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Entrevista: ernesto roller

Há Grupos de extermínio?

Secretário de Segurança nega e avisa que não admite sequer o desejo de formação de milícias


Publicado em 10 Junho 2007

Euclides Oliveira - Colinas do Sul

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euclides oliveira
Ernesto Roller durante pronunciamento na cidade de Colinas do Sul
Ernesto Roller durante pronunciamento na cidade de Colinas do Sul
O secretário de Segurança Pública de Goiás, Ernesto Roller, foi a presença mais esperada pela prefeita Cristina Fiúza Adorno (PSDB), nas comemorações pelo 18º aniversário de Colinas do Sul, na noite de sábado (2). Naquele dia, Roller recebeu o titulo de Cidadão Colinense, ofertado pelo Poder Legislativo, como forma de reconhecimento ao apoio que outorgou ao município, em suas andanças pelas esferas do poder do governo estadual. Reeleito pelo PP em outubro passado, Roller licenciou-se da Assembléia para assumir a pasta da Segurança, recentemente. Na entrevista exclusiva ao [B]DN[/B], na fria varanda da luxuosa pousada onde ficou hospedado – sempre protegido por grande aparato policial – o secretário defendeu a reeleição da prefeita de Colinas nas eleições do próximo ano; e criticou a utilização do termo 'gabinetes fantasmas' para comentar a aprovação, em plenário, da medida apresentada pelo presidente Jardel Sebba (PSDB) que garantiu extinção de seu gabinete e de outros deputados que foram compor a equipe do governador Alcides Rodrigues (PP). A suposta demora de Cidinho na indicação dos nomes para o primeiro escalão também foi rechaçada pelo parlamentar. "Há uma avidez de certas pessoas e de partidos, que estão fora do governo, mas que se imaginavam legítimas para ocupar este ou aquele cargo. O provimento de um cargo de confiança é dado pelo detentor dessa possibilidade", afirmou o secretário de Segurança Pública. Roller também desconsiderou a existência de um esquadrão da morte em Goiás, ao ser questionado sobre a chacina que terminou com a morte de cinco pessoas na periferia de Goiânia, na quinta-feira (31). Ele, que é advogado criminalista, prometeu total rigor nas apurações do caso e disse que não vai permitir a formação de grupos de extermínio no Estado. [b]Diário do Norte[/b] – A crise financeira do Estado de Goiás está atrapalhando o gerenciamento das necessidades da pasta da Segurança Pública, agora sob o comando do senhor? [b]Ernesto [b]Roller[/b][/b] – Primeiro, é necessário dizer que o Estado vive um momento de dificuldade financeira, mas que vem dando passos importantes para a equação desses problemas, graças à determinação do governador Alcides Rodrigues. Um grande exemplo é a quitação da folha (de pagamento) no mês de maio, no mês trabalhado. Agora, sem dúvida, isso traz alguns pequenos problemas, mas nada que possa superar a priorização feita pelo governo de Goiás no sentido de atender bem a nossa sociedade, especialmente no quesito relativo à Segurança Pública. [B]DN[/B] – O que senhor achou da decisão da Assembléia Legislativa em acabar com os chamados 'gabinetes fantasmas' dos deputados licenciados, como é o seu caso, para ocupar cargos no governo? [b]Roller[/b] – Primeiro, é preciso dizer que não se trata de 'gabinete fantasma'. Colocaram (na mídia) dessa forma, mas não é assim. Antes disso, se você fosse à sala 201 (onde [b]Roller[/b] tinha o seu gabinete no Palácio Alfredo Nasser), você encontraria as pessoas trabalhando, exatamente para atender a demanda (dos pedidos que ele recebia, enquanto parlamentar). Fui convidado e honrado pelo governador Alcides Rodrigues com esse convite para assumir a Secretaria de Segurança Pública, mas não deixei de ser deputado. Portanto, não deixei de promover a representação da minha base aqui em Colinas do Sul e em todos os municípios pelos quais fui eleito, onde há uma demanda muito grande de recursos, de necessidades coletivas e até mesmo individuais da nossa população. Foi uma decisão da maioria, a Mesa Diretora assim entendeu e a mim cabe apenas respeitar isso, como respeitei todo o processo. Não me envolvi nessa discussão, não fiz lobby para que essa matéria fosse rejeitada e deixei tudo