimos anos. O mediador instigou a turma perguntando como esses projetos se relacionam com a sustentabilidade e meio ambiente e o que fazer para minimizar os impactos ambientais.
Os participantes apresentaram suas pesquisas e levantamentos de dados preliminares, como resposta ao mediador. Começando pelo Hugo que pesquisa sobre o Rio Meia Ponte, que vem sofrendo degradação. O projeto esta sendo desenvolvido através da abordagem histórica, para relacionar o grau de poluição, problemas socioeconômicos e impacto ambiental. Pretende mensurar a importância do Rio Meia Ponte na vida das pessoas que o utilizam, principalmente na irrigação, sendo este um grande problema na época da estiagem.
A aluna Malva foi a segunda a apresentar. Ela trabalha em um projeto guarda-chuva para recuperação de área degradada do campus II da PUC/GO com a participação de mais duas colegas, Maria Cecília com a biota do solo e Marciliana com a produção animal. A aluna é responsável pela parte física do solo,  e segundo Malva, a água e o solo são os recursos mais importantes para a agricultura. A prática agropecuária degrada muito o solo comprometendo a segurança alimentar. Na pesquisa será analisada a densidade e a penetrometria do solo a fim de determinar o tipo correto de manejo para amenizar o impacto da área em estudo. Serão feitas análises do solo antes, durante e depois do plantio de 3 tipos de leguminosas, para mensurar os benefícios e o manejo correto que possam ajudar na produção agrícola de forma sustentável. Desenvolverá um manual de produção de adubação verde para orientar os agricultores a produzir com adubos biológicos e depois o enviará para órgãos como a Secretaria do Meio Ambiente, Agência Rural, entre outros.
O projeto do aluno Lucas é sobre a água, a contaminação do meio aquático, que sofre impacto devido à grande concentração de nutrientes. Durante as pesquisas irá analisar o nitrato e o fósforo e relacionar com a biota através de peixes e biomassa de fito planta. Serão analisados 16 pontos no Estado de Goiás com objetivo de mensurar a influência desses nutrientes na biota. O projeto tem como objetivo contribuir com a sustentabilidade de forma que evite a contaminação do meio aquático pela influência dos nutrientes, considerando que a entrada de nutrientes nitratos como fosfato acontece de forma natural e antrópica sendo a última através da agricultura com uso de fertilizantes, como também através de esgotos domésticos e industriais. 
A pesquisa da aluna Daniela é feita no alto da bacia do Rio Paraná sendo considerada uma área bastante impactada, o estudo busca uma avaliação para conhecer a região, levantar os principais impactos voltados para essa região, mensurando com os índices socioeconômicos correlacionando com outros índices, que no caso da aluna, utiliza o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). Após a coleta de dados irá relacionar a um índice que dê uma resposta sobre a qualidade ambiental da região. Trabalha com índices baseados em peixes em cima de protocolos, que servem para avaliação de dados. Este é um processo que foi desenvolvido em ambientes de águas temperadas, e logo após foi reformulado para águas tropicais. A proposta é coletar dados pelos impactos da agricultura, pastagem, urbanização e o reflexo para o meio aquático e relacionar com a população e o valor de impacto com o homem. A relação com a sustentabilidade é mudar a dinâmica do processo e dosar o peso desse impacto na qualidade de vida das pessoas dessa região.
A aluna Roberta trabalha no projeto de criação de Tuvira em cativeiro através da indução hormonal. É um peixe muito utilizado para iscas, os impactos ambientais causados são percebidos na área de captura que sofre degradação através do desmatamento, extinção tanto da Tuvira como das espécies que se alimentam dela e que, consequentemente, ficam sem alimento. Os peixes de cativeiro não conseguem se reproduzir, pois são estimulados por fatores da natureza como a chuva, correnteza, luz entre outros. O objetivo da dissertação é tentar fazer com que a espécie se reproduza em cativeiro através da indução hormonal de forma a contribuir com a preservação da espécie e reduzir os impactos causados. 
