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O barateamento da educação em Goiás


Publicado em 09 Setembro 2007

João Carvalho é jornalista

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Não é preciso ser nenhum gênio da lâmpada para perceber que a secretária de Educação de Goiás, Milca Severino, está completamente equivocada quando diz que ‘professores não devem ter vergonha de pedir’. No caso, apoio, recursos e ajuda, através de mutirões para dar uma pintura, por exemplo, nas unidades de ensino do Estado. Segundo Milca, pedir é a coisa mais comum nos países desenvolvidos. Milca comete um grande equívoco ao defender essa tese do professor ‘não ter vergonha de pedir’, ou esconde as suas verdadeiras pretensões, de provocar o barateamento total da educação em Goiás. É isso mesmo. Estimular um profissional de educação a sair esmolando ajuda só pode significar o barateamento do ensino no Estado. Milca parece querer esconder a realidade das escolas estaduais. Muitas escolas estão caindo aos pedaços. Não faz muito tempo uma criança morreu eletrocutada em Porangatu. Havia fios soltos, telhas quebradas, paredes destruídas e quadros em situação precária. E o que aconteceu após a tragédia? Nada. Nadica de nada. Se fosse num ‘país rico’, o governador teria renunciado, a secretária de Educação estaria presa e vai por aí. Mas isso só aconteceria num país rico. Aqui, no terceiro mundo, temos que nos deparar com uma secretária que comandou uma universidade federal orientar os profesores a esmolarem ajuda para melhorar o ensino. Não seria mais honesto dizer que o Estado enfrenta dificuldades e, por isso, não tem condições de bancar as reformas que as escolas precisam e os alunos e professores merecem e reivindicam? Se alguém não conhecia nenhum exemplo de como se faz o barateamento e a precarização da educação pública, a professora Milca acaba de nos dar exemplo.

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