exclusivamente ao critério da Assembléia Legislativa. [b]” HÁ AVIDEZ DE PESSOAS E DE PARTIDOS, FORA DO GOVERNO, QUE SE ACHAM LEGÍTIMAS PARA OCUPAR ESPAÇOS “[/b] [B]DN[/B] – O projeto que extinguiu o seu gabinete foi apresentado pelo deputado Jardel Sebba (PSDB), que é o atual presidente da Assembléia e integra a base aliada do governo. Mesmo assim, o senhor não se sentiu prejudicado ou até mesmo traído por essa propositura? [b]Roller[/b] – Não. Eu acho que o presidente Jardel Sebba tem em mim a figura de um amigo e de um colega, que o apoiou para a presidência, inclusive. Não acredito que ele teria sido motivado por qualquer questão de natureza pessoal ou política, mas uma questão administrativa. Essa é uma vantagem do Brasil de hoje, que vive uma realidade legislativa que impõe responsabilidades ao administrador público. Então, se essa responsabilidade fiscal demandou essa medida (a extinção de seu gabinete), todos os brasileiros e eu, como cidadão, quero cumpri-la. A lei existe para ser cumprida. [B]DN[/B] – Qual a avaliação do senhor sobre a tão propalada demora do governador em terminar a montagem de sua equipe de secretários? [b]Roller[/b] – Primeiro, nós não devemos entender isso como demora. Há uma distorção. O governador Alcides Rodrigues assumiu o governo no final de março do ano passado. Naquela época, ele promoveu algumas mudanças, manteve outros nomes e vem promovendo essas alterações à medida que percebe essa necessidade. O problema é que há uma avidez de certas pessoas e de partidos, que estão fora do governo, mas que se imaginavam legítimas para ocupar este ou aquele cargo, entendendo que existe uma demora. Mas tudo tem o seu tempo e o tempo dado para o provimento de um cargo de confiança é dado pelo detentor e titular dessa possibilidade. [B]DN[/B] – Além de seu próprio nome, o senhor defende outro nome de Formosa, seu principal reduto eleitoral, ou de outra cidade do Nordeste Goiano, para ocupar cargo no primeiro escalão do governo estadual? [b]Roller[/b] – Os cargos são de confiança. Portanto, é papel do governador essa questão de defender nome de A ou B para ocupar esse ou aquele cargo. Eu não fiz nenhuma pressão para assumir, pois sempre tive para com o governador uma relação de respeito, de amizade, de consideração e de confiança. Acho que é assim que tem que ser. Agora, nós temos aqui no Norte e Nordeste de Goiás nomes importantes para exercer qualquer função pública. E quaisquer dessas perspectivas e proposições serão por mim aprovadas. Quanto maior for a nossa força política e administrativa, maiores serão as realizações aqui na nossa região. [B]DN[/B] – Como está sendo encaminhada a questão dos parcelamentos dos reajustes das polícias? [b]Roller[/b] – Foi feito um pacto de reparcelamento, entre o governo e as entidades associativas e representativas das categorias, de comum acordo, que está sendo cumprida pelo governo. [B]DN[/B] – Na madrugada do dia 31 de maio, houve uma chacina em Goiânia, com a morte de cinco das oito pessoas que foram baleadas num bar do Jardim Itaipu, na periferia da capital. A Secretaria da Segurança Pública de Goiás acredita na existência de um 'esquadrão da morte' em Goiás (a sexta vítima morreu no dia 7)? [b]Roller[/b] – Não. Eu discordo. Os levantamentos que temos apontam que houve uma briga de grupos, de gangues. Isso é resultado da ação da nossa polícia, que tem sido efetiva, presente, reduzindo índices de criminalidade. Tivemos, há poucos dias, a divulgação de uma pesquisa pela Acieg (Associação Comercial e Industrial do Estado de Goiás), apontando que 71,7% dos empresários aprovam o trabalho da Segurança Pública. Não há, no Estado, essa formação de grupos de milícia, de extermínio. Nós somos contra a formação desses grupos. Não temos conhecimento da formação desses grupos, mas os combateremos se for preciso. Todo um trabalho de monitoramento é realizado nesse sentido. Agora, se houver o desejo de formação desses grupos, eu aviso para aqueles que queiram que não o façam, porque o rigor será muito forte no combate a esse tipo de atitude. [B]DN[/B] – Nos últimos tempos, surgiram comentários que o 14º Batalhão da Polícia Militar (BPM) de Uruaçu poderia ser transferido