A aluna Tânia está desenvolvendo seu projeto na região do município de Imperatriz do Maranhão, no Sudoeste no Estado onde estuda a percepção do agente comunitário de saúde através da educação ambiental. Será feito um planejamento elaborado pela percepção da comunidade. Levantar indicadores para planejar ações educativas e de saúde. O trabalho em campo tem gerados benefícios com indicativos para educação ambiental perceber os resíduos sólidos que cresce a cada dia de uma área específica 
Eu, Maria Aparecida, concentrei meus estudos na área Socioambiental, na qual pesquiso sobre políticas públicas para área de assentamentos rurais. A pesquisa está sendo desenvolvida no assentamento Paulo Gomes, com 25 famílias do município de Porangatu a 75 km da divisa de Goiás com Tocantins e está dentro do Programa Fome Zero do Governo Federal. É uma área ambiental que não pode ser desmatada para produzir, portanto pretende fazer um estudo em forma de questionário para coletar dados e irá acompanhar a produção do assentamento no próximo ano, sendo que a atividade atual é a apicultura. A ideia é cuidar dos ambientes como flora e fauna e na educação das pessoas do local. Pretende investigar como são as políticas públicas e se dão suporte para o assentado produzir sustentavelmente, e usar essa amostragem para expor ao governo a realidade dessas famílias. No município de Porangatu há 11 assentamentos, onde os lotes são divididos através do sistema cartesiano e isso dificulta o estudo, pois não se sabe o que poderia acontecer com a área, que destino os beneficiados darão ao pedaço de terra, sendo que algumas partes terão vantagens por terem nascentes, e lençóis de água por exemplo. Apesar de estar há quatro anos no local, o assentamento ainda não foi demarcado e isso impede que comecem a plantar e criar alguns animais.
Durante as apresentações e discussões geradas na mesa, percebe-se que vários tipos de pesquisas estão sendo desenvolvidas em diferentes áreas de atuação dentro do Mestrado de Ecologia e Produção Sustentável, entretanto o assunto geral abordado foi qual a relação do objetivo do projeto com a educação ambiental e sustentabilidade. Os projetos mostram em comum a preocupação com o impacto já causado ou como evitá-lo. Ficou evidente que a educação ambiental é a ideia de uma educação especial que cuida do meio ambiente, e a relação do homem com o meio e legislações. Existem várias formas de trabalhar a sustentabilidade e educação ambiental e, nesse caso, como pesquisadores, essas questões levantadas e resultados, devem ser devolvidos à sociedade. Os resultados das pesquisas contribuem para continuação ou início de projetos com caráter educativo para os interessados em seus resultados, como pesquisadores, instituições públicas e privadas. Mesmo que muitos projetos estejam concentrados em áreas rurais e nos pequenos centros, os alunos esclareceram que os trabalhos mostram que não ficarão apenas em bases de dados e que irão chegar à sociedade, através da difusão do conhecimento com o que foi desenvolvido. Os participantes defenderam que isso será feito através de publicações em instituições específicas, do desenvolvimento de cartilhas, manuais com linguagem adequada através dos resultados para levar a educação ambiental para a sociedade. Através de políticas públicas procuram uma solução para efetivar as ideias, junto com representantes de instituições e associações para a implantação real de projetos. 
A preocupação generalizada com meio ambiente foi percebida na multidisciplinaridade, cada um constrói uma história diferente, seja através de estudos, pesquisas e análises com foco na sustentabilidade. Todos devem dar uma devolutiva de seus projetos através de publicações de livros, artigos em revistas, jornais, entidades e órgãos específicos entre outros, contribuindo para a evolução da sociedade em relação ao meio ambiente.
 É importante pensar a produção e manter uma boa qualidade de vida para os seres vivos em geral. Mostrar que é possível viver sem degradar o meio ambiente é o objetivo dessas discussões. Além do mais, a Educação Ambiental (EA) é a forma de reverter ou minimizar os impactos causados pois ela utiliza a conscientização da população acerca da importância do meio ambiente para a sobrevivência desta e das futuras gerações.
 
¹ Maria Aparecida G. Martins - Professora de Geografia da Rede Municipal e Estadual de Porangatu e Mestranda em Ecologia e Produção Sustentável da Pontifícia Universidade Católica de Goiás.
²Dr. Marcos Antonio da Silva - Professor da Unidade Acadêmico-Administrativa em Educação e do Mestrado em Ecologia e Produção Sustentável da Pontifícia Universidade Católica de Goiás.

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