*Publicidade

Home     Notícias
NIQUELÂNDIA

Homicídio ocorrido há 10 anos é esclarecido


Publicado em 29 Junho 2013

Euclides Oliveira

|   Compartilhe esta página: facerbook  twitter  whatsapp

Euclides Oliveira
Natalício esclareceu crime ocorrido em 2002 resposta à sociedade de Niquelândia
Natalício esclareceu crime ocorrido em 2002 resposta à sociedade de Niquelândia

Titular da 10ª Delegacia Regional da Polícia Civil (10ª DRP) em Uruaçu, o experiente delegado Natalício Cardoso da Silva está cumprindo escala de plantão em alguns finais de semana na Delegacia da Polícia Civil em Niquelândia, nas folgas regulares do delegado Manoel Leandro da Silva. Nos momentos de mais tranquilidade – quando não há autos de prisão em flagrante para serem elaborados  – Natalício debruça-se nos chamados processos “capa rosa”, rotulados por esse jargão no meio policial quando tratam de crimes de autoria desconhecida. E foi justamente nesses períodos de investigação quase que solitária que o delegado regional de Uruaçu esclareceu a autoria de um homicídio ocorrido há pouco mais de dez anos, em Niquelândia. Na época, Natalício era delegado-titular da cidade, onde atuou por dois anos (de março de 2001 a abril de 2003). Na segunda-feira (17), Natalício tomou o depoimento formal de Dejair Alves Camargo, hoje com 41 anos. Cruzando informações reunidas nos últimos meses, o delegado-regional de Uruaçu descobriu que Dejair foi o autor do assassinato de Aparecido Marques, que tinha 48 anos quando foi morto com um tiro na nuca, disparado por espingarda de fabricação caseira, por volta das 20 horas do dia 24 de dezembro de 2002, num bar da Avenida Brasil na terceira etapa do Jardim Atlântico. 

Na manhã da sexta-feira (21), Natalício resgatou os detalhes do crime com exclusividade ao DN, em seu gabinete na DRP de Uruaçu. De acordo com a autoridade policial, à época do crime, uma testemunha relatou que chegou ao bar onde estava o autor (Dejair) e uma outra pessoa. Ambos começaram a tomar cerveja juntos, momento em que Aparecido chegou no local. O homem, que morreria minutos depois, foi ao balcão, comprou um refrigerante e sentou-se do lado de fora do bar, em outra mesa. Foi quando o outro homem – Dejair, no caso – levantou-se da mesa e pediu uma motocicleta emprestada para ir em sua casa para usar o banheiro e jantar com sua esposa. Segundo apurou Natalício na ocasião, Dejair retornou ao bar, dez minutos depois. Aparecido foi sentar-se na mesa em que Dejair ocupava, antes de sair do bar. Quando Dejair voltou, efetuou o disparo mortal na vítima, a queima-roupa, encostando o cano da espingarda no pescoço da vítima. 
“Eu disse para você (Aparecido) não mexer com minha família”, teria dito Dejair à época, ainda de acordo com as testemunhas arroladas no processo. Aparecido, cambaleando, ainda encontrou forçar para levantar, mas morreu ao ser socorrido no Hospital Municipal Santa Efigênia. No depoimento para Natalício, dez anos após o crime, Dejair justificou o delito dizendo que havia contraído uma dívida de R$ 50,00 por ter comprado drogas de Aparecido, que seria vendedor entorpecentes em Niquelândia. Numa dessas discussões para cobrar o valor pleiteado, Aparecido teria dito para a mulher de Dejair “arrumar um homem de verdade”, segundo o assassino, culminando assim no posterior ‘acerto de contas’ entre os dois. O autor ainda disse para Natalício que morreria se não matasse Aparecido. Cumpridas as formalidades legais, Natalício reencaminhou o caso solucionado ao Ministério Público (MP) e ao Poder Judiciário para que Dejair, agora réu confesso do homicídio, pague pelo crime que cometeu. O autor, no entanto, vai responder ao processo judicial em liberdade. Na conversa com o DN em Uruaçu, Natalício invocou o antigo ditado “a Justiça tarda, mas não falha” ao  agradecer o apoio do prefeito de Niquelândia, Luiz Teixeira (PMDB), em implementar o banco de horas na cidade, o que permitiu o aumento do efetivo da Polícia Civil da cidade. O delegado regional também destacou a eficiência e retaguarda igualmente oferecida pelo delegado Manoel Leandro e dos agentes de investigação lotados em Niquelândia para a resolução de crimes tidos como mistério por muito tempo pela total falta de estrutura na unidade policial, num passado não muito distante. 
“Esse ano, em apenas dois meses, já conseguimos concluir 15 inquéritos ‘capa rosa’. Nesse caso do Dejair, intensificamos as investigações e ouvimos novamente as testemunhas do fato à época, chegando enfim na autoria do crime contra o Aparecido, cuja circunstância ainda estava um tanto quanto nebulosa já que o autor do delito, na ocasião, usava capacete. Isso estava dificultando a investigação, com o inquérito entre idas e vindas ao Poder Judiciário, mas chegamos ao Dejair, que confessou o crime. Nossa ação é uma resposta para todas as famílias de Niquelândia que perderam pessoas queridas em situações de extrema violência. Estarei dando prioridade para esses inquéritos antigos, durante meus plantões em Niquelândia”, comentou o delegado Natalício.
 

Jornal Diário do Norte

E-mail jornaldiariodonorte@uol.com.br

Endereço Avenida Federal Nº. 248 Centro, Porangatu Goiás.

© 2024 - Jornal Diário do Norte