Publicado em 28 Julho 2012
Euclides Oliveira
Euclides Oliveira
Irmão (relator), Chiquinho (presidente) e José Rosa Maia (membro)
Acatando pedido do Ministério Público (MP), a Câmara Municipal de Uruaçu realizou sessão extraordinária na noite da quarta-feira (25), quando os vereadores aprovaram a criação de uma Comissão Especial de Inquérito (CEI) para investigar possíveis atos de improbidade administrativa do prefeito e candidato à reeleição Lourenço Pereira Filho (PP).
O promotor de Justiça Afonso Antonio Gonçalves Filho ofereceu denúncia contra o chefe do Executivo no último dia 6, dando conta da existência de supostas irregularidades em contratos com duas empresas prestadoras de serviço supostamente "de fachada", o que teria resultado num prejuízo de R$ 4,4 milhões aos cofres da municipalidade, segundo o MP. O promotor pediu o afastamento de Lourenço por 120 dias do cargo, por meio de liminar que não foi acatada pelo juiz Murilo Vieira de Faria.
O vereador e presidente da câmara, Rones da Silva Maia (PR) - que também é candidato a prefeito - conduziu os trabalhos sob acompanhamento do atual vice-prefeito de Uruaçu, Francisco Barroso Neto (PR). A CEI passou com seis votos favoráveis e dois contrários dos seguintes vereadores, a saber: Robson Pimentel (contra); Alacir Freitas de Carvalho, o Sil (contra); Francisco Carlos de Carvalho, o Chiquinho (a favor); Noraldino Antonio do Reis (a favor); José Rosa da Mota (a favor); Lucimar Alves Rodrigues, o Irmão (a favor); Albert Sabin Alves de Oliveira (a favor); e Joeli Gomes da Silva, o Joeli do Salão (a favor). Como não houve empate, Rones Maia não precisou declinar seu voto.
Em sorteio, definiu-se os nomes de Chiquinho (presidente da CEI); de Irmão (relator); e José Rosa (membro) como os três componentes da comissão. Os três vereadores terão 60 dias - sem prorrogação de prazo - para apresentar o relatório com as conclusões da CEI, que precisará ser votado até o dia 25 de setembro. Ou seja, apenas dez dias antes do pleito de outubro.
O conteúdo apurado poderá resultar na criação de uma Comissão Processante de Inquérito (CPI) com o poder de cassar o prefeito de Uruaçu em plenário ao final dos trabalhos. Resta saber se vai dar tempo - e se há interesse dos parlamentares uruaçuenses - em fazer o que não fizeram no primeiro semestre: vereadores que eram aliados fiéis de Lourenço até seis meses atrás, quando uma CEI pedida por Francisco Barroso foi rejeitada em plenário. Agora eles impuseram a maior derrota ao atual prefeito no Legislativo, nos últimos quatro anos. "Nós não nos sentimos pressionados pelo Ministério Público. Fizemos o que tinha de ser feito, cumprindo com o que a população de Uruaçu estava cobrando de nós. Isso não é uma brincadeira e os vereadores (integrantes da CEI) precisam levar esse trabalho a sério, sem se interessar em ganhar a eleição pela miséria do outro. Quem agir assim não vai ter êxito. Eu, por exemplo, não tenho interesse algum em prejudicar o prefeito. Falavam que eu ia ser o vice dele (Lourenço) e que eu ia ´vender´ minha campanha, mas fui para Goiânia me encontrar com o (deputado estadual) Cláudio Meirelles e consegui reverter o quadro. Ele (Lourenço) vai ser julgado? Vai sim, mas nas urnas, no dia 7 de outubro", comentou Rones Maia.