para Niquelândia, o que serviria para adequar o efetivo policial nessa cidade, que possui uma população flutuante muito grande, em função dos empregos oferecidos por multinacionais do ramo da mineração. Há alguma movimentação política nesse sentido? Essa medida contaria com o aval do senhor? [b]Roller[/b] – Não fazemos segurança pública com política partidária. Quero deixar isso claro. Nós fazemos segurança pública com política de segurança pública. Então, todos os levantamentos técnicos que tiveram de ser feitos para o ordenamento do trabalho da segurança pública serão feitos, com o intuito de melhor servir à sociedade. Não há nenhuma manifestação nesse sentido (da transferência da PM de Uruaçu para Niquelândia). Queremos dotar todas as nossas cidades com melhores condições de segurança pública, para que os extraordinários homens e mulheres que integram a Polícia Militar, a Polícia Civil e o Corpo de Bombeiros possam prestar um bom serviço à nossa sociedade. [B]DN[/B] – Como o senhor observa a existência de uma Lei Seca em Niquelândia, imposta pelo juiz Rinaldo Aparecido Barros, que determina o fechamento de locais onde existe venda de bebidas alcoólicas, após certo horário? [b]Roller[/b] – Essa Lei Seca não decorre especialmente da redução do número de policiais. A demanda por uma Lei Seca decorre de uma análise criminológica que há de ser feita em nossa sociedade. O crime de homicídio, especialmente, é um crime que possui características muito próprias, sendo de difícil combate. Os crimes de natureza patrimonial, como furtos, roubos e assaltos, são inibidos fortemente com a presença da polícia. Agora, os homicídios são compostos por diversos ingredientes, como a passionalidade, acontecendo dentro da residência; a briga de criminosos; e a vingança. O Estado não é onipresente para estar em todo lugar e saber o que cada pessoa pretende fazer. O ambiente em que há a bebida alcoólica tem muita ligação com a prática de crimes que implicam em violência contra a pessoa, seja ela fatal ou não. Então, vejo a Lei Seca como uma iniciativa muito positiva da sociedade, para colaborar com a Segurança Pública. Quem estiver se sentindo prejudicado e entender que deva tomar alguma medida que procure o Judiciário para recorrer dessa decisão e tentar atacar o ato (a Portaria 012/05). Essa é uma questão jurídica, mas eu imagino que a sociedade esteja colhendo bons frutos com a medida. Foi uma nova realidade que trouxe bons resultados para Niquelândia. [B]DN[/B] – O senhor recebeu o título de Cidadão Colinense, ofertado pelos vereadores de Colinas do Sul, com o aval da prefeita Cristina Adorno. Satisfeito com a honraria que lhe foi concedida pelas autoridades do município? [b]Roller[/b] – Tenho um grande amor e carinho por esta cidade de Colinas do Sul. Recebi o título com sentimentos que são muito caros para qualquer ser humano, como a honra, o orgulho, a satisfação e também a responsabilidade de trabalhar cada vez mais por essa cidade, onde tive uma acolhida maravilhosa. Disputei a eleição (em 2002) e tive o apoio de Colinas. Abracei a candidatura para a eleição da prefeita Cristina (em 2004), dos nossos vereadores, do grupo político, e pudemos alcançar bom resultado (a reeleição, em 2006). Mais do que carregar o título, materialmente falando, eu carrego no coração o amor de toda a sociedade colinense. [b]“ VEJO COMO MELHOR OPÇÃO TRABALHARMOS JUNTOS PELA REELEIÇÃO DA PREFEITA CRISTINA ADORNO “[/b] [B]DN[/B] – Quais as perspectivas do senhor para as eleições municipais em Colinas do Sul, no próximo ano? [b]Roller[/b] – Em Colinas do Sul, nós temos um grupo político bastante sólido, com os nossos vereadores, com as lideranças políticas e com a prefeita Cristina. Não apenas eu pessoalmente, como deputado, mas o Governo do Estado de Goiás tem uma excelente parceria com a prefeita Cristina. Ela é uma prefeita para quem vale a pena encaminhar pedidos de recursos e de obras para Colinas do Sul, com a certeza de que haverá o investimento criterioso e responsável para tais benefícios. Então, vejo como melhor perspectiva trabalharmos, todos juntos, pela reeleição da prefeita Cristina.

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