Levante e avante, jovens
Publicado em 21 Outubro 2007
Quando se pergunta aos jovens como eles vêem a política, a grande maioria responde que a considera suja e desmoralizada, e ainda indagam à qualidade dos nossos políticos, e a competência dos nossos governantes. Tudo bem, temos que respeitar todos os tipos de opiniões, mas o que aconteceu com a classe jovem ao longo da história? Onde estão aqueles jovens destemidos, com idealismo e sentimento de mudança? Cadê as manifestações, os "caras-pintadas", os heróis idealistas?
Quanto mais jovens participarem da política, melhor. Somos a classe dos novos ideais, da renovação e das mudanças. Por terem consciência disso é que tentam nos afastar desse meio. Juntos somos uma preocupação a esses políticos que há tanto tempo se ocupam do poder. Existem excelentes políticos, sem a menor dúvida, mas precisamos aumentar seu número. Com objetivo de atrair jovens para política é que até então se interessavam por outras áreas como administração, medicina, direito... A sociedade americana criou há trinta anos um programa chamado pagers.
Naquela ocasião os pagers eram garotos de recados, que levavam bilhetes de lá pra cá, entre senadores e congressistas. Para ser escolhido um pager o jovem precisava ser o melhor aluno da sala, representante, ou seja, tinha que se destacar de alguma forma.
O resultado desse programa foi excepcional. No ano passado, ao fazer um levantamento, descobriram que 10% dos congressistas atuais e seus auxiliares diretos eram ex-pagers.
Concordo quando dizem que a política no Brasil anda suja, mas não pensem assim, pois, por mais que assim esteja à política, alguém tem que se ocupar da tarefa de decidir o futuro de uma nação, estado ou município. Essas "organizações" como qualquer outras precisam ser governadas e se os melhores não cuidarem disso, a política ficará nas mãos dos piores ou dos medíocres. Será que esses "velhos lobos" da nossa política adotariam um programa como esse aqui no Brasil? E o atual presidente do senado, teria coragem de encher aquele congresso de jovens moralistas? A juventude, nos anos 60 e 70, fazia oposição ao regime ditatorial por meio de movimentos estudantis. Os jovens passaram a ser vistos como possibilidade de mudança, sinônimo de inovação, idealismo e esperança. Também tiveram participação no maior movimento popular da História do Brasil, o "Diretas Já". O direito do voto foi conquistado, e logo Collor foi eleito presidente pelo voto direto. Os estudantes voltaram à cena com o movimento dos "Caras Pintadas". Com os rostos pintados com as cores da bandeira, exigiam o impeachment do então presidente, Fernando Collor. De acordo com alguns estudiosos, sem a manifestação, o afastamento de Collor, não teria acontecido. É pequeno o número de jovens que se preocupam com essas questões atualmente. Aqueles que têm voto facultativo, praticamente, não fazem questão de exercer esse direito. Verdade é que há outros meios indiretos de se tentar uma mudança, como as ong's, sociedade filantrópicas etc. Mas a forma direta e mais eficaz é através da política. Jovens que não tenham interesse político, pelo menos vigiem, cobrem do político em que vocês votaram e estão no poder. Participem, mas não como telespectadores, sejam os protagonistas dessa novela chamada "vida real".
Infelizmente, já vemos a extinção de nossos animais, será que também veremos a extinção desses heróis idealistas? Não jovens, não deixem isso acontecer!!! Defendam nossos ideais e quem sabe ainda ficaremos marcados na história. Abram os olhos, o período eleitoral está chegando, vão começar tudo de novo, promessas, debates, insultos... Analise fortemente cada candidato, sua capacitação. Não deixem que apenas um sorriso simpático tenha seu voto. Escolha o melhor e mais competente, ele vai decidir seu futuro, o meu, e também dos nossos filhos. Cuidado políticos, nós jovens não nos omitiremos dessa vez, e juntos mostraremos nossa cara, e se preciso for a pintaremos novamente.
Luciano Fiúza Filho é acadêmico de administração de empresas, 21 anos de idade, natural de Niquelândia