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ALTO HORIZONTE

Borges entra na briga por hospital

Prefeito diz que se for preciso doa R$ 2 milhões para iniciar a construção da unidade


Publicado em 12 Março 2011

Euclides Oliveira

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O prefeito de Alto Horizonte, Luiz Borges da Cruz, o Cabo Borges (PSDB), resolveu "colocar água no feijão" para adiar ainda mais a instalação do Hospital de Urgências do Norte em Uruaçu (local mais provável para a construção) ou em Porangatu (cidade que agora está na briga pelo complexo hospitalar). Na semana passada, o Diário do Norte noticiou que o secretário de Saúde do Estado, Antonio Faleiros, descartou o início das obras neste ano, já que o Governo do Estado de Goiás estaria mais preocupado em sanear compromissos financeiros herdados da administração passada. Diante disso, na noite do feriado da terça-feira (8), Cabo Borges disse com exclusividade ao DN que a prefeitura sob seu comando (a mais rica da região, em arrecadação proporcional por número de habitantes) está disposta a oferecer um terreno e mais R$ 2 milhões ao governador Marconi Perillo (PSDB) para que a obra seja iniciada o quanto antes em Alto Horizonte.  Perguntado se a cidade possui áreas em tamanho adequado para uma obra desse porte, Borges foi taxativo. "Se não tiver, a gente compra", afirmou o prefeito de Alto Horizonte. A doação da verba ao Estado passaria pelo crivo da Câmara Municipal, através de Projeto de Lei de autoria de Borges.
A cidade, atualmente com 4,5 mil habitantes, abriga desde 2005 a sede da Mineração Maracá. Braço do conglomerado canadense Yamana Gold, a Maracá explora um composto de ouro e cobre no Projeto Chapada na planta industrial localizada entre Alto Horizonte e Nova Iguaçu de Goiás.  Com orçamento de R$ 40 milhões (previsão) para 2011, Alto Horizonte foi a cidade brasileira cujo PIB (Produto Interno Bruto) mais cresceu: mais de 1.200% em 2010, segundo o Ministério do Planejamento, o que a colocou na primeira colocação entre todos os 5.500 municípios do País.
No final de 2010, a Mineração Maracá também comemorou 1 milhão de toneladas de minério exportadas através do Distrito Agroindustrial de Anápolis (Daia) e do Porto de Vitória (ES). Em dinheiro, isso representou 500 milhões de dólares em riquezas à multinacional, originadas em Alto Horizonte. Contra o município pesa, no entanto, a localização geográfica: a cidade administrada por Cabo Borges está distante 30 quilômetros da BR-153; e a GO-428 (Campinorte-Alto Horizonte) está atualmente em péssimas condições de tráfego. O excesso de buracos na rodovia preocupa Borges e a própria Maracá, que já estão empreendendo esforços no sentido de que a pista seja incluída por Marconi, com urgência, no plano emergencial de recuperação asfáltica da Agetop.
LOURENÇO REPUDIA PROPOSTA
O prefeito de Uruaçu, Lourenço Pereira Filho (PP), se irritou ao ser informado de que Cabo Borges quer levar o Hospital Regional para Alto Horizonte. De acordo com Lourencinho, a cidade sob seu comando já doou ao Estado um terreno para a construção da obra, na gestão do ex-governador Alcides Rodrigues; e que o projeto técnico-financeiro da obra "está bem adiantado" junto ao presidente da Agetop, Jayme Rincon. Lourencinho ressaltou que Uruaçu já conta com o apoio dos demais prefeitos do Norte para ser a cidade-sede do empreendimento, dada sua localização; e que seus colegas-administradores também já rechaçaram por completo a ideia do prefeito José Osvaldo da Silva (PSDB) em levar o Hospital Regional para Porangatu. 
Lourenço disse que o assunto precisa ser tratado com mais seriedade, dando a entender que Marconi não entrará num leilão para definir essa questão, no transcorrer de seu governo.  Mesmo que a obra tenha início apenas em 2012, conforme sinalizado por Faleiros, a riqueza orçamentária de Alto Horizonte não serve de argumento para convencer Lourencinho. "Ele (Borges) pode oferecer até 100 milhões de reais ao nosso governador Marconi Perillo, mas o Hospital Regional não sairá de Uruaçu. Isso eu garanto", rebateu Lourenço